sábado, 27 de outubro de 2012

No Benfica, mais importante do que saber ganhar...


...É saber perder.


A vitória da Lista A é incontestável e a maioria continua, declaradamente, satisfeita com o estilo e rumo que o Benfica traça diariamente e mantém-se resistente à mudança.


Embora a minha consciência permaneça tranquila e coerente desde 2003, confiarei e respeitarei sempre nas decisões soberanas dos sócios do Sport Lisboa e Benfica.

Viva o Benfica ! Muita glória ao seu futuro !


Nota: Fui convidado a participar neste espaço pelo João Tomaz, convite ao qual acedi com todo o gosto. Qualquer comentário ou texto que eu tenha escrito nunca teve qualquer papel propagandista de preparação de uma eventual campanha eleitoral contra a linha da actual direcção - aliás, nunca apoiei Luís Filipe Vieira desde 2003 e fiz questão de não utilizar este espaço nestas duas semanas - e o convite que recebi para integrar a Lista B foi muito posterior à entrada neste espaço. Agradecia, da parte de quem me criticou nesse sentido, algum respeito pela minha pessoa, por quem me convidou e pelo próprio espaço de escrita que partilhamos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Para a frente é o caminho

Votação massiva, a maior de sempre.
Uma vitória conclusiva, clara, sem qualquer margem para duvida.

Depois de saber o resultado retive duas frases ditas pelo nosso presidente na entrevista de Quarta-feira: "sou um homem que aprende com os erros" e "a decisão dos direitos televisivos está tomada, a partir de 2013 teremos jogos na Benfica TV".

Este é o caminho que os Benfiquistas escolheram, só espero que "amanhã" aqueles que escolheram este trajecto não sejam os primeiros a assobiar quando (se) as coisas correrem mal.

Viva o BENFICA

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eleições

Em primeiro lugar, gostava de apelar a todos os Benfiquistas que não se deixem levar pela ilusão de "sondagens" e não pensem que não vale a pena ir votar porque o resultado já está decidido, mais voto menos voto. Um resultado eleitoral nunca está decidido antes de umas eleições, e todos os votos são importantes. Portanto, amanhã, vão lá e votem. Por favor.

Em segundo lugar, lamento a generalizada falta de nível da campanha eleitoral, de parte a parte, com afirmações e acusações indignas e não fundamentadas de parte a parte. Se da parte de Vieira esse foi um aspecto seu que sempre me desagradou, o juiz Rangel não demonstrou ser melhor. Por aí, estamos conversados.

Finalmente, apesar de alguma vontade de votar em branco, vou votar Vieira. A Lista B assusta-me, e não quero que ganhe. Assusta-me terem aparecido a duas semanas das eleições, vindos do nada (há três anos as várias oposições, de bruno carvalho ao BVV, apareceram, falaram, mostraram-se antes; agora não). Asustam-me as incógnitas, a falta de projecto concreto, as acusações sem provas (da parte de um juiz, é ainda mais grave), e a ideia de que se ganhaseem ao fim de dois meses metade do elenco já se teria demitido, porque nada os une a não ser a vontade de derrubar Vieira.

Por outro lado, lembro-me da obra feita: o excelente complexo despotivo e comercial, com dois pavilhões, etc, sem paralelo em Portugal. O renascer das modalidades de pavilhão; o renascer das equipas de atletismo, fortemente alicerçadas na formação. A recuperação financeira e da imagem e credibilidade do Benfica.

Do outro lado da balança, temos os erros de comunicação constantes; o apoio ao nandinho e ao pereira da arbitragem, por manifesta incapacidade de criarmos e alimentarmos uma alternativa; as amizades com o salvador de braga e o oliveirinha. Tudo coisas arrepiantes, concordo.

A decisão não é fácil, mas entre um caminho que conheço, apesar dos erros, e um salto no escuro, prefiro continuar no caminho, continuando também modestamente a contribuir para a sua melhoria, a denunciar o que acho estar errado, aqui neste blogue, como já o tinha feito na Tetúlia Benfiquista antes, sempre que puder, onde puder.

Se a Lista B é essencialmente anti-Vieira, a sua campanha levou-me à posição contrária - voto Lista A porque me tornei, em duas semanas, anti-Rangel.

Voto Vieira - mas não lhe passo um cheque em branco.

Trocar os VV pelos BB

Eu, votante em Luís Filipe Vieira em 2003 e 2006, me confesso: já não o suporto. Estou farto da sua incompetência para tornar o Benfica num clube vencedor, não confio na sua gestão financeira, arrepio-me de cada vez que fala, não tolero a demagogia e as mentiras, o desrespeito por quem dele discorda, a sua costela pouco democrática, a forma como transformou os associados em clientes. Enfim, gostaria de vê-lo pelas costas. Estou, pois, disposto a trocar o V, de Vieira, pelo B, que eu gostaria que fosse de lista B, mas provavelmente será de voto em Branco (como foi em 2009).

Há anos que anseio pela chegada de alguém que renove a minha esperança, me faça crer que um novo Benfica vai surgir, restitua aos benfiquistas o entusiasmo que tão esmorecido anda, nos tire da depressão em que caímos desde o final da época de 2010/2011. Vieira não é, decididamente, capaz disso. Por cada passo em frente, dá dois para trás. A lufada de ar fresco teria de vir de outras paragens. Vi com expectativa a criação do movimento Benfica Vencer Vencer, há três anos. Tão depressa como apareceu, esvaiu-se. Gostaria, agora, que a lista B representasse o reerguer definitivo do gigante Benfica. Não me parece que o seja. De cada vez que oiço Rui Rangel, só consigo concluir que não reúne condições para ser presidente do Benfica. Certeiros em muitas das críticas que fazem a Vieira, os membros desta lista não conseguem apresentar um projecto que me faça votar neles sem hesitações. A única pessoa que me faz ter vontade de votar na lista B é... Vieira. Por exemplo, a sua intervenção no telejornal de ontem e a forma como se referiu aos membros da lista B é bem reveladora do seu carácter. Só que isso não é suficiente. Tenho muita vontade de votar na lista B, mas eles não se mostraram ainda convincentes para captar os meus 50 votos. Têm 24 horas para fazê-lo ou voltarei a votar em branco e, ainda que de forma indirecta, provavelmente contribuirei para a reeleição de Luís Filipe Vieira. E não o quero.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Voto A porque a B é a não A

Há três anos atrás escrevi o seguinte:

SEXTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2009

O Agradecimento a José Eduardo Moniz
Dia importante para o Benfica. Ao fim de muitos anos finalmente surgiu uma alternativa séria e competente. De gravata vermelha e folhas da mesma cor na mão, deu a conhecer ao país o seu benfiquismo e a vontade de o servir no futuro. Inteligentemente sozinho, não permitiu ser confundido com os “notáveis do bota abaixo”. Esclareceu que os seus propósitos serão sempre pela positiva e nunca contra ninguém. O compromisso de não oposição que anunciou funcionará como a boa pressão que todo o poder deve ter para elevar os seus níveis de competência.
Ontem garantirmos o futuro. Os que ficam estão obrigados a fazer melhor. E os que queriam entrar sem merecer nunca lá chegarão. Obrigado José Eduardo Moniz.

Na sexta-feira, estarão a votos a Lista A que conhecemos, com os defeitos e virtudes que a cada sócio caberá atribuir. E a lista B que repete (a exemplo de actos eleitorais anteriores) as frases de sempre de todos aqueles que criticam a actual direcção: "O Presidente foi sócio do Sporting e do Porto"; "O Benfica não pode ter funcionários de outros clubes".

Com muita pena constato que passados 3 anos o Benfica não tem alternativa. A oposição é uma aliança movida pelos ódios que partilham ao actual Presidente e não pela vontade de fazer melhor e diferente. Contrariando aquilo que tanto nos engrandece e distingue dos adeptos dos nossos rivais. Que é as nossas emoções ser movidas pelo amor ao nosso clube e não pelo ódio ao deles. Ou como o João Tomaz brilhantemente os descreveu - "são um não clube". 

Estas eleições também são o reflexo desta realidade. Deviam ser duas listas, mas afinal apenas existe uma. A lista A porque a B é a não A.

Eu voto B... de Benfica

Devido ao facto de pertencer às listas candidatas aos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica, abstive-me de comentar neste espaço por respeito à sua própria filosofia e não querer fazer dele um lugar de campanha eleitoral nestas duas semanas. Contudo, na véspera do dia que, em condições normais (mas que estatutariamente não está previsto), consideraria de reflexão, venho aqui fazer o democrático apelo à participação de todos nas urnas e manifestar a minha declaração de voto na Lista B...de Benfica:


As eleições aproximam-se a passos largos, faltando já menos do que 48 horas para se conhecer o veredicto final destas importantes eleições. Rui Rangel, líder da Lista B, a qual me orgulho de acompanhar, tem lutado, de forma diária, ferozmente contra o sistema estatutário, contra a propaganda na comunicação social, contra as ofensas da outra lista ou até dos perfis falsos no Facebook. O seu lema é BENFICA AOS BENFIQUISTAS e, nos tempos que se vivem, slogan com mais sentido não poderia existir e é nessa base que subsiste esta minha declaração de voto para sexta-feira.

A incorporação do lema BENFICA AOS BENFIQUISTAS por todos os membros que compõem a lista é, indiscutivelmente, a minha primeira razão para votar B... de Benfica, pois essa premissa, dentro de um clube como o Sport Lisboa e Benfica, deve ser inultrapassável. Primeiro, porque o lema "Juntos pelo futuro", apanágio da outra lista, não é verdadeiro. A lógica de poder de Luís Filipe Vieira é separatista há mais de 9 anos, com quem não pensa igual a si. E, seguidamente, só o simples facto de a Lista B ter vindo assumir publicamente, como o fez por diversas vezes, que a sua lista recusaria sempre comentar capas de jornais com conhecidos adeptos sportinguistas e pessoas como José Mourinho ou Luiz Felipe Scolari, que em nada lhes diz respeito o assunto, a falar sobre a grandeza do Sport Lisboa e Benfica seria, só por si, suficiente para se entender quem quer ter, de facto, os benfiquistas por perto e junto consigo.

Também acerca dos dois pontos mais polémicos desta campanha eleitoral, a Lista B sempre foi mais clara do que a Lista A. No que diz respeito ao reatamento das relações com o FC Porto, esta solução foi apontada na Comunicação Social pelo "soldado" José Eduardo Moniz e nunca pela Lista B. Já Rui Gomes da Silva, outro candidato a Vice Presidente da Lista A, veio afirmar que com ele no Benfica isso não acontecerá, revelador do saco de gatos que é a actual lista da continuidade. A lista B, numa voz única, questionou-se sempre, de forma clara, durante toda a campanha sobre quem é que mandaria afinal na Lista A, sem obter resposta, pelo que se sentiu na obrigação de relembrar todos os benfiquistas que o corte das relações com o nosso rival mais a Norte do país foi uma decisão da Assembleia Geral do Clube, tratando-se, pois, de uma deliberação que iria ser respeitada, até eventual posicionamento contrário dos SÓCIOS do Sport Lisboa e Benfica. A Lista B foi também a única que veio desmentir que alguma vez tenha afirmado que se sentaria lado a lado com Jorge Nuno Pinto da Costa, pois, tal como se escreve em linhas claras no seu manifesto eleitoral, vergonha, no Benfica, é não ser um exemplo, o que, quanto a mim, é novamente uma frase chave que me levará a votar B... pois na Lista B sabe-se o que é o Benfica.

Relativamente à renovação do contrato da Olivedesportos, ao contrário da contra-informação estimulada pelo lado contrário, esta nunca foi anunciada pela lista liderada por Rui Rangel. Desde o primeiro dia, a Lista B sempre afirmou  que a primeira coisa a fazer seria um estudo de viabilidade económica de um projecto autónomo na Benfica TV, assim como a procura da melhor oferta, num concurso público a nível internacional. Acrescentou ainda que, de uma forma séria, deveria ser dado a conhecer, por parte da actual direcção, o contrato vigente, assim como a proposta de renovação  - e daí a importância de um debate antes do dia 26 - , dando a Lista B sempre como garantido aos benfiquistas que direito de opção nunca significará direito de obrigação. Merecem, pois, de novo, repúdio, as declarações públicas de Rui Gomes da Silva. Fazem parte da Lista B inúmeras figuras que combateram Vale e Azevedo (mais do que na Lista A), junto de Luís Tadeu, desde 1997 até 2000, e a pressuposta ideia de "rasgar contratos" é a posição mais "Vale Azevedista" de toda a campanha. 


Importa ainda referir a este propósito que, em palavras ditas pelo próprio, a sua posição contra a Olivesdesportos é pessoal e não institucional, pelo que os sócios do Benfica bem que poderão continuar à espera da posição institucional do candidato a Presidente da Lista A. Logo, por me sentir esclarecido pela Lista B e perante o silêncio da Lista A, igualmente neste domínio, votarei B... pelos melhores interesses do Benfica.

Numa sociedade livre e democrática, da qual a história do Benfica se orgulha de ter ajudado a construir, é inadmissível que se defendam práticas que assassinam o esclarecimento e o confronto de ideias. Ninguém pode estar isento de ser confrontado. Lacaios televisivos de Luís Filipe Vieira ainda manifestaram moral em dizer que a ausência de debate se prendia com a ida do Presidente a Moscovo. Alguém acredita mesmo nisto quando a percentagem de jogos a que o Presidente assiste é muito inferior aqueles que assiste? Mas do lado de Rui Rangel, houve mais uma atitude à Benfica: 
 ofereceu a oportunidade a todos os benfiquistas de "debaterem" com ele na sua sede de campanha, no dia de véspera das eleições, estando disponível para todas as perguntas. Também sobre este domínio da "democracia do clube", no que concerne à questão estatutária, profundamente esmiuçada e crítica por grande parte dos sócios, apenas a Lista B se referiu  também acerca da importância da alteração da sua Carta Magna e, preferencialmente, com a presença de um número muito superior de sócios relativamente aos que decidiram aquele "golpe".

Por último, e não menos importante, a responsabilidade social que um clube como o Benfica representa. A reboque das ideias de Rui Rangel, Luís Filipe Vieira criou uma linha programática de "combate á crise" da qual só agora se lembrou. Depois de no início da época ter aumentado significativamente os valores, alicerçado nas desculpas do aumento do IVA e com campanhas de venda com Javi Garcia e Witsel na primeira linha, baixou agora os valores de red pass e quotas, usando novamente o poder instituído em seu proveito eleitoral. Contudo, novamente, só a posição de Rui Rangel sobre este assunto teve a profundeza devida que o assunto precisaria, até pelas causas que sempre defendeu durante toda a sua vida.  Uma das grandes virtudes da matriz histórica do Benfica é ter sido fundado por um grupo composto por vários indivíduos de origens humildes e de grande diversidade social e não exclusivamente pela vontade de uma pessoa. Quem ainda se lembra do que é o Sport Lisboa e Benfica, sabe que foi do esforço e abnegação de milhares que se fez o Benfica. Foi do "operário modesto que se esquecia das suas próprias necessidades para ir largar o seu óbulo com a alma a transbordar de ternura", como escreveram vários jornalistas, que se fez, por exemplo, o "velhinho" (e esquecido?) Estádio da Luz, inaugurado no dia 1 de Dezembro de 1954. O Benfica fez-se grande por ser simples e do povo. Já era mais do que tempo de se entender que o Benfica se desenvolve socialmente, não apenas empresarialmente. E Rui Rangel - faça-se essa justiça - foi o primeiro a mencionar este assunto.  Não tenho dúvidas de que o B...é que é de Benfica?

Só quem não conhece a história e a grandeza do Sport Lisboa e Benfica  – defensores ou não defensores dos atuais corpos dirigentes - é que não entende que o nível de “debate” e “invocação do passado” a que estamos a chegar é em tudo o inverso daquilo que é e fez o Glorioso: um clube com deferência institucional, democrático, respeitoso da sua (verdadeira) história, sem ofensas e guerrilhas entre os seus adeptos, nacional e que, quando não caminha contra a sua natureza e tem um espírito de liderança intrínseco, é sempre vitorioso.

Considero ainda que Rui Rangel e sua a Lista B estão na primeira linha de uma renovação das classes dirigentes que militam no Benfica, no Desporto e em Portugal. Houve um tempo em que um país inteiro – incluídos estavam os adeptos de outros clubes – reconhecia que o Benfica era uma das poucos instituições que se ultrapassavam a si próprias. Mais do que um clube de futebol, o Benfica sempre foi uma escola de dirigentes e de exemplo para o país. Portugal precisa, hoje e de novo, do Benfica. Mas, para que isso aconteça, o primeiro passo a dar é o de devolver o Benfica aos Benfiquistas, que sabem que o Benfica é eterno e que jamais irá acabar !

Dia 26 de Outubro de 2012, eu voto B... de Benfica ! 


Fernando Arrobas da Silva





Adaptados

Vivemos tempos difíceis, o jogo de ontem foi um preocupante regresso ao passado. Uma equipa completamente esfrangalhada, sem opções, sem chama, sem liderança, garra ou qualquer sinal de melhoria para o futuro próximo.
Temos o pior plantel dos últimos anos que as lesões sistemáticas de Carlos Martins e Aimar acentuam, expondo de forma confrangedora a falta de opções para um meio campo vazio de ideias e sem capacidade de recuperação. As adaptações não convencem nem os próprios colegas, Matic continua a não agradar nos jogos em que é preciso nervo; Enzo Perez tacticamente é pavoroso, abre espaços e parece sempre alheado das tarefas que lhe estão destinadas face ao seu posicionamento em campo; Garay passa o jogo a cobrir Melgarejo o que desposiciona Jardel e Maxi quando não anda em correrias tontas passa o jogo a dobrar Jardel. A tudo isto junta-se uma preocupante falta de criatividade ofensiva onde Rodrigo continua a ser adaptado a uma espécie de número 10 perdendo-se um bom ponta de lança com a agravante de ontem ter como tarefa, em determinadas alturas do jogo, trocar de posição com Bruno Cesar (ninguém percebeu, inclusive os dois jogadores em causa), ou seja, se posicionalmente e defensivamente o cenário é o descrito em termos ofensivos vivemos de repelões protagonizados por Salvio, e que, infelizmente, são cada vez em menor número.
É neste contexto futebolístico, de baixas expectativas para uma época que se antevê longa, cujos objectivos deverão circunscrever-se à luta pelo 2º lugar, Taça da Liga e Taça de Portugal se tivermos sorte no sorteio, que teremos eleições no próximo dia 26/10 (já sexta-feira).
 
Para as eleições existem dois candidatos mas zero alternativas.
 
De LFV espera-se a continuidade, nem sequer se dá ao trabalho de fazer campanha, de assumir alguns erros e propor-se a corrigi-los. Parece que tudo está bem e o futuro é risonho tal como o passado recente. Para ele, temos um Benfica pujante e preparado para as adversidades futuras, financeiras, desportivas, etc… o sol brilha, temos um plantel de sonho e o mestre das tácticas e catedrático do futebol como treinador.
 
Rui Rangel assume-se como ruptura ao caminho que vamos traçando, é oposição há vários anos, está bem assessorado em termos de comunicação especialmente nas redes sociais, blogues, etc…, contudo não consegue disfarçar o desconhecimento de algumas matérias vitais do clube, fruto de uma lista feita à pressa e pouco preparada do ponto de vista financeiro/económico. Tem vindo a melhorar, mas acabou de se afundar ao despedir Domingos Soares de Oliveira – o homem forte das Finanças na Luz e aquele que a meu ver vem salvando LFV do desastre a este nível – sem que se vislumbre na sua lista alguém com peso e com conhecimentos na área que me deixem descansado quanto ao futuro do clube. Propõe tirar Rui Costa da prateleira, reduzir o passivo e negociar os direitos televisivos sem ser com Oliveira. Como? Não sabemos, apenas sabemos que Carraça será despedido o que a meu ver é um bom sinal, mas quem será o seu substituto? Veiga?
 
É tudo de somenos e bastante o mal menor. Existirão 3 botões nas urnas, muito provavelmente apostarei no terceiro botão: o botão da esperança e da ilusão que qualquer folha em branco possa transmitir ao maior sonhador.  

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

E ideias?

Há em qualquer eleição presidencail seja no Benfica ou nos EUA, uma diferença entre o candidato que já é Presidente e o candidato que o quer ser, o challenger. O Presidente em exercício, tem obra feita - boa ou má, cada um terá a sua opinião, mas a obra existe e fala pelo candidato. O challenger tem de apresentar ideias, ideias concretas que demonstrem que vale a pena mudar não só de Presidente como de rumo. Dizer "eu não concordo com isto e isto, vou fazer diferente desta e desta forma, etc". Mitt Romney faz isso. Tem ideias concretas, ouve-se o homem e percebe-se que há uma diferença clara de caminho e objectivos entre ele e o Presidente. Ouço o juiz Rangel e fico na mesma. Para além de balbuciar uns disparates mal informados sobre o passivo e desenterrar o estafado tema da auditoria (parece ignorar que as contas já são auditadas anualmente pela KPMG), que ideias tem o juiz? Não lhe ouvi uma única. Não gosto particularmente de Vieira, desagrada-me quase sempre que fala, discordo de opções tomadas no apoio ao nandinho das facturas, incomoda-me a amizade com o salvador do braga e o oliveira das tvs, mas, que diabo, se a alternativa é esta, não me restam muitas opções.

domingo, 21 de outubro de 2012

Vergonha na cara Sr Presidente !

Corria o ano de 2000, oportunidade única surgia derivada ao facto de haver eleições no Benfica. Eu possuia nessa altura um voto, mas um sócio do Benfica começa por ter um só voto, eu não nasci numa casa em que se nascia benfiquista, mas não se nascia benfiquista nem de nenhum outro clube qualquer, escolhi este clube por a forma digna e diferente de estar no desporto e na sociedade portuguesa. Escolhi ser do Benfica por acreditar em determinados ideais. Escolhi com 6 anos, e só fui sócio aos 27 mas desde essa altura, nunca desisti de ser, imagine só que até sou dos que tem Red Pass, eu e o meu filho que tem 9 anos, e que é um grande benfiquista.
Estes factos nada lhe interessam, eu sei presidente, mas enquanto o Sr vendia o Deco ao porto e almoçava com pinto da costa, um amigo seu, eu estava preocupado com o Benfica, e lutava à porta do Estádio para que o Benfica que eu conheci não desaparecesse. Digo-lhe mais, eu seria incapaz de apertar a mão a esse bandido a esse nojento, quanto mais almoçar ou jantar com ele, se juntarmos a isso a agravante de ser sócio dos Corruptos do porto, eu pergunto quem é você para dar lições de moral aos outros?  Não é o sr que também foi sócio do sporting? E diz-me a mim que é benfiquista? Mas existe algum benfiquista no seu perfeito juizo que se faça sócio de um rival depois de ter mais de 18 anos? Se ainda fosse algum familiar a colocá-lo como sócio, numa altura que fosse menor? Eu compreenderia mas não é o caso!
Como lhe dizia, fui a almoços e jantares da lista de Vilarinho, imprimi panfletos e distribui-os à porta do estádio, angariei dezenas, para não dizer centenas de votos de outros sócios embora só possuisse um voto, e o que é engraçado é que nunca o vi? nem em reuniões nem almoços nem jantares nem em opiniões. E desafio alguém que  o tenha visto.
Por isso, você é passado e pode ser futuro, nem sei se Rangel é melhor, mas esqueça esse pensamento narcisista, você não é um presidente referência, nem nunca será, NUNCA, é só alguém que se está a servir de um património para se promover, tem pouca ética, a prová-lo está o ter trazido funcionários para apoiarem a sua candidatura, a exemplo do que fez Vale e Azevedo.
Para mim é só uma pedra num sapato, que mais tarde ou mais cedo vai sair, é só um espaço temporal que se esvairá na semana seguinte a deixar de o ser, ambos sabemos os seus interesses económicos, o Senhor não passa de um homem de negócios. Um homem de negócios que irá assinar com a Sport Tv quer apostar comigo?
    

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Rival e adversário

Temos oficialmente dois candidatos à presidência do SLB. Os discursos de abertura não entusiasmaram muito, parece-me que uma vez mais não se discutirá o essencial e andaremos a discutir o assessório. 

De um lado, LFV mantém a coerência, o mesmo discurso, a mesma linha dos últimos anos com as virtudes e defeitos que tal acarrecta e que se conhecem. 

Do outro lado Rui Rangel, cria expectativa, alimenta a possibilidade de existirem propostas diferenciadoras e inibe pelo desconhecimento do seu projecto. Do discurso inicial pouco se retirou ficou-me no ouvido uma frase “rivais do Norte ou os adversários da Segunda Circular” o que perspectiva uma linha de actuação. 

Trata-se de uma minudência, mas como já referi será de minudências que, infelizmente, esta campanha evoluirá. Rui Rangel tem no entanto um handicap para ser encarado como alternativa, precisa urgentemente de se demarcar de Veiga, enquanto não o fizer será apenas um candidato e nunca uma alternativa.

Modalidades

Nesta altura que fervilha, e ainda bem, com a campanha eleitoral, não quero deixar passar em claro aquilo que no dia a dia faz de nós Benfica. As cinco modalidades de pavilhão conquistaram os cinco troféus em disputa no início de época - supertaças de Futsal, Hóquei e Voleibol (competições de um jogo só), supertaça de Andebol (apesar do mesmo nome, é uma competição diferentes das outras, com 4 equipas) e troféu António Pratas de Basquetebol (que já nos obrigou a disputar, e ganhar, quatro jogos). Pena o afastamento da equupa de Futsal da Final Four da Taça Uefa, mas não se pode ganhar sempre. Uma palavra para o excelente início de época de uma das equipas que mais tenho criticado nps últimos anos, a de Andebol. Os novos reforços estão a provar a sua importância, nomeadamente o guarda redes espanhol Vivente Álamo, de facto de um nível superior ao que de muito bom temos nesse posto no Benfica e no todo do andebol português. E deixo finalmente uma pergunta: para quando o regressso à Europa nas modalidades de Basqutebol e Voleibol? Tinha muita curiosidade de ver estas equipas contra adversários fortes, que é coisa que por cá vai rareando.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Votos

Tenho lido pela blogosfera alguma consternação pela diferença de votos que cada sócio possui em função dos anos em que é detentor dessa qualidade. A defesa de um sócio equivale a um voto argumenta-se que não são admissíveis graus de Benfiquismo. Obviamente que os graus de Benfiquismo não se discutem, muito menos são mensuráveis, mas não creio que seja essa a equação.

Com a dotação de votos não se classifica o amor à causa mas sim a dedicação temporal a essa mesma causa. 

O SLB existe e provoca alegrias a todos os Benfiquistas (sejam 6 milhões ou outro número qualquer) mas sobrevive graças aos 250.000 sócios (se pagantes). Um sócio com 25 anos antiguidade contribui ou contribuiu mais para o clube que outro que é sócio quando o Benfica ganha e deixa de o ser quando perde. É para mim natural o n.º de votos e de decisão premiar quem, há mais tempo contribui para a grandiosidade do clube. Sem desprimor, sem descriminação entendo-o como prémio e não me parece que desvirtue a essência democrática do SLB.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O clic que falta

O SLB nos últimos 5 anos, comparando com a década anterior, cresceu muito enquanto clube, enquanto equipa de futebol, enquanto marca.

A nossa história é grandiosa, a nossa matriz é a vitória, apesar do crescimento, apesar de voltarmos a ser competitivos enquanto clube (no seu todo) falta-nos sucesso, falta-nos o sabor, aquele delicioso sabor da vitória. 

Vários passos foram dados, alguns acertados, outros nem por isso. Julgo que estamos perto de atingir o patamar que ambicionamos, mas falta algo, falta um clic.
 
Será a dupla LFV e JJ capaz de repor o SLB na senda de vitórias que todos ambicionamos?
 
Cada um terá a sua opinião, e uma vez mais, a variedade de respostas será tão diversa quanto o número de pessoas que versarem sobre ela. Pessoalmente tenho dúvidas, muitas dúvidas.
 
As minhas dúvidas não se prendem com JJ, apesar dos erros (os mesmos de sempre), da teimosia, tem competência suficiente para liderar o Benfica rumo aos títulos.

A grande dúvida, a preocupação centra-se em LFV. O crescimento que mencionei tem muito do nosso presidente assim como o clic que falta. Sinto muitas vezes que LFV está esgotado, no entanto, observo o trabalho nas modalidades e sinto que é esse o caminho, o Presidente reúne condições financeiras e entrega as decisões a quem percebe da poda. A ideia está lá e o sucesso é evidente, seria só transpor a ideia para o futebol, será este o clic que falta, mas que ano após ano tarda e temo que não ocorra, e se o Presidente continuar a ser aconselhado por Carraça, Silva, Carneiro e companhia dificilmente ocorrerá.

Candidatos

Penso que a apresentação de uma candidatura séria de alternativa a Luís Filipe Vieira só beneficiará o Benfica e o debate interno que é desejável que se faça e se possível de forma séria, mas apaixonada........................................................................................................................................................................................................................................................... Aguardo portanto com expectativa o que terá a dizer o eventual candidato Rui Rangel, nomes que integram a lista, etc. No entanto, á partida estranho que uma candidatura apareça assim do nada a duas semanas das eleições. Não percebo. Estarei atento............................................................................................................................................................................................................................................................... Entretanto um dos nomes mais sonantes da anterior oposição, José Eduardo Moniz, vai integrar agora a candidatura de Vieira. Não sei a troco de quê, não sei que compromissos foram feitos. Também não percebo, também estarei atento............................................................................................................................................................................................................................................................... Não gosto particularmente de Vieira, mas a obra apresentada é válida e nalguns pontos impressionante. Qualquer alternativa terá de me convencer que fará melhor. E espero que a discussão não se fique pela eterna demagogia de um "Queremos um Benfica ganhador" e "Queremos um Benfica europeu" e "Vamos contratar o Ibraimovic".......................................................................................................................................................................................................................................................... Estas eleições prometem.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

As contas de Pompeu

Perante a ameaça que chegava a Norte, Pompeu armou as suas carruagens e rumou a Sul, abandonando Roma. E, quando Júlio César, finalmente, chegou, a cidade estava abandonada, mas já era sua…

Muitos se têm questionado, a propósito da última Assembleia Geral que reprovou as contas do último exercício do clube, qual é a lógica de fundo de uma nova aprovação ou reprovação das contas depois do acto já ter sido realizado, como previam os anteriores estatutos. As perguntas multiplicam-se: “Como é que se pode apresentar outro R&C se os custos e os proveitos já foram realizados? Quererá isso, estupidamente, dizer que se devem mascarar as contas ou fazê-las mais bonitas?” Mas antes de chamarmos “estúpidos” aos outros devemos ter o cuidado de não sermos nós a proferir as "estupidezes mais estúpidas"… Se lá estava escrito, não julguemos logo com desprimor quem o escreveu, sem pensarmos um pouco ou informarmos-nos um pouco mais sobre o assunto.

A convocatória de uma segunda Assembleia Geral não se prende com a apresentação de novas contas, mas sim pelo facto de, alertada toda a população com capacidade estatutária de votação do primeiro chumbo, haver uma segunda Assembleia Geral, órgão deliberativo máximo do clube, mais representativa. É uma regra fundamental da democracia, a que se chama “segunda oportunidade” dada, através de uma convocação atempada de 15 dias, àqueles que, pelos mais variados motivos, não se dirigiram à primeira Assembleia, podendo-se, com isso, mudar o rumo dos acontecimentos. Este é um facto que apenas acontece com o Relatório e Contas, o que só por si denota a importância do assunto.

É claro que esta explicação deveria partir dos órgãos sociais do Benfica. Até porque a segunda convocação de uma Assembleia Geral, após sucedido o chumbo das contas, prevalece no Código Civil e não nos Estatutos, que a cada dia mostram mais o carinho e dispêndio de tempo que lhes foi atribuído. Quando os estatutos são omissos, prevalece a lei geral e, neste caso, o Artigo 173º, ponto 1 e 3 do Código Civil.

Assim, moralmente, quem deveria convocar a segunda Assembleia Geral seria o Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica. Este, no entanto, não o pretende fazer, uma vez que as eleições do clube se aproximam e considera que a legitimidade da Direcção pode voltar aí a ser consubstanciada. Nada mais errado. As eleições são, de facto, uma Assembleia Geral, mas é esta Direcção actual, no seu todo, que está a ser avaliada e não aquela, provavelmente liderada pelo mesmo Presidente, que se irá candidatar e que até pode incluir nomes diferentes. Não existe qualquer direito – e é uma enorme falta de respeito – em usar as eleições para o quadriénio 2012-2016 para que se legitimem as contas do triénio 2009-2012, que foram reprovadas.

Uma coisa são eleições para o futuro, para as quais Luís Filipe Vieira tem todo o direito, como sócio, de se candidatar e que até poderá voltar a ganhar, caso seja essa a decisão da maioria dos sócios. Mas outra bem distinta são as contas do passado, que não foram aprovadas, na primeira Assembleia Geral, e sobre as quais já deveria ter existido uma segunda assembleia que, por não ter sido realizada, não se sabe o resultado.

Embora já só se pense nas eleições que se aproximam, isto parece-me, novamente, demonstrativo da falta de preparação que os actuais órgãos sociais do clube têm demonstrado naquilo que diz respeito à cultura associativa, e não singularmente empresarial, do clube

Pelo exposto, e por acreditar nas suas noções de associativismo e cidadania, assinarei, com gosto, a circulante folha de assinaturas que permitirá a candidatura a Presidente do estimado consócio que se encontra no seu cabeçalho… Sendo, até ao momento, a única.


A minha assinatura nessa (saudosa) folha é, essencialmente, uma manifestação clara de que o Benfica necessita muito de ser discutido e de ter outras regras de funcionamento entre os seus dirigentes e os seus associados. E quem contribuir para isso, de forma elevada e distinta, contará com o meu voto de certeza absoluta.

Viva o Benfica !

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ontem

Ontem, na primeira parte, acho que foi um bom jogo de futebol, com equilíbrio evidente nas oportunidades de golo criadas, embora não na posse de bola. Gostei bastante da nossa equipa nessa primeira parte, à qual faltou o que tem faltado noutros jogos - capacidade para concretizar as oportunidades criadas, concentração defensiva em momentos de perigo. Contra uma equipa que nos é superior, essas falhas pagam-se caro. Depois na 2ª parte a equipa foi-se apagando. A entrada de Carlos Martins nada trouxe, e a de Aimar também não, talvez por ser tardia - jogar 30 minutos numa equipa que tem 30% de posse de bola não dá muitas hipóteses a um jogador de poder pegar no jogo e exprimir o seu talento, pois não? É só fazer umas contas simples. Agora quero é ganhar ao Beira Mar.

Os benfiquinhos

Começo a estar farto de alguma blogosfera benfiquista, sobretudo daquela que vive na obsessão de criticar tudo, fruto da aversão que tem a Luís Filipe Vieira e, em certos casos, Jorge Jesus.
Antes de mais, para não haver dúvidas, declaro que votei duas vezes no actual presidente do Benfica: em 2003, quando teve como adversário Jaime Antunes, e em 2006, ano em que não teve adversário, mas fiz questão de me deslocar à Luz, para lhe confiar o meu voto. Há 3 anos, não gostei da golpada eleitoral que protagonizou, e votei em branco. Este ano, fruto da discordância em relação a muitos aspectos da sua gestão, também não darei um voto de confiança aos actuais órgãos sociais ou a quem lhes suceder na lista de Vieira. Voltarei a votar em branco, a menos que apareça alguém que me convença que está ali a solução para o Benfica, no que infelizmente não acredito.

Posto isto, voltemos ao que me levou a escrever este 'post'. Parece-me que há benfiquistas que passam a semana ansiosos por desaires da nossa equipa, para poderem malhar à vontade no presidente e no treinador. O que eles parecem rejubilar quando as coisas correm mal, indo buscar algumas das disparatadas frases que, para mal dos nossos pecados, tantas vezes caracterizam o discurso de Vieira! Amigos: eu também nunca percebi o apoio a Fernando Gomes, causa-me urticária a ziguezagueante estratégia e consequente comunicação (ou falta dela) quanto ao despautério que é o futebol português e, em particular, a sua arbitragem, não defendo unanimismos em volta da figura do presidente, estou preocupado com a situação financeira do clube e da SAD. Sim, também eu acho que Vieira e Jesus têm cometido muitos erros, que temos um 'plantel' desequilibrado e que a planificação da época futebolística esteve longe da perfeição, mas não consigo, qual abutre, colocar-me à espreita de cada vez que a minha equipa joga, para bater se não ganharmos, ou melhor, se não esmagarmos o adversário, mesmo que se chame Barcelona.

Alguns discursos no rescaldo do jogo de ontem são de pasmar. Jogámos só contra a melhor equipa que alguma vez vi e que dispõe daquele que será porventura o melhor jogador de sempre. Gostava que o Benfica tivesse dado outra réplica, evidentemente. Que tivesse sido mais agressivo, menos receoso, mais matreiro, menos submisso. Mas não foi possível. Poderíamos ter feito mais? Sem dúvida. Mal tocámos na bola durante a segunda parte, dando uma sensação de impotência que contraria os nossos desejos? É verdade. Mas isso já aconteceu a tantas equipas... Quando vemos o Messi fazer 'slaloms' entre os jogadores de outras cores, elogiamos a sua capacidade. Se o faz contra nós, perguntamos porque não houve ninguém capaz de lhe dar uma pantufada. Mentalizemo-nos de que o Benfica dos anos 60 já lá vai. Quando comecei a ir à Luz, nos anos 70, ainda Eusébio vestia a nossa camisola, embora já não com o fulgor de outrora, invejava quem tinha vivido essa época. Aliás, ainda hoje invejo. Consegui ver o Benfica em várias finais europeias, assisti à sua agonia e, mais recentemente, à recuperação de alguma glória. Não estamos onde todos gostaríamos. Com a conquista no campeonato de 2009/2010, pensámos que, a partir daí, seria sempre a subir. Não foi, muito por culpa própria, mas igualmente por força do que é este miserável futebol nacional. E não, não temos um benfiquinha. Temos um Benfica que não é tão grande como gostaríamos, que está longe do colosso dos anos 60, que não consegue dar luta ao Barcelona, que se farta de dar tiros nos pés, mas que continua a ser um grande clube. E não, isto não é pensar pequeno, é ter consciência da realidade e reconhecer que não está tudo mal.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Não passa nada...

A poucos dias do terceiro Benfica – Barcelona no Estádio da Luz, as contas do clube chumbaram em plena Assembleia Geral, o órgão deliberativo máximo consagrado pelos Estatutos...E, embora o Presidente da Mesa da AG tenha pedido que se retirem ilações, não passa nada...

Acredito, com sinceridade, que até vamos conseguir, de forma surpreendente mas guerreira, vencer pela primeira vez os ‘blaugrana’ em eliminatórias para a Liga dos Campeões com um golo ao minuto 83 de Enzo Perez na baliza Sul. Para alcançar tal feito, bastará espírito de combate e um pouco da mesma sorte dos últimos minutos da Final da Taça dos Campeões Europeus que vencemos a este mesmo clube, em Berna, no ano de 1961.

‘Más que un club’ apregoa o lema barcelonista no seu Camp Nou. Uma equipa que decidiu chamar a si a glória e atingiu o respeito do mundo só composta por portugueses fez a História do Benfica.

A primeira vez que o Benfica jogou com um jogador estrangeiro no seu onze foi apenas no ano de 1979, cinco anos passados o 25 de Abril e a guerra do Ultramar. Para tal, esse mesmo desígnio teve de ser aprovado em Assembleia Geral do clube e esse momento é reconhecido como um dos mais importantes na sua história. Importa revelar que nessa Assembleia – foi a segunda em que os sócios se tiveram de mobilizar, pois a primeira tinha reprovado esta mesma proposta dois anos antes -, após 8 horas de discussão, registaram-se 472 votantes e perfilaram-se apenas 62 votos contra.

Este domingo à noite quis ouvir com atenção os programas televisão de debate sobre a atualidade desportiva. Inevitavelmente, o tema do chumbo do relatório de contas na AG do Benfica da passada quinta-feira foi abordado...E, segundos os representantes dos adeptos (?) benfiquistas, não passa nada...

“O que são 700 sócios organizados que congeminaram este resultado de chumbo?”, questiona-se um peso-pesado da esfera benfiquista, referindo-se que nem representam 1 % representa de todo o universo encarnado e que aquilo que se passou não foi mais do “uma democracia obsoleta”. É ofensivo ouvir isto de alguém que depois revelou nem ser sócio afinal. E que, por essa mesma razão, nem sequer esteve lá...

Acrescentou ainda que muitos dos presentes se fizeram sócios no próprio dia. Mais um desconhecimento da realidade clubística do seu clube do coração. Os sócios só têm direito a votar após um ano de antiguidade, mas têm direito a participar nas Assembleias Gerais até lá. Embora até consiga reconhecer a existência de algumas ‘trapaças’ e de sócios a votar mais do que uma vez - o que em nada diferenciou os resultados tal foi a inequívoca vontade da maioria dos sócios que lá estavam – a culpa do sistema ineficiente é da própria Mesa da Reunião Magna, que não aceitou a proposta de um sócio no palanque de um modelo de voto diferente em urna fechada ou com entrega do papel correspondente ao seu número de votos na Mesa, ficando o devido nome e número de sócio assinalados.

Apesar de todo este espetáculo, digno de uma total iliteracia democrática, defendeu de forma intransigente os novos Estatutos do clube, com normas que são altos atentados à liberdade aprovados por uma Assembleia Geral que reuniu pouco mais de 100 associados. Já não sei, de todo, se isto é incoerência, ou ‘lambe-botismo’ desenfreado. O que sei é que as contas chumbaram... E, estatutariamente, não passa nada...

Com sinceridade, desde que nasci que, inequivocamente, o FC Porto tem obtido mais vitórias e taças. Contudo, nunca esperei assistir ao mais (mais um!) degradante espetáculo: ver um benfiquista receber lições de democracia de azuis-e-brancos e de gestão e respeito institucional de verdes-listados.

Já mais de 5 dias se passaram desde que as contas chumbaram... E, verbalmente por parte dos órgãos executivos do clube, não passa nada...

Anualmente, como sócio do clube, tenho encargos que sou incapaz de não ter em dia. Pago mensalmente as quotas do clube, anualmente o lugar no Estádio. Fora cachecóis, camisolas, livros e bilhetes para determinados jogos para a família ou para a namorada. Vou, frequentemente, às Assembleias Gerais do clube, sou dono da minha consciência, não me deixo instrumentalizar, não levo petardos e nunca mandei ninguém calar.

Mas exijo respeito por cada cêntimo que pago e ação que tomo, sobretudo se estive até do lado que venceu a votação e chumbou a proposta apresentada. Uma direção que apresenta relatórios de contas na ordem de Milhões de Euros, mas que não respeita 1 Euro que seja gasto por um dos seus associados, é uma Direção que não merece que o seu Relatório de Contas seja passado...

Do alto dos meus 50 votos que tenho aos 28 anos de idade – e que abomino representar (alguma vez sou 50 vezes, 10 ou 2,5 vezes mais benfiquista do que alguém?) -, com esta atitude de informar com mentiras os seus ‘lacaios’ na Comunicação Social e de estratégia de silêncio absoluto perante a justificação que deve aos seus associados, desta Direção não passará mais nada...

Eu confio nos sócios do Benfica e em qualquer que seja a escolha da sua maioria. No entanto, na máxima liberdade da minha expressão, poderei é discordar dela e não ser defensor, de entre outras coisas, que existam normas estatutárias onde se escrevam artigos com termos tão jurídicos como "no entanto" lá no meio.

Nos dias hoje, será demasiado ambicioso querer ser de um clube que seja, de novo, um exemplo máximo, para todos, daquilo que devem ser os comportamentos da vida em sociedade?

Concorde-se, ou não, com esta visão, o ‘meu’ Benfica não se limita a ser uma equipa de futebol. É muito mais do que isso: é uma escola de cidadania que merecia, a cada episódio, outro sentido de partilha, outro carácter, outra paixão, outro afecto e outra honra.

E que, quando assim é naturalmente, dentro do campo vence sempre. Até ao Barcelona.

Interrogo-me

Interrogo-me sinceramente se a diferença que seguramente existe entre o Benfica e o Barcelona, ou mais concretamente entre as suas equipas de futebol que hoje se defrontam, será maior quem em 1961. Acho que provavelmente a resposta será "Não". Em 61 o Barcelone tinha uma excelente equipa e alguns dos melhores jogadores do mundo, como tem hoje. Mas o Benfica de 61 era uma equipa ainda de um profissionalismo incipiente, que Otto Glória tinha começado a implementar pouco tempo antes. A experiência internacional dos seus jogadores era praticamente nula. E ainda nem sequer havia Eusébio. O fosso que o separava de um Barcelona altamente profissional, com jogadores já muito bem pagos e hábitos de treino mais avançados, era enorme. Hoje defrontam-se duas equipas profissionais, ambas apoiadas por estruturas e condições de treino equivalentes, longe do abismo que neste particular as separava em 61. Do nosso lado estão jogadores cuja experiência internacional, em competições de clubes e de selecções, não fica longe da dos jogadores do Barcelona. Por isso não acho que a missão de hoje seja impossível. Muito difícil sim, mas impossível não.