O Benfica desta época habituou-nos mal. Controlo da posse de
bola, dinâmica ofensiva, muita velocidade e forte desgaste nos adversários,
gestão do plantel que foi permitindo manter o ritmo e resultados bastante
satisfatórios.
Nos últimos quatro jogos (Newcastle; Paços de Ferreira; Sporting
e Fenerbahce) notou-se algo diferente. A equipa está com pouca dinâmica, não
consegue ter bola e o seu ataque vive de explosões individuais, normalmente
protagonizadas por Salvio e/ou Gaitan. Das poucas vezes que consegue ser
colectiva cria oportunidades de golo, mas estas teimam em escassear. Os passes
saem mal e as combinações raramente resultam. Pensei que a equipa vinha a gerir
os vários jogos perspectivando o futuro próximo, mas o jogo de ontem e
principalmente as palavras de Jesus, evidenciaram a verdadeira razão: desgaste físico
em vários jogadores.
Conforme já tinha escrito anteriormente, o que
verdadeiramente me preocupava era a má forma de alguns dos nossos jogadores:
Ola Jonh e Rodrigo, principais alternativas ofensivas estão muito em baixo não
constituindo alternativas válidas aos fatigados Lima e Gaitan. A juntar a este
facto verifica-se pela enésima vez a falta de alternativas no meio campo.
Quando Matic e Enzo não estão a equipa ressente-se muito.
É neste enquadramento físico da equipa que vamos à Madeira,
a que temos de acrescentar a jogada dos nossos adversários ao nível da
arbitragem. Já vimos este filme várias vezes, com especial evidência na época
passada. Deveremos esperar o pior para o jogo frente ao Marítimo na próxima segunda-feira
e para combater os vários adversários temos que nos apresentar fortes, muito
fortes e verdadeiramente focados nesse jogo. Temo que os jogadores pensem em
demasia no jogo frente aos turcos. Importa trabalhar para que tal não aconteça,
é vital referir que o principal objectivo é o campeonato e canalizar todos os
esforços nesse sentido, foi dessa forma que chegamos aqui, será dessa forma que
podemos ir mais longe. Se formos a todas com os mesmos, considerando a situação
descrita e confirmada pelo nosso treinador, poderemos ficar na praia mesmo à
beirinha do sonho. Isso será nefasto e terá repercussões nos próximos anos.
A dobradinha é a nossa meta e obrigação, o que vier a mais
será muito bem-vindo, desde que não sacrifique o objectivo primordial.