segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Desequilíbrios do Rui



Rui vitória montou uma estratégia vencedora para o dérbi e saiu a ganhar. Consciente do poderio ao nível do meio campo por parte do adversário, consciente da incapacidade de construção que a nossa equipa apresenta contra equipas de valor similar ao nosso, consciente das dificuldades do adversário em fechar as faixas, montou uma estratégia de contra-ataque explorando as debilidades defensivas do rival explorando a velocidade dos nossos. Este foi um daqueles jogos em que a estratégia resultou porque acabamos por ser eficazes em duas das nossas saídas rápidas, caso não o tivéssemos sido, hoje, a ladainha seria que uma vez mais tínhamos levado um banho de bola. O resultado acaba por se sobrepor à realidade do jogo principalmente na segunda parte.

Na minha opinião fizemos uma primeira parte muito agradável, a estratégia estava a resultar e conseguíamos travar a maior parte das investidas adversárias. Ao intervalo falava com vários companheiros de bancada e a nossa dúvida seria a capacidade física para manter a bitola e como as substituições poderiam, ou não, mexer com o jogo. 

Foi no capitulo das substituições que acabamos por alimentar a ideia de que o rival nos era superior e acabamos a sofrer de forma dispensável, ou seja, a estratégia era os jogadores da frente (Raul e Guedes) correrem muito pressionando a saída de bola e Rafa e Salvio explodirem nas alas provocando desequilíbrios, com as substituições abandonamos a estratégia, principalmente a saída de Guedes e colocar Pizzi na frente acabou por libertar William Carvalho e acabar com a nossa capacidade de saída, dando ao Sporting mais bola e maior capacidade de pressão empurrados pelo WC já liberto da obrigação de andar atrás de Guedes. 

As substituições falhadas de Rui Vitória começam a ser marca registada, algo que o ano passado não ocorria, não sei se deixou de beber água ou se está ainda mais agarrado à folha estatística e as suas decisões dependem em absoluto dessa vertente do jogo desprezando o sentir do jogo.

Uma última nota para a dupla de centrais, bem sei que está na moda culpabilizar Luisão e enaltecer o enorme central que é Lindelof, mas não devo ser o único a reparar que o Sueco acumula erros atrás de erros e não ganha uma bola de cabeça. Cada lance na área é um quebra cabeças e o puto está em todos os lances a tirar fotografias.  

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Erros do passado



A memória das pessoas é curta, este é um facto transversal a várias áreas da nossa vida e o futebol não é excepção. Vive-se o presente oscilando entre a alegria e a depressão em função do acontecimento ao dia, hora e até minuto. 

No nosso Benfica as vitórias consecutivas com lesões de jogadores fundamentais criaram a ilusão de equipa em crescimento e em passada larga rumo à glória. De repente o resultado dos últimos jogos criou a dúvida, principalmente quando ocorre no regresso de vários jogadores ditos importantes, pela incapacidade em controlar jogos, e em ter resultados positivos quando enfrentamos equipas mais competitivas. 

Evoco assim a memória de todos no início da passada temporada e as dificuldades sentidas nessa fase. A mesma incapacidade em controlar, em criar dinâmicas atacantes e constantes erros defensivos. Problema no meio campo onde jogou Pizzi; Samaris, Talisca na posição 8 e teve na posição 6: André Almeida, Fejsa e também Samaris. A estabilidade ocorreu com o fixar de Pizzi na direita, ajudando a fechar o meio campo em processo defensivo e dinamizando o ataque através de diagonais e da sua criatividade com bola nos pés, e com a entrada de Renato Sanches que graças à sua capacidade física permitiu colar o espaço existente na nossa zona intermediaria. Esta época Pizzi fixou-se à esquerda com menor produtividade mas emprestando ao meio campo similar auxílio e André Horta ainda que diferente manteve a impetuosidade física para colar o meio campo. Com a lesão deste e o recuo de Pizzi os erros do passado tornaram-se evidentes com a agravante de Salvio na direita jogar parado em termos defensivos, Cervi não é Gaitan e Guedes não é Jonas: não consegue segurar bola ou preencher tacticamente o espaço. O resto é história repetida e a exibição do Dragão em diante é similar à da Supertaça de 2015 em diante. 

Soluções procuram-se, temos Danilo que parece não contar e André Horta que está condicionado fisicamente sem sabermos por quanto tempo, as restantes alternativas (Samaris, André Almeida) foram soluções com resultados duvidosos. Alterar a disposição táctica poderá ser a solução temporária mas não sei se é possível e as implicações futuras dessa mudança.