sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Catedrático do coito interrompido



Corria o ano de 2008 e tive a oportunidade de falar com um ex jogador da equipa B do Benfica. Nessa altura Jorge Jesus era treinador do Belenenses, e recordo-me de ter dito que gostaria de o ver treinar o Benfica. Achava que era alguém que entendia de futebol na forma como expunha as ideias e principalmente da forma como as equipas dele jogavam. A resposta foi esta: É bom treinador, mas manda vir brasileiros e coloca-os na equipa mesmo sendo fracos para que sejam vendidos e para através dos empresários ganhar mais algum.
Vindo de quem vinha e conhecendo as ligações que a pessoa em causa tinha ao mundo do futebol, fiquei um pouco apreensivo, mas por outro lado, pensei, fala-se tanta coisa e mesmo que viesse para o Benfica eu não ia acreditar que tivesse tão grande influência que conseguisse fazer uma coisa destas.
Entretanto, vai para o Braga faz uma boa época, e continuo a achar que podia ser um bom treinador para o Benfica. E veio, e ao contrário da maioria, de muitos que o apoiam agora, fiquei satisfeito, um treinador com tarimba, com experiência e que já tinha sido corrido em alta velocidade de outros clubes possivelmente iria agarrar a oportunidade com unhas e dentes. E assim foi, o Benfica fez uma época muito boa com um plantel feito por Rui Costa (o tal imberbe como o Vieira lhe chamou), e só claudicou com o Liverpool estrondosamente.
Ganhou o campeonato e como é muito agradecido fala com o seu amigo pinto da costa , o tal que já foi amicíssimo do Vieira, o corrupto faz-lhe uma proposta e ele como é muito reconhecido, chantageia o Benfica e obriga Vieira a transformá-lo no 10º treinador mais bem pago do MUNDO ( REPITO,  DO MUNDO).
Renova e vai vencer a Champions, diz ele, entra com uma sobranceria estúpida e bacoca e perde a supertaça o campeonato a taça de Portugal ganha mais uma vez a Taça da Liga, é eliminado da Liga dos Campeões num grupo onde está o Lyon o Schalke e o colosso Hapoel que nos espeta 3-0. Esqueci-me de dizer que foi neste ano que levámos 5-0, e começam as humilhações.
No ano seguinte tem 5 pontos de avanço somos roubados contra académica e Guimarães, mas antes disso já está em bicos de pés, neste momento temos a ÁGUIA e o pavão, e voltamos a ser roubados com os corruptos, mas voltamos a cometer erros. Eles com um meio-campo de 3 a 4 jogadores para a batalha do controlo do jogo e nós com 2 no máximo ou 1 o grande Javi Garcia para suster muitas vezes sozinho o domínio na intermédia. Mas foi sempre assim no ano anterior também. Os mesmos erros, o medo de falhar o tremer nas horas difíceis.
Este ano Jesus consegue colocar a equipa a jogar bem, faz 2 grandes adaptações, mas os brasileiros que contratou continuam emprestados sabe Deus até quando, entre eles está Airton, ele que no meio campo deu sempre boas indicações, que foi contratado por Jesus mas que não serve, e que jeito teria dado, ele e a outra resma que foi contratada, ou são todos maus? É que se são maus para que é que são contratados? Estranho…
Mas ele é o mestre, o Catedrático, o conhecedor, pois, mas é um perdedor, chamam pé frio ao Peseiro, este artista e parafraseando uma palavra que ele tanto gosta é um pé gelado, geladíssimo. Não brinquem connosco, uma coisa é ir para as bancadas como quem vê ópera ou cinema, outra coisa é estar ali a puxar pela equipa, a gritar, a ficar sem voz, e depois ficar à porta da festa, ser humilhado constantemente em própria casa.
Foi Jesus, que nos lembrou e gozou, quando se vira para o parceiro de mesa, um representante do Benfica nas conferências, e pergunta com o seu ar altivo e arrogante, há quantos anos é que não íamos a uma final europeia? Como se o Benfica fosse uma bela mer..,
Antes de ser treinador ele é homem, é o líder, o timoneiro duma equipa, e o treinador do Benfica não pode ajoelhar na casa do Ladrão, não pode, o que irão pensar os jogadores? Como é possível que o Benfica contra uma equipa B do Guimarães perca o jogo em 2 minutos? Como é possível estar empatado no ladrão e invés de fazer tempo e contenção de bola querer ganhar quando o empate serve às mil maravilhas?
Como é possível um treinador chorar porque perde numa final da Taça? Deve ser inédito, é fraco! A ciência que ele inventou é do quase ganhar, mas é muito bom, é o maior, o melhor, segundo ele, e pelos vistos muitos, esquecendo-se que teve meios e dinheiro que mais nenhum teve para contratar quem bem entendesse, em quatro anos as equipas abanaram sempre mas sempre no final. Ele gosta da nota artística mas gosta muito mais da nota para o artista, nunca atacou o seu amigo corrupto, NUNCA, mais dois anos a começar bem, a fazer bem e no final a baquear, a estoirar, ciência? Estudos? Técnicas só se for de coito interrompido!

Coisas importantes, e para variar de tema

Enquanto aguardamos todos pelo desfecho da "novela Jesus", que não se percebe porque se arrasta tanto, seja a decisão qual for, há que lembrar o Benfica não começa e acaba nisso.

Queria assim deixar uma palavra de "muita força" para as nossas equipas envolvidas em decisões importantes este fim de semana.

São elas as de Andebol (final four da Taça de Portugal), Hóquei em Patins (final four da Liga dos Campeões) e Futsal (primeiro jogo das meias finais do play-off do Campeonato).

Já agora, também jogam jogos importantes, embora ainda em fases menos decisivas, as nossas equipas femininas de Futsal (única que joga em casa) e Hóquei em Patins.

Carrega Benfica!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Problema ou solução

A novela Jesus continua e quer-me parecer que será assunto para muitos meses de discussão. Certamente será uma decisão difícil das mais difíceis da história do clube, isto porque o presidente, uma vez mais, foi imprudente, falou cedo demais e colocou-se numa situação de fragilidade pública face a uma possível decisão que não seja a continuidade do treinador.
 
Neste momento, a maioria dos Benfiquistas e comentadores desportivos reconhecem qualidades a JJ. Um treinador de vocação marcadamente ofensiva, com uma matriz de jogo agradável que proporciona espectáculos de elevada qualidade. Acresce a este facto que tem jeito para valorizar jogadores, consegue extrair destes todas as suas qualidades e pô-las ao serviço dos seus ideais e da equipa. A consequência é o aumento da receita com a venda de jogadores e performances muito interessantes nas competições Europeias.
 
A verdade é que as qualidades do treinador não têm originado os resultados esperados face ao investimento efectuado. Na verdade, nestes quatro anos, batemos todos os recordes ao nível do enxovalho sendo que este ano tomou proporções muito dolorosas. A sua atitude arrogante perante os outros, a relação difícil que mantém com os jogadores, jornalistas e treinadores adversários, o bloqueio mental que demonstra quando as coisas em campo não estão a correr bem, nomeadamente, quando joga frente a equipas mais fortes, não permitem dar o passo em frente, ou seja, ganhar troféus.
 
Neste momento, JJ tem um peso enorme no clube. É ele e o presidente (que não percebe nada de futebol) quem coordena todo o futebol do Benfica. Pelos vistos quer ver reforçada essa posição, o que terá certamente vantagens no aproveitamento da equipa B, mas tornará o clube refém do treinador o que é verdadeiramente indesejável.

Considero que a função de “Manager” extravasa, em muito, as competências de Jesus, ele é treinador, ponto final. Não podemos ficar indiferentes ao pormenor que os resultados de JJ têm vindo a piorar à medida que a sua influência e poder no clube aumentam. Veja-se que, na época inicial, em que ganhamos dois troféus, a equipa foi montada a três: Rui Costa, LFV e JJ.
 
Posto isto, a manutenção do actual treinador constituirá um problema ou será a solução?

Penso que JJ poderá fazer parte da solução desde que devidamente enquadrado numa estrutura de decisão composta por um director desportivo que perceba de futebol, reduzindo a intervenção do treinador ao treino e reduzindo a intervenção do presidente à gestão do clube. Mas será sempre uma solução a prazo, as feridas estão abertas, a confiança treinador vs jogadores e vice versa está beliscada, a relação treinador e adeptos está beliscada, não existe unanimidade, nem sequer maioria, ao nível da direcção em relação ao JJ e não creio que Jesus aceite menos protagonismo, menos poder do que detém actualmente. Parece-me evidente, face aos condicionalismos em que vivemos, que a única solução de futuro passa pela saída de Jesus, assumindo que essa decisão porá em causa o sucesso desportivo imediato, uma vez que será necessário reconstruir uma estrutura de liderança no futebol (demasiado dependente do actual treinador), será necessário reconstruir todo um modelo estratégico/táctico da equipa (marcado por 4 anos de filosofia). 

Devemos aproveitar esse ano para, de forma competente, criar um projecto global que não esteja refém de um treinador, criar uma frente de ataque aos poderes instalados no futebol Português, cuja sede reside na invicta.

Se fizermos as coisas bem, ficaremos mais próximos de ganhar, e quando digo ganhar é fazê-lo regularmente. A manutenção do actual estado de coisas até pode dar resultados no imediato, mas será o ocaso pois JJ acabará por sair do clube mesmo que consiga, finalmente, ganhar alguma coisa.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Fim de Festa

Terminou a época, a quarta do ciclo Jorge Jesus, uma época sem glória e sem um único título, a mais insólita que tenho memória, aquela que nada prometia e que tudo pareceu conquistar. Estivemos perto mas nos quatro últimos jogos e fatídicos descontos, empatamos um e perdemos três! Que dizer de uma época destas, que ilações tirar, que soluções para o futuro próximo... já em Julho a bola estará aí a rolar.

Dizer que dói muito voltar a perder, especialmente para os porcos, que esta massa adepta encarnada não merecia, foi excecional no apoio e demonstrou em Amesterdão que não há muitos clubes no mundo com esta grandeza, com esta paixão. Com esta nobreza até, patente na despedida do campeonato com um estádio repleto a aplaudir ou na festa final da taça, numa das maiores tardes de convívio das últimas décadas, depois de tamanhos desaires, é obra que só está ao alcance dos maiores.

Devemos analisar o que realmente é importante, deixar a emoção e o fracasso à saída do estádio, relativizar fatores fortuitos de uma bola que entra ou sai ao lado, qualquer que seja o minuto.

Objetivamente o Benfica ficou em segundo lugar nas três principais competições que disputou até ao fim. Não é uma má performance muito menos atendendo ao passado recente. Uma final europeia é algo marcante mas a grandeza do Benfica ambiciona mais, muito mais... Mas vamos por partes...

Primeiro > Disse-o antes do último jogo, não seria a Taça a salvar a época, queríamos mesmo era o Campeonato ou a Liga Europa, pelo que não é grande drama ter perdido a final do Jamor, para mais o Guimarães mostrou um povão fantástico, não os vi a arremessar calhaus mas em família, com mulheres e crianças em cânticos, coreografias e muita paixão pelo futebol, muito bonito de ver. Já agora uma farpa aos palermas sportinguistas (reforço, somente aos palermas) que com tantos festejos nem se lembraram que este Guimarães não é o Braga e, se engata, pode passar a terceiro grande com uma perna às costas!

Segundo > Não gostei nada da entrada, muito menos da saída da equipa no Jamor, desgarrada sem união, já não é a primeira que em situações de fracasso, fica à vista a falta de cultura de clube. É a Direção que tem responsabilidade, mais uma vez tem de impor os valores adequados à sua grandeza. Já não estamos à espera que apareçam Borges Coutinhos à frente dos destinos do clube mas que diabo, há mínimos! Meto no mesmo saco toda a trapalhada do Cardozo com o Jesus, nem sei bem quem tem razão, pode ter estoirado a panela ao paraguaio, não deve ser fácil aturar o “catedrático” há 4 anos. Sou muito crítico do Tacuara como sabem mas a verdade é que desde a meia final com o Fenerbahçe, ele subiu de produção e esteve à altura, ao contrário do Lima que se foi abaixo das canetas. O Cardozo tinha pois, alguma razão moral para estar fora dele, vejo até, algum sentir a camisola que me agrada mas mais uma vez a estrutura mostrou-se fraca a salvaguardar episódios deste nível. Igualmente fraquíssima a saída antes da entrega da taça e pior, não haver alguém a reunir a equipa com a humildade e educação para um aplauso aos adeptos à saída do relvado.

Terceiro > reconhecendo nítidas melhorias no discurso do Jesus, ainda assim foram vários os erros de palmatória e de sobranceria ao longo da época, fomos encolhendo os ombros e rezando que os 4 pontos de avanço, desta vez chegassem:

> Mudança de discurso nas prioridades da época.
> Rodagem do plantel, mesmo rodando melhor, ficou aquém do necessário, veja-se as consequências da utilização final de Martins, Aimar, Roderick, Jardel, Urreta que nunca jogaram e foram postos à prova em momentos decisivos.
> Ao contrário André Gomes, com todo o seu potêncial ficou no banco!
> Coreografia no estádio "Benfica Campeão" no derby contra o Sporting.
> Festejos da equipa na Madeira.
> Falar em "época brilhante e de sonho" a 6 jogos do final.

**Nem no meu Madeira - clube amador de futebol 11 do CIF, cometemos tamanhas sobranceiras e vamos igualmente em primeiro em plena acesa luta pelo título.

Quarto > Precisamente a ESTRUTURA ou o Departamento de Futebol Profissional, como quiserem chamar. Quanto a mim, o grande problema atual que ainda está por resolver, a verdadeira questão do momento. A Direção fez e faz um bom trabalho, recuperou o clube, credibilizou-o, conseguiu formar um plantel inegavelmente competitivo, ao dia de hoje estamos a par do Porto e reconheça-se o difícil caminho que percorreu. O presidente limou arestas e já não intervém com o despropósito de outros dias, está mais polido e salvo os resultados desportivo, já encosta o PDC ás cordas. Não vejo que o mal seja, por si só do treinador, Jorge Jesus já deu mostra de competência e não é à toa que mesmo aqueles que o assobiam, estão borrados de medo que ele vá parar à super estrutura do FCP! Porque será?

O problema é mesmo esse, a estrutura de futebol do Benfica, um problema conceptual que nos tem impedido de ir mais alem, para mais, quando competimos com um Porto que nunca olhou a meios e que, convenhamos, tem comprovada competência em todos os domínios. O Benfica tinha uma débil estrutura, o Jesus chegou e ao seu estilo, secou tudo à sua volta para poder reinar. Inicialmente os resultados foram positivos mas o JJ não é um iluminado Mourinho (...e mesmo esse!), não domina por completo todas as áreas. Ao cabo da quarta época, fica claro, até por comparação com o nosso rival, a falta de uma estrutura de apoio ao próprio treinador, uma “pescadinha de rabo na boca”… o clube não impõem uma estrutura, o treinador ao seu estilo, sobrepõem-se à estrutura mas por si só não chega, o caminho é longo, são muitas as frentes e tem de haver uma equipa forte nos vários domínios. Está aos olhos de todos esta gritante lacuna.

Olhemos a alguns exemplos de clubes europeus onde é possível identificar três tipos de organizações/lideranças:

1 > O presidente percebe de futebol e funciona como um diretor desportivo, organizando toda a estrutura, política de aquisições, rodeia-se de gente à sua imagem. O papel do treinador é treinar, poderá ter uma opinião nas contratações mas terá de ser ele a adaptar-se ao clube e ao seu modelo. É o caso do FCP com a figura do PDC, Antero Henriques e restantes membros do departamento de futebol. Julgo que no Barça o Sandro Rosell e Ulrich Hoeneß do Bayern são bons exemplos de presidentes com aprofundado conhecimento desportivo e de futebol, onde os resultados estão bem à vista.

2 > O presidente não é um expert em futebol mas é um grande líder, um gestor de craveira, conhece o clube e tem um projeto capaz. Rodeia-se de gente competente nas mais diversas áreas, como sejam financeira, marketing, modalidades ou futebol. A sua experiência de gestão e o tal projeto estruturado, permite-lhe frequentes resultados de sucesso. Talvez o Manchester seja o melhor exemplo deste modelo, o Milan e o Ajax, são outros em que na presença de uma forte cultura no clube, independente dos presidentes ou treinadores a estrutura responde por si só.

3 > Numa terceira via, o presidente também não é um entendido em futebol e dá total autonomia ao treinador. Neste caso está dependente da escolha que se reflete nos êxitos e nos fracassos do clube. Dependerá muito do treinador o tipo de estrutura com maior ou menor apoio da direção. Esta é a matriz da maioria dos clubes, onde é difícil encontrar uma política de médio/longo prazo e por conseguinte, sempre refém da equipa técnica.

O Benfica nas últimas décadas tem vivido este terceiro cenário, sucessivos presidentes, fraca formação desportiva, na gestão ou projeto para o clube, são raros os exemplos de competência. Exceção feita ao ultimo presidente Vieira que tem dotado o clube de um projeto sólido e de longo prazo mas que em termos desportivos, anda também à boleia dos diferentes treinadores, é verdade que foi aprendendo, especialmente com Camacho e com Jesus mas continuamos no quase...

É hora de dar o passo final na definição de uma estrutura competente. Ao que sei, a totalidade do departamento técnico de futebol profissional, conta já com cerca de 70 elementos, é uma mega estrutura onde não faltam recursos. Estou certo que estamos bem próximos, já não estão em causa grandes revoluções mas apenas o consolidar do projeto. O grande perigo de uma época terrível como esta, é a mudança radical de estratégia e não servir simplesmente para cerrar fileiras e eliminar os últimos erros.

Tanto Vieira como Jesus têm a seu favor a grande capacidade de terem evoluído, foi muito nítido no decorrer da última época, melhoraram em vários domínios, sobretudo na comunicação. O final foi penoso e poderá precipitar decisões mas em qualquer dos casos, em nada me oponho à continuidade, nem me parece estar aí a grande questão!

A estrutura de futebol cada vez mais exigente e profissional e uma clara definição do presidente face à estratégia geral do clube, são estas sim, as verdadeiras questões chave! obrigatoriamente terá de passar por medidas tão simples como:

> Terminar promiscuidade de interesses internos nos passes dos jogadores.
> Aposta clara nos jogadores portugueses e da formação.
> Assumindo que vendemos 1/2 jogadores/época, com encaixe >20M€ /cada.
> Aquisição de 2/3 novos craques emergentes 5/7M€ /cada.
> Restante renovação proveniente da formação e de outros clubes portugueses.

Não havendo capacidade para reforçar a estrutura parece-me mais seguro continuar com o Jesus, caso haja essa capacidade estou certo que estaremos próximos do sucesso quer seja com o JJ, quer venha um novo técnico. Neste segundo cenário tenho a fezada que o Marco Silva do Estoril vai ser um grandíssimo treinador. Alem do discurso e resultados das últimas épocas foi o único que assumiu a continuidade do projeto no seu clube, é um bom indício mas ainda assim acreditarei sempre mais na continuidade do Jesus para uma quinta época.

Tem a palavra o Excelentíssimo presidente Luís Filipe Vieira, a Nação Benfiquista, aguarda com expetativa...
 Lourenço Cardoso Menezes

terça-feira, 28 de maio de 2013

Talvez seja melhor mudar agora

Há dias, depois de Amsterdão e antes do Jamor, escrevi aqui isto:


O nosso Capitão disse algo que não deve ser esquecido porque me parece fundamental: "perdemos o jogo mas ganhámos muita coisa". Estou inteiramente de acordo.

A união do Grupo de trabalho, a comunhão com o Presidente e com os Sócios e Adeptos ficou aqui forjada em sangue, suor e lágrimas, e atingiu um nível inimaginável, verdadeira Excalibur ao serviço do Benfica.

É fundamental que esta coisa preciosa mas frágil não se perca e seja a força que nos lança no futuro, sendo que neste caso o cliché se aplica e o futuro começa mesmo já no Domingo. Ganhar, ganhar ao Moreirense, eventualmente ser Campeão, depois ganhar a final da Taça e daqui a pouco tempo encarar de frente, olhos nos olhos, a próxima época.

A questão central era a do capital de confiança e, mais do que isso, de amor, que os adeptos deram a esta equipa mesmo depois de dois fracassos. Essa devia ser a alavanca para um "novo começo".

Só que esse "novo começo" implicava vencer no Jamor. Com a derrota, o balão esvaziou-se, perdeu-se o momento, foi-se a confiança.


É por isso que tenho dúvidas que manter JJ seja a melhor opção. Fazê-lo poderá ser prolongar uma agonia que hoje é palpável entre os Benfiquistas. Arriscamo-nos a fazer um contrato chorudo com um treinador que, sente-se, ao primeiro erro será despedido como foi Fernando Santos (e com uma indemnização choruda).

Quatro anos é um ciclo longo. Muita coisa mudou para nelhor, JJ fez um trabalho de qualidade, estivemos numa final europeia, ganhámos bom dinheiro com a valorização de jogadores.

Mas infelizmente num mundo de competição o bom trabalho é necessário mas não suficiente para garantir resultados - leia-se títulos. Nos momentos decisivos, falhamos - parece-me a mim que sobretudo porque falha a liderança.

Trabalhar bem no dia a dia não é o mesmo que ter aquele "factor extra" de liderança que nos momentos chave garante que o grupo se une e se supera para atingir o objectivo. Esse "factor extra" poucos o têm - e JJ não provou tê-lo.

Pensemos que num campeonato que cada vez mais é decidido "a dois", temos sete jogos seguidos sem vencer contra o nosso principal adversário. Sete. Deve ser um record negativo na nossa História, e é um factor preocupante.

Pensemos que, há um mês, para ganhar campeonato e taça bastava vencer três jogos (dois dos quais em casa!) contra adversários  acessíveis, e não o conseguimos.

Pensemos que os resultados globais nestes quatro foram bons, nomeadamente em termos europeus, mas em termos de títulos só piorámos - campeonato e taça da liga no 1º ano, só taça da liga no 2º e 3º, nada no 4º.

Pensemos também, porque não é um factor negligenciável, que JJ não está a receber por objectivos mas tem um salário base ao nível dos quinze ou vinte mais bem pagos da Europa.

Por tudo isto, digo: certezas não tenho, mas inclino-me mais para que seja agora a melhor altura para mudar.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

FRUSTRADO PARA NÃO ESCREVER F.....

Estou á beira de um ataque de nervos. Por tudo e por nada. Com e sem razão.
Quem esteve ontem no Jamor sabe que as bancadas estavam inundadas de perucas á Jorge Jesus, revelando uma grande sintonia entre a maioria dos adeptos do Benfica e do seu treinador, a exemplo do que tinha acontecido no último jogo em casa aquando do anuncio do seu nome na apresentação da equipa, de longe o mais aplaudido. Bastou um pontapé falhado do nosso guarda-redes seguido de uma má decisão do fiscal de linha e tudo mudou. Nunca o de bestial a besta se aplicou tão bem.

Findo o jogo tudo o que ouvi e li só agravou o meu estado de saúde. Independentemente das culpas próprias estas são ínfimas comparadas com a realidade dos factos. Na partida de ontem, no minuto decisivo, não foi o Jesus que aliviou mal a bola, e não foi o Vieira que validou um golo ilegal (não referindo as inúmeras incidências ocorridas durante os 90 minutos, escandalosamente habilidosos como normalmente são as actuações do super dragão Jorge Sousa). Com a mesma performance e vencido o jogo por um a zero tinha sido uma festa e nada se falava. Agora face o insucesso alguns sugerem que um presidente eleito á meia dúzia de meses por 90% dos votos deve sair. Um treinador aclamado deve ser demitido. E até estranhamente apontam a falta de humildade dos nossos responsáveis pelos desaires.

Eu pergunto quem mais ganha em Portugal nos últimos 25 anos? Os norte-coreanos.
Qual a formula do seu sucesso? A batota.

Os anos sessenta e setenta já passaram, com romantismo o Benfica só ganhará quando perfeito e a norte se estiver muito em baixo. Não por coincidência os últimos dois títulos foram no ano do apito dourado e no do famoso túnel em que existia no conselho de disciplina gente realmente séria e mesmo assim através do Braga os de sempre tudo tentaram para impedir a nossa vitória. Há muitos anos que a máxima de Mário Wilson só faz sentido na coreia-do-norte porque a competição está viciada. Entregando campeonatos a qualquer Vitor Pereira.

A minha critica de sempre á actual e anteriores direcções do Benfica, é o silencio e a não denuncia permanente da vergonha do nosso futebol. Ontem foi um exemplo, a última jornada do campeonato foi outro. Se calamos é porque consentimos. Assim não há treinador nem jogadores que resistam.

As primeiras páginas dos jornais, as aberturas de noticiários de rádio e televisão após a nossa vitoria frente ao Sporting só falavam dos erros do Capela que tinham prejudicado os lagartos. Ontem e na última jornada do campeonato os mesmos órgãos de comunicação social optaram por glorificar os vencedores e esquecer os erros de arbitragem. Com a bênção dos nossos responsáveis e também de muitos adeptos.


  

domingo, 26 de maio de 2013

Os perigos do neo-benfiquismo


Não existe com certeza momento mais fácil de se obter boa aceitação por parte dos críticos de Jesus e Luís Filipe Vieira do que este mesmo. Ainda quase nem 2 horas passaram de mais um desaire nesta época desportiva. O terceiro em quase 15 dias. Desta feita na final da taça de Portugal frente ao Vitória de D. Afonso Henriques, no mesmo dia em que nos sagrámos bicampeões de basquetebol e quase ninguém ainda se lembrou do assunto.

Escrevi logo após a final da Liga Europa a “absolver” LFV e poucos dias depois a defender a continuidade de JJ. No entanto, desde esse dia já aconteceu tanta coisa – e tanto detalhe que denota novamente falta de “benfiquismo” no seu sentido mais puro – que me senti pelo menos na obrigação de vir aqui de novo “desabafar” e refletir.

Depois do jogo frente ao Sporting, seguido das vitórias na Madeira e frente aos turcos no estádio da Luz, todos queriam aparecer e ser vistos. Foi o diretor de comunicação a lançar a fogueira, o presidente a recolher os louros e um “ai jesus” de tão limpinho que isto estava.
A verdade também é que grande parte da culpa do “gozo” que hoje transborda os telemóveis, o mural do facebook e a caixa de correio electrónico dos benfiquistas é culpa deles próprios que decidiram seguir o caminho desse discurso arrogante e vitorioso muito antes de o terem sido.

Por incrível que pareça, agora depois de todos os desaires de uma época com resultados desportivos no futebol tão maus como aqueles comparativos com os piores dias de que tanto se distanciam, todos os responsáveis têm permanecido invisíveis. E pior que isso: nem parabenizar o FC Porto (nem sequer através dos comentadores televisivos colegas de direção) pela vitória que lhe caiu no colo, entregue pelas próprias mãos do Sport Lisboa e Benfica, nem mandar a equipa técnica e jogadores esperar pelo capitão do Vitória Sport Clube levantar a taça acabada de conquistar.

Isso não é à Benfica. O Benfica é um clube que se fez grande por ser humilde e mais vencedor que os outros. Mas que defende acima de tudo a educação, a ética e o desportivismo, sendo um exemplo e demonstrando-o principalmente nos dias em que perde. Assim, com estas atitudes, o Benfica continuará a isolar-se dos outros clubes em Portugal e a perder adeptos, como tem feito nos últimos anos e pelos vistos continua.

Não pretendo discutir aqui o futuro de Jorge Jesus. Sobretudo, porque já se começa a perceber que "assará" como o culpado disto tudo (a culpa nunca está sozinha!) e acredito veementemente que "num Benfica A SÉRIO qualquer treinador se arrisca a ser campeão", como dizia Mário Wilson. Por isso mesmo, há semanas que estou cansado de ouvir a palavra “azar”. A palabra “azar” não deveria sequer fazer parte do léxico benfiquista. O que acontece é que muitos adeptos passaram a considerar os 2ºs lugares e as chegadas às finais como suficientes, aplaudindo e elogiando quase ao mesmo nível de termos ganho. Isto faz com que dirigentes, treinadores e jogadores façam aquilo que queiram sem respeitar minimamente quem mais sofre com tudo isto: as crianças e as famílias que se deslocam aos campos e de lá querem sair com alegrias.

Ninguém me tira da cabeça a ideia de que é mais fácil não sofrer um golo no último minuto, do que a outra equipa marcá-lo. O Benfica terá “azar” todos os dias em que cometer 5 erros ao minuto 92 do jogo do título, não souber gerir estrategicamente e emocionalmente uma final europeia e achar que um jogo está ganho a 10 minutos do fim de um jogo que não demonstrou qualquer vontade ou atitude e em que o seu próprio golo foi marcado através de uma “bola de bilhar”. Hoje foi só mais um dia igual a tantos outros de um passado recente irreconhecível e contra todos os pergaminhos.

Não acredito que este resultado venha a alterar em nada o trilho do Benfica. O mais provável é que, de novo, do lado da direção, ninguém venha a público “dar a cara” pelas derrotas ou venha pedir desculpa pelas desilusões consecutivas com uma década de vida. Do outro, a oposição continuará imatura e desorganizada. Por parte dos adeptos, também ninguém irá invadir o estádio com a exigência dos tempos idos, sobrando apenas umas frases em alguns blogs e no facebook. E, até 4ª feira, os benfiquistas já estarão de novo entretidos com uma qualquer estrela sérvia da seleção sub-21 e a contar os tostões para adquirir o Red Pass para a época seguinte.

Estes são verdadeiros perigos para o Benfica e para benfiquismo dos nossos dias. Primeiro o fim da exigência de ganhar. Em seguida, a arrogância de não saber perder e ganhar antes do fim. E, por último, o entretenimento em troca do sentimento de pertença nas decisões do clube.

A alma benfiquista é feita de humildade, nível e vitória. Esse é o caminho. Restará apenas perguntar a quem nos guia se já percebeu que teremos de o fazer todos juntos, com os mesmos valores e com os mesmos princípios, pois, enquanto o Benfica continuar a ir contra a sua natureza, não voltará a vencer de certeza absoluta.

Viva o Benfica ! Aquele que se fez Benfica ! Onde quer que esteja...

Fim de linha para Jesus

Cheguei agora a casa e se estão a pensar que este texto é a quente têm toda razão e podem-me criticar. Relembro que sou tão benfiquista como vocês e que faço este texto no final duma época sofrida.
Primeira questão e talvez a mais importante, o Benfica é sem dúvida um clube magnifico e especial, os adeptos perderam mas sairam duma forma digna, correcta e reveladora de um desportivismo extraordinário.
Segunda questão, é um orgulho ver a festa que se fez fora do Estádio, que maravilha vale a pena ir ao Jamor. Que tarde bem passada.
É a nossa parte que me interessa dos adeptos dos sócios desta irmandade Benfiquista que existe e que ninguém pode quebrar e que por mais provas e vicissitudes que temos, continuamos a dizer PRESENTE.
E se amanhã o Benfica jogar lá estaremos.
Mas isto somos nós, os adeptos os que amam este Grandioso Clube com amor com paixão sempre e sempre, os românticos.
Mas o Benfica é um clube de  titulos, pelo menos para mim era, um clube ganhador um clube que conhecia nas suas mãos o peso das taças e que apreciava o brilho emanado das mesmas.
Temos um treinador fanfarrão, arrogante, casmurro e  comissionista. A sua soberba e sua sobranceria e falta de análise dos adversários trouxeram-nos até aqui. Um grande treinador para ganhar aos pequeninos mas um fraco treinador contra os grandes clubes. Qual foi o clube grande a quem nós ganhámos em quatro anos? o único jogo foi com o porto no ano em que fomos campeões. Temos sido humilhados e vilipendiados pelos ladrões do porto, ano após ano, jogo após jogo. E temos aguentado estoicamente. 
Não tenho medo que Jesus vá para o port,o lá qualquer ladrão ganha até o tramposo do vitor pereira, esse treinador fraquissimo.
Mas nós precisamos dum treinador que tenha os valores que nós possuimos, um homem sério, honesto, que não coloque o Filipe Menezes, o Roderick, o Emerson, o Roberto e que promova a competência em detrimento dos amigos, que valorize o mérito. Que não ostracize os portuguesses como Miguel Rosa ou Miguel Vitor. Que ponha o grupo à frente da sua vaidade e da sua arrogância e pantominice.
4 Anos - um campeonato e três taças da Liga é curto muito curto. nós não somos os do quase somos o Benfica., E o investimento feito nestes anos é incomparavelmente maior ao feito nos anos dos técnicos anteriores.
 Por isso foi o fim da minha paciência porque o nosso amor é grande mas nós não somos parvos. Rui Vitória teve uma equipa de tostões e de salários em atraso de putos da equipa B e vai à Europa e ganha a Taça de Portugal. Eu não mostro lenços brancos nem apupo, só te peço que saias. Fim de linha!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Os erros que nos tramaram o campeonato


A caça às bruxas já se iniciou. Na praça pública já se pede a cabeça de Jesus – menos mas também a de Luís Filipe Vieira – depois de mais uma longa época de emoção terminada em fracasso. Embora os sportinguistas se esqueçam que naquele ano nós fomos campeões nacionais e este ano ainda podemos vencer a taça de Portugal, a comparação com o ano do “quase” de José Peseiro em 2004/05 parece interminável e o ‘gozo’ e as pastilhas ‘rennie’ multiplicam-se nos locais de trabalho, nas páginas de facebook e nas sms enviadas.

Antes de prosseguir nesta minha análise sobre quais os erros que nos tramaram o campeonato, julgo que é importante salientar que julgo que este não é o momento certo de voltar a exigir revoluções. Relativamente a Luís Filipe Vieira, a margem com que venceu as eleições é suficientemente grande para o seu lugar não ser posto em causa já na primeira época do novo mandato e, no que diz respeito a Jorge Jesus, não me parece acertado despedir um treinador com quem já se assumiu a continuidade ainda antes de ter vencido o campeonato, ao contrário do que alguns dirigentes tinham assumido a meio do ano.

Independentemente dessas duas questões, existiram alguns erros no decorrer desta época que merecem profunda reflexão. Entre eles, contabilizam-se, certamente, erros de arbitragem, de tática e de comunicação e postura.

É claro que é incrível o branqueamento que tem sido feito pelos adeptos portistas relativamente ao benefício das arbitragens. De um campeonato que seria vencido pelo Benfica à “capela” – que pena tenho eu que o penalty de Maxi Pereira sobre Capel não tenha sido assinalado, pois não tenho dúvidas de que o Benfica daria a volta ao resultado - passou-se, num ápice, para um campeonato ganho com toda a justiça pelo FC Porto e do qual foram esquecidas as mãos de Alex Sandro, as entradas de Mangala e o caso Hugo ‘Miguelote’ na última jornada. Assim o futebol português não tem seriedade, nem história e muito menos verdade.

No entanto, ser justo também implica lembrar que a verdadeira razão de o Benfica não ter vencido este campeonato foi da sua inteira responsabilidade. Por mais que queiramos reiterar sobre o “azar” que foi perder um clássico ao minuto 92 da penúltima jornada, ninguém me tira da cabeça que uma equipa que quer ser campeã não pode cometer 5 erros (!) a um minuto e meio de garantir praticamente o título nacional.

Naquelas circunstâncias, nunca o lançamento de linha lateral devia ter sido efectuado pelo lateral esquerdo, que deveria estar recuado, mas sim por um médio. Ademais, naquele momento, não se deveria fazer um cruzamento largo para a área num lance difícil para Cardozo sozinho no meio de 4 centrais. A bola tinha de ser colocada nos pés de Aimar ou Salvio para a segurarem na bandeirola. Com isto, permitiu-se um contra-ataque, no qual ninguém sabe onde andava Maxi Pereira e Roderick não teve a coragem de não permitir Kelvin passar sequer do meio campo.

Acresce a isto o Benfica ter-se subjugado a 90 minutos de mais de 60 % de posse de bola portista. Em 1991, Eriksson colocou César Brito, um avançado rápido que enganou o Porto nas costas à medida que ia atrás do resultado. Em 2013, o mestre da tática lembrou-se de Roderick, recuou as linhas e só aos 90 minutos – quando aí sim só deveria defender - é que, em busca da glória de ser campeão naquele estádio, acreditou em ganhar.

Poder-se-ia ainda dissecar ou especular sobre os benfiquistas terem começado a falar cedo demais, a ausência de Luís Filipe Vieira no jogo do estádio da Luz frente ao Estoril, de ter ficado “barricado” no balneário e não no banco de suplentes no estádio do Dragão ou da conferência de imprensa boçal de João Gabriel. Eu não o farei. Não me parece que seja a hora. Contudo, não me peçam elogios desmesurados, endeusamentos e que aceite de bom grado tarjas que digam que “as lágrimas valem mais que as taças...”.

Até porque se me vierem dizer que é cometendo erros e passando por eles que se aprende, melhora e ganha no futuro, eu responderei sempre que, em 2011, foi também o Jardel que não saltou com o Custódio em Braga.