terça-feira, 22 de abril de 2014

Não acreditava

Sinceramente, depois do final da época passada, não acreditava que fosse possível dar a volta à situação com Jorge Jesus no comando da equipa. Não é segredo nenhum, escrevi-o aqui e disse a quem me quis ouvir. O início desta época parecia dar-me razão, infelizmente.

Ainda bem que me enganei. Espero enganar-me mais vezes assim. São enganos que me deixam feliz, muito mais feliz do que se tivesse tido razão.

Em relação a Jesus, tenho de reconhecer que também ele evoluiu e aprendeu, e teve a humildade e o talento de corrigir comportamentos e decisões anteriores, do ponto de vista técnico e de liderança da equipa. Soube gerir surpreendentemente bem o caso com Cardozo e o regresso de Rubem Amorim.

Sempre defendi que o que conta num treinador são os resultados. Não gosto de muitos dos comportamentos e atitudes de JJ, e dificilmente seríamos amigos. Mas isso não interessa. Neste momento, obviamente que não passa pela cabeça de ninguém a sua saída.

Para o ano se verá, mas nesta altura estou exactamente "ao contrário" do que estava há um ano; acho que se ele continuar a ter a humildade de aprender, evoluir e melhorar, tem condições para ser o nosso treinador por muitos anos. Se "recair" na arrogância e teimosia que marcou a época posterior ao nosso título anterior, não.

Parabéns redobrados ao Presidente, que sempre confiou nele e o segurou. Veio-se a provar que tinha razão.

Para o ano se verá, repito.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Assessoria vs oportunidade


Soubemos esta semana da nomeação de Nuno Gomes como assessor de LFV para área internacional. Sempre me fez espécie estes cargos de assessor, tenho dificuldades em entender o âmbito dos mesmos. Presumo que seja aconselhar o presidente ou o CA na tomada de decisões respeitantes a algumas matérias para os quais são especialistas/entendidos.

Não conheço o nosso ex-jogador nem as suas habilitações. Para mim foi um bom jogador, que se tornou referência do nosso clube não tanto pelos títulos, sim pelos anos em que vestiu a nossa camisola. Reconheço-lhe a habilidade que sempre demonstrou na gestão com terceiros (adversários, jornalistas). Conseguiu sempre conciliar a vertente desportiva, dando-se bem com Gregos e Troianos, um dos seus méritos ao longo dos anos. Por essa habilidade politica sempre pensei que teria futuro no dirigismo Português, gozando de boa fama, vi-o sempre como um elemento de valor como relações publicas e referência para os jovens. Presumo que perceba de futebol até pela vasta experiência como futebolista, pelo que a sua opinião sobre algumas decisões referentes ao futebol poderão ser válidas, contudo assalta-me as seguintes duvidas:

- Qual o papel de Rui Costa? Vão trabalhar em conjunto, prepara-se uma substituição, terão funções complementares?

- A relação privilegiada com jornalistas tem um custo, ficaremos salvaguardados de fugas de informação?

- Nuno Gomes terá peso na contratação de jogadores (com as implicações ao nível de comissões que normalmente estas acarretam até pelas relações de amizade e até familiares que por vezes existem com empresários)?

Todas as duvidas são especulativas, poderemos estar perante uma óptima medida de gestão que significará uma melhoria generalizada do funcionamento do clube, principalmente no papel do presidente no futebol (claramente o grande defeito de LFV), agora o timing desta decisão é péssimo e absolutamente insensato. O nosso treinador está só, não colhe de consenso na direcção/administração. Todos sabemos que JJ claudica com a pressão dos momentos decisivos o facto de ninguém no Benfica o defender desgasta-o e agudiza o cansaço para os momentos de decisão. A nomeação de Nuno Gomes, que foi dispensado por JJ, que por esse facto não nutre pelo treinador o melhor dos sentimentos, não nos ajuda, não nos é favorável nem é representativa de apoio que JJ precisa, bem pelo contrário.

Julgo que esta nomeação poderia ter sido efectuada após o desfecho do campeonato, e é esta insensibilidade de LFV que regularmente nos prejudica, espero que não tenha efeitos negativos no cumprimento dos nossos objectivos imediatos.