terça-feira, 5 de agosto de 2014

A hora de Jesus

“Pela boca morre o peixe” ditado popular que bem caracteriza a atitude sobranceira do nosso treinador. Andou em férias por Angola a vangloriar-se das suas inúmeras qualidades como potenciador de jogadores devidamente consubstanciado em afirmações passadas intitulando-se como catedrático e demais elogios à sua capacidade de treinador.  Esqueceu-se sempre que nos 5 aninhos que leva de Benfica, para além dos inúmeros méritos que tem, beneficiou sempre, repito, beneficiou sempre de um plantel/orçamento muito superior aos seus antecessores mais recentes. Assim sendo, até ver, LFV brinda-o com um plantel ao nível dos anos 90 e inícios do século XXI onde variadíssimos treinadores foram queimados por maus resultados devido à fraca estrutura e planteis de refugo.

Chegou assim a hora para JJ justificar, ainda mais, o seu ordenado e pegar nestes rapazolas e transforma-los numa equipa de futebol que possa lutar por títulos, já a começar pelo próximo domingo.


Acho difícil que o faça se mantiver como opções no plantel jogadores como: Luis Filipe; Sidnei; Jara (um dos piores jogadores de sempre, não consigo perceber as inúmeras hipóteses que já teve no Benfica) ou Artur e continue a tentar fazer de Bebe um extremo. Acho complicado que Cesar e Talisca possam ser já figuras principais de um Benfica vencedor ou que Derley possa ser o nosso principal ponta de lança (ainda que seja um jogador interessante para o plantel) Cá estarei para dar a devida vénia ao nosso treinador, espero sinceramente que o faça pois será sinal de muito contentamento lá para Maio.

7 - O melhor golo da tua vida

6 de Janeiro de 2014, Cemitério do Lumiar   



Num final de tarde de autêntico dilúvio na capital portuguesa, um mar de gente despedia-se do Rei que havia partido na véspera. Eu cumpria, de forma muito serena, o meu dever de homenagear e agradecer tudo o que Eusébio fez pelo Benfica.

Eis que avisto o carro fúnebre do King. A equipa de futebol do Glorioso seguia, logo atrás, caminhando no meio do povo. O 7 e o Luisão chefiavam o grupo.

Explodi por assim dizer, corri pelo meio daquele mar de gente e lama até encontrar o meu jogador, aquele jogador por quem eu tenho uma empatia especial (a mesma que ele tem pelo golo), e jogador esse que estava profundamente lesionado mas que se recusava a abandonar o (seu) Rei. Chegado ao pé dele, apertei-o nas malditas costas e disse-lhe "Óscar, temos de ser campeões! O Rei merece". Cardozo com o seu jeito frio (o mesmo jeito com que ele fez tanto golo), limpa a sua cara cheia de água e ao mesmo tempo, abana a sua cabeça como que dizendo que sim e aponta para o carro de Eusébio.

Não resisti e ajudei que as malditas costas (nunca mais me vou esquecer que no meio daquilo tudo senti-as todas contraídas e tensas) piorassem um pouco. Abracei-me a Cardeuz e no meio de lágrimas e de uma chuva torrencial seguimos lado a lado até junto do local onde o King partiu para o 4o anel.

Foram minutos  difíceis, mas que ao mesmo tempo, senti naquele frio e grande Homem um orgulho tremendo.

Ainda consegui sorrir quando ele depois de estender a bandeira do Glorioso por cima do Rei, volta a passar ao meu lado. Sorri porque senti que Eusébio da Silva Ferreira tinha partido da forma que merecia e que o 7 tinha marcado o melhor golo da sua vida!

"Cardozo não joga nada, só marca golos."

Obrigado!