quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

400…100…10



A Nação Benfiquista anda a gravitar no céu envolta no número 400 milhões. Já li variadas opiniões, muitas delas com diferentes interpretações, mas todas baseadas em desinformação. Enquanto não forem esclarecidos os contornos do negócio ninguém poderá afirmar com certeza se é um bom negócio ou mau, apenas poderemos dizer que alguém anda a trabalhar e a tentar arranjar as melhores soluções para o futuro do clube. Pelos vistos a contenção financeira e a necessidade de obter receitas no imediato tornou-se premente. Não o era já nos últimos anos?

Não contentes com os 400 milhões já andamos a sonhar com os 100 milhões que hipoteticamente receberemos pela venda do naming do estádio, desta vez, ainda com menos informação.

No meio disto ando preocupado com os 10 minutos em que aparentamos jogar futebol, já que nos restantes 80 minutos não jogamos nada, mas mesmo nadinha. 

Bem sei que os negócios, as finanças são alicerce essencial que permitirá lutar por títulos no futuro, mas será que não era possível fazê-lo mantendo a competitividade a qualidade e a luta por títulos no presente? É que eu vivo no presente, vejo os jogos hoje e gostava de festejar em Maio. É daquelas situações a que nos habituamos e gostaria de manter pois deixa-me feliz e contente. 

Parece que este é um ano de transição, por acaso transição é o que não conseguimos fazer em campo, nem defensiva, nem ofensiva. É o ano de transição para um novo paradigma que assenta no jogador made in Seixal? Mas isso implica com o passar do tempo jogar cada vez pior? É que o Benfica deste ano de transição jogo após jogo parece pior: O Júlio Cesar está a sofrer golos com alguma responsabilidade algo que não fazia; o André Almeida era um defesa certinho que por vezes atacava, agora não ataca e é intermitente na defesa; Eliseu era mau agora é medíocre; Jonas fazia a diferença e espalhava perfume, agora parece que não consegue fazer um passe; Pizzi era um médio fraco agora é um pavor a médio e um extremo pobre; Talisca era um jogador promissor agora é um gajo com um penteado esquisito, mas parece que andamos a valorizar os nossos miúdos de 18 anos. Pena é estarmos a desvalorizar os restantes jogadores e não sei se já mencionei: não jogamos nada, nadinha. 

Ganhar alguma coisa este ano com esta produção futebolística é a mesma coisa que pensar ganhar o euromilhões jogando com 4 cruzes. Pode ser um ano de transição ainda não percebi é para onde, no imediato vejo o abismo e um saco de notas a fazer contra peso.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Adeptos e opiniões

O anonimato clubístico a que me entrego, cada vez com maior regularidade, quando em espaços públicos me vejo perante conversas sobre futebol permite-me ouvir opiniões para todos os gostos e acima de tudo permite-me cruzar esses comentários com algumas bocas ouvidas no Estádio da Luz e algumas medidas “populares” que por vezes são tomadas em função dos ditos de muitos adeptos.

Um colega de bancada frequentemente afirma que “o problema do Benfica são os próprios adeptos”. Confesso que cada vez mais me revejo nessa frase.

Hoje à hora de almoço comentava-se o jogo de ontem e entre várias alarvidades ditas uma ficou a ecoar na minha cabeça: “Gaitan corre pouco, trabalha pouco e desequilibra a equipa” enquanto emitiam loas ao esforço de Guedes e Jimenez.

Estes são os mesmos que tornaram a presença de Ola John no plantel insuportável, que hoje assobiam Talisca e no passado não podiam com Cardozo.
Obviamente que não posso comparar Gaitan a Talisca, Cardozo ou Ola John, mas é-me possível afirmar que são todos jogadores talentosos ainda que em dimensões diferentes e com aproveitamentos dispares em função do enquadramento na equipa.

Gonçalo Guedes é um jogador talentoso com enorme margem de progressão, luta muito, tem características interessantes mas não consegue fazer uma recepção em condições. Já não falo em recepção orientada mas uma simples recepção.
Sobre Jimenez nem consigo pensar muito, ao vê-lo jogar lembro-me do Pringle. Corre muito sem qualquer critério e com a bola nos pés é um pavor. Poderá estar em fase de adaptação mas sinceramente não consigo ver potencial nele para além de ser lutador.

Sobre Cardozo não vou falar já o fiz no passado e em resumo foi o melhor ponta de lança que vi jogar de águia ao peito. Sobre Gaitan parece-me idiota afirmar qualquer coisa menos do que génio. Ola John e Talisca são parecidos, puros talentos, com a bola nos pés são muito bons e fazem dela tudo o que querem, falta-lhes nervo, combatividade, atitude e conhecimento táctico, elementos que se podem ganhar principalmente se devidamente enquadrados em termos de equipa e em termos tácticos.

O que entronca na questão táctica deste Benfica. Não jogamos nada, nadinha. Este sistema de 4-4-2 género finais dos anos 80 onde tudo é feito aos repelões em que os três sectores jogam muito distantes uns dos outros obrigando a muita correria. Neste formato dá efectivamente jeito ter jogadores que corram muito, permite amenizar as lacunas do sistema de jogo. Pessoalmente não gosto de running, para ver malta a correr existem maratonas a rodos por todo o país, eu quero ver futebol, quero ver artistas, talentos, quero ver uma equipa a jogar em bloco, automatizada a jogar em apoio, a cobrir os espaços posicionalmente. O que vejo não é nada e depois a culpa é do Talisca, como já foi do Ola John e é do Eliseu e será do Luisão, é do André Almeida e do Samaris, do Jonas que não aparece nos jogos grandes, do Mitroglu que é pouco móvel, nunca será do Clésio, Nelson Semedo (que infelizmente poderá ter a carreira em risco), do Gonçalo Guedes ou do Renato Sanches que ainda correm muito e alegram a malta e pelos vistos também não é do treinador, pena estarmos em 2015.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Confiança e competência

O Benfica perdeu em Arouca com uma exibição relativamente pobre mas com a qualidade suficiente para numa situação normal ter, pelo menos, empatado o jogo.

Tenho lido e ouvido muitos adeptos culparem o nosso treinador pelo desaire de domingo relembrando pela enésima vez as maravilhosas e esplendorosas exibições que fazíamos com o anterior treinador. Bem sei que a memória dificilmente perdura para além das 48 horas e muitos dos que hoje desesperam já se esqueceram que em 90% dos jogos realizados fora da nossa casa durante época passada foram, em termos exibicionais, iguais ou piores que o jogo frente ao Arouca. Claro que os resultados foram melhores com algumas, felizmente, poucas excepções o que faz toda a diferença, mas importa é perceber o porquê da diferença nos resultados e se essa diferença é responsabilidade única do treinador.

Em termos exibicionais a pobreza de espectáculo nos jogos da passada temporada e da presente devem-se sobretudo à falta de qualidade do plantel. Sem qualidade não há milagres esteja quem estiver a orientar a equipa. Depois existem factores que podem agudizar ou encobrir essas qualidades ou falta delas que é a competência técnica e táctica do treinador e a confiança com que cada jogador vai a jogo e é nestes dois itens que sobejam dúvidas.
Em função da pré-época a que fomos sujeitos, fisicamente, a equipa está debilitada, isso é notório na falta de explosão que alguns dos nossos jogadores apresentam e isso tem implicações directas na confiança dos nossos atletas. Todo o folclore em torno da saída do anterior técnico, sms, processos judiciais, indefinição no plantel, os resultados da pré-época e pressão acrescida face à desconfiança para com Rui Vitória não ajudam nada. O resultado está à vista e julgo que o treinador não será quem tem a maior fatia de responsabilidade.

Não quero com isto dizer que Rui Vitória não tem errado ou que é um excelente técnico. Sinceramente ainda não se percebeu, existem algumas situações que não me deixam descansado, tais como:

- Indefinição no sistema táctico;
- Alguma incoerência de escolhas para os jogos em comparação com os particulares realizados pelo continente Americano;
- Manutenção de um sistema similar ao do anterior treinador mas sem os pontos fortes deste, nomeadamente transições rápidas e movimentação ofensiva, expondo um futebol que se quer de posse a um futebol directo, vulgo pontapé para frente ou bola nas faixas e despejar a mesma na área sem grande critério;
- Substituições que revelam pouca preparação e aposta na fezada. Não percebo no contexto actual substituições que impliquem o desnorte táctico da equipa: tira defesa esquerdo para por um extremo (que não tem jogado) e posteriormente tira o único médio defensivo para colocar um avançado (acabado de chegar).

Ainda assim acho que devemos de uma vez, interna e externamente, saber mudar a página e seguir o nosso caminho. Com confiança, com exigência, com competência e preferencialmente com vitórias não esquecendo que o anterior técnico esteve cá seis anos e tem uma forma de estar e de trabalhar muito marcante, logo a sua substituição nunca seria fácil e temos vários exemplos por essa Europa fora em que a transição de um treinador com essas características não correu bem. Ferguson, Guardiola, Mourinho só para citar alguns quando saíram no ano seguinte os seus clubes sentiram bastantes dificuldades em voltar ao “normal”. No nosso caso temos várias coisas a nosso favor: Lopetegui; Bruno de Carvalho e uma massa adepta que devidamente dedicada poderá dar o toque que falta ao nosso plantel.
A responsabilidade também é nossa.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Urge corrigir

Em função do resultado da última noite parece que alguns Benfiquistas que andavam pela internet a enxovalhar outros que vinham alertando, demonstrando alguma preocupação sobre a forma como esta época tem vindo a ser preparada, acordaram e começam também eles a considerar que algo vai mal.

Na semana passada tinha algumas dúvidas sobre as razões que consubstanciavam esta forma de estar, hoje parece-me evidente que o problema é financeiro, logo, muito mais preocupante do que apenas desportivo.

A estabilidade económica, capacidade de investimento em jogadores de qualidade superior ruíram juntamente com o BES. Neste momento o principal objectivo da Direcção passa pelo equilíbrio orçamental, pelo que é necessário reduzir significativamente os custos com vencimentos e naturalmente com a aquisição de atletas. Tal medida do ponto de vista desportivo obriga a uma incursão no mercado bastante criteriosa e a uma gestão do actual plantel bastante cuidada. Conseguir assegurar receitas extraordinárias com as vendas sem diminuir a qualidade do plantel (substituir internamente ou através de aquisição cirúrgica, vulgo, bom e barato).

É perante este cenário que a capacidade dos nossos dirigentes (a estrutura) terá que aparecer e demonstrar competência. Para já não se vislumbra pois a pré-época foi totalmente sacrificada em prol da receita. Foi penoso ver os jogadores em constantes viagens, longe da família, habitat a enfrentarem condições climatéricas muito pouco recomendáveis para a preparação física, técnica e táctica da equipa. Sacrificámos a preparação em prol da receita algo que Rui Vitória acabou por confirmar nas suas últimas declarações deixando no ar a esperança de conseguir, nos próximos dias, corrigir a situação.

Esperemos que seja possível, nestas duas semanas que antecedem o início do campeonato, preparar a equipa para a época. Tenho as minhas dúvidas pois estas primeiras semanas deixaram mossa e temo que a supertaça também o possa fazer se o resultado for negativo, mas vamos acreditar que Rui Vitória tem a capacidade para suprir os erros cometidos até aqui pela direcção com LFV na linha da frente e com responsabilidades acrescidas.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Erro ou falência do projecto financeiro?

“Rui vitória terá os mesmos argumentos que o treinador anterior…”

Esta é a frase que entoa na minha cabeça. Proferida por LFV na apresentação do novo treinador afirmando perentoriamente que o investimento no plantel, em qualidade, se iria manter.

O presente post não resulta do jogo desta madrugada é algo que há algum tempo me acompanha cuja preocupação resolvo agora partilhar.

Esperaria eu que após um período de sucesso que resultou em duas épocas de títulos, se identificasse as verdadeiras razões que permitiram esse feliz desfecho e as mantivéssemos independentemente dos protagonistas. Existem várias razões que ajudaram na vitória mas quanto a mim os resultados deveram-se ao forte investimento no plantel dos quais tiramos dividendos desportivos e financeiros. Certo que o clube estruturalmente está mais equilibrado, certo que o treinador soube aproveitar os activos e tirar rendimento desportivo desses activos, mas fê-lo porque havia qualidade, não há milagres. Espanta-me que se abandone um projecto de 7/8 anos de investimento desportivo, e reafirmo: com retorno desportivo e financeiro, para se apostar num projecto à Sporting que tantas alegrias nos tem dado.

Aponto a duas razões principais para este comportamento por parte da direcção:

1 – Estão convencidos que fazem milagres e que os “ses” passam a certezas, ou seja:

Se Silvio não se lesionar; Se Eliseu aprender a ser defesa esquerdo; Se Pizzi aprender a ser um 8 de grande qualidade (que está muito longe de o ser); Se Fejsa não se lesionar; Se Talisca passar de promessa a certeza; Se Taarabt após anos de promessa adiada passar a ser jogador que faz a diferença; Se Carcela for reforço e não promessa; Se Ola Jonh passar a ser competitivo; Se Gaitan e Jonas ficarem algo que me parece cada vez mais difícil; Se Salvio recuperar a tempo para fazer a diferença; Se Jonathan confirmar potencial e se Rui vitória for efectivamente bom treinador.

2 – Falência do projecto financeiro de LFV, ou seja:

A recuperação económica veiculada e afirmada alto e bom som, ruiu juntamente com o BES não permitindo a manutenção do investimento (mesmo após o forte desinvestimento já ocorrido na época passada e o retorno financeiro que temos tido nos últimos 5 anos) e obrigando a uma redução drástica do orçamento.
Não me sinto confortável com qualquer das razões, em ambas cheira a incompetência e forço-me a não querer acreditar em qualquer delas algo que, admito, tem sido difícil.

Sinto que vamos andar neste marasmo até à supertaça. Nesta soará o primeiro alarme, depois seguirão as primeiras jornadas onde soarão os alarmes seguintes e à pressa (até 31/08) vamos tentar corrigir a mão. Espero que a tempo, Siqueira e Jonas chegaram assim.

PS: Sinto igualmente que JJ e Maxi não saíram apenas pelo aspecto financeiro, também pesou a falta de investimento no plantel. Os jogadores também sentem quando existem condições para lutar pelos objectivos, algo que nesta altura se poderá estender a Gaitan e Jonas o que é muito preocupante.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Ainda a saída de Jesus

Já critiquei bastantes vezes quer JJ quer Vieira, pelo que estou, acho, à vontade para escrever isto.

Tem sido LFV criticado por aparentemente ter desde cedo dado a entender que desistia da renovação de JJ e preferia avançar para outro treinador.

Quando LFV foi reeleito pela última vez (até agora…), o programa que apresentou tinha uma coisa muito clara: a formação do Benfica era e é uma aposta séria e deverá progressivamente ser a base do plantel principal.

A crise dos últimos anos, o colapso do BES e a proibição dos fundos acrescentaram um dado novo: é preciso reduzir custos, quer de investimento quer de exploração (leia-se folha salarial do futebol).
Qual a posição de JJ perante estas duas questões, que são linhas fundamentais para o futuro próximo do Benfica?

- JJ nunca se mostrou disponível para uma aposta séria na formação, nem parecia ir mudar de ideias agora;

- JJ era um treinador que auferia um salário ao nível dos melhores do mundo, representando um esforço financeiro acima do que o Benfica pode pagar na sua situação actual. E com consequências naturais no que toca a expectativas salariais dos jogadores – como convencer craques a assinarem ou renovarem por valores mais baixos, se se paga uma pequena fortuna ao treinador?

Estarão porventura os meus consócios dispostos a pagar 50 euros por mês de quota para suportar o salário do treinador? Não me parece.

Face a isto, qual é a surpresa de LFV ter abdicado de renovar com JJ? Entre um caminho proposto por um Presidente eleito, e reforçado pela situação financeira que temos, e a visão do um treinador, por excelente que seja, mas com o previsível impacto ao nível da despesa, o que vale mais?


Parece-me que foi tomada a única opção possível. Que ela tenha tido como consequência a ida de JJ para um rival, é um “efeito colateral” surpreendente e, claro, desagradável. Mas que não altera a questão de fundo. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Adeus e até qualquer dia

Leva-me a escrever estas linhas o sentir alguma consternação por parte de muitos Benfiquistas na saída de JJ para o Sporting. Parece-me que esse sentimento não tem a ver com a saída de Jorge Jesus mas pelo facto de este ir para o sporting.



É certo que após a vitória de um campeonato se deve fazer de tudo para manter não só a equipa técnica, como o núcleo duro do plantel, contudo não o deveremos fazer a qualquer preço sobretudo se existe clivagem entre o clube e o treinador nos objectivos e forma de os alcançar. É evidente que JJ e LFV têm ideias diferentes quanto à constituição do plantel, aproveitamento dos jovens jogadores e sobretudo no pagamento de ordenados, luvas e demais acréscimos salariais que Jesus ia auferindo. Quando assim é o melhor é cada um seguir o seu caminho. Existem duas formas de se estar no Benfica, ou se está por ideais ou por interesse. Quem está por interesse acaba por ter que sair pois existe sempre quem interesse mais, neste caso quem pague mais. Nós, Benfiquistas temos que apoiar quem connosco vive os ideais do Benfiquismo e esses normalmente sentam-se na bancada e pagam bilhete salvo honrosas excepções.



Para mim Jorge Jesus esteve dois anos a mais no Benfica, e ainda bem, pois permitiu-nos festejar 2 campeonatos seguidos, vencer uma taça de Portugal e 2 taças da Liga. Permitiu igualmente a presença numa final europeia com o desfecho que se conhece e é por aqui que poderemos também analisar o treinador JJ. Reconheço capacidades de Jorge Jesus de conduzir uma equipa aos momentos de decisão, de o fazer com um futebol atrativo, em especial em casa. Reconheço igualmente uma invulgar capacidade de criar jogadores para a posição de trinco, mas o que me impede de gostar dele e de ficar “raivoso” com a sua saída é a sua incapacidade de ganhar jogos decisivos. Este ano não ganhou um único jogo absolutamente decisivo e esta foi a bitola dos 6 anos que levou de águia ao peito.



Decidiu ir ganhar dinheiro para outro lado abdicando da vertente desportiva que seja feliz na sua forma de estar e que continue a falhar nos momentos cruciais, ou seja que seja ele próprio.



Preocupa-me muito mais quem vem do que quem sai. Neste aspecto subscrevo na íntegra a opinião do MLeal no seu Post anterior intitulado “Treinador”. Dos nomes em cima da mesa a minha preferência recairia em Vítor Pereira ou Marco Silva, penso que Rui Vitória não tem o perfil adequado mas acima de tudo temos que ser uma equipa e ter um plantel de qualidade pois sem jogadores que façam a diferença nenhum treinador ganha.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Resposta à desonestidade

Não sinto qualquer necessidade de motivação extra para ver o Benfica ganhar, mas confesso, que ao visionar a performance de Rui Santos na sua rúbrica referente à “classificação Real” impele em mim um gostinho ainda mais especial pela vitória só para ver o trombil de algumas pessoas que vão comentando pela televisão Portuguesa.
Não vou comentar os lances de fora de jogo que foram marcados aos nossos adversários que na opinião do Sr. originariam a perda de pontos do Glorioso, agora a sua tese no jogo Sporting vs Porto acerca de legitimidade do golo da lagartagem dita a alto e bom som com patrocínio de uma estação como a SIC e perante jornalistas supostamente isentos é no mínimo desonesta e reveladora do estado de espirito e isenção que o Sr. Rui Santos padece. Segundo este comentador o golo do Sporting “não deveria ter sido validado porque o Danilo tenta cortar a bola com a mão. Deveria ter sido assinalado grande penalidade e como não sabemos se a mesma era convertida considera-se que o Porto foi prejudicado em 2 pontos”. Isto não precisa de grande argumentação até porque não vale apena andar a responder, a única resposta possível é continuar a vencer.
Para Domingo está montado um verdadeiro circo. Os comentadores avençados e o Porto focados em pressionar e condicionar a arbitragem ao passo que em Guimarães se tenta espalhar junto dos adeptos um clima de terror inibindo os mesmos de se deslocarem ao berço da nação acompanhar a equipa.
Da minha parte enquanto adepto lá estarei em Guimarães a sofrer e aguentar o que aquela gente tiver para nos oferecer, esperançado que a nossa equipa esteja preparada para combater em campo as adversidades que surgirem, conseguindo o resultado que necessitamos para nos encontrarmos posteriormente no Marquês.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Sobre a boa e a má fé

A questão do comportamento desagradável, agressivo e por vezes violento das claques de futebol, ou de alguns dos seus elementos, é uma questão transversal a todos os clubes.

Mas também há que reconhecer que muitas dessas atitudes provêm de confrontos directos entre as várias claques, e não devem ser confundidas por ninguém de boa fé com confrontos entre adeptos e muito menos como confrontos entre clubes.

Por ninguém de boa fé, disse eu. E isso é importante.

A lamentável faixa colocada por uma claque do Benfica durante o jogo de futsal é isso mesmo - lamentável. Mas tem de ser vista no contexto específico; foi uma provocação desagradável e de mau gosto de uma claque do Benfica às claques do sporting presentes no pavilhão. E provavelmente terá sido despoletada por alguma provocação anterior, que por sua vez.. e por aí fora. É como as vendettas napolitanas - já ninguém sabe nem ninguém se interessa por quem começou e porquê. Já é só o confronto que interessa.

Não foi portanto uma provocação do Benfica ao sporting, nem dos adeptos do Benfica, nem outra coisa que não fosse o ódio entre claques dos dois clubes, ódio do qual vivem e que os alimenta. Não deve ser confundido com outra coisa.

Por ninguém de boa fé, claro.

O Benfica tem pelo menos uma posição diferente da do sporting - as claques de Benfiquistas não têm existência formal, não são apoiadas pelo Clube nem têm uma ligação estreita aos seus dirigentes. São grupos de sócios que actuam por conta própria. Estar o clube a desculpar-se ou justificar-se por algo pelo qual não é responsável é dar aos incidentes uma importância institucional que eles não têm. Se eu assassinar alguém em Espanha, o governo português não vai sentir necessidade de apresentar desculpas formais em nome do país. É isso que é preciso compreender.

Por quem esteja de boa fé, evidentemente.

O que é evidente de tudo isto é um facto indesmentível - o actual presidente do sporting vive de provocar confrontos com tudo e com todos. desde os outros clubes, à Liga, aos adeptos enfrentam nas redes sociais, aos antigos dirigentes, ao próprio treinador. É esse o seu estilo e não há nada a fazer.

O homem foi da juve leo, e velhos hábitos não morrem.

O que se passou no fim de semana foi uma constante e infantil actuação destinada a provocar e justificar o corte de relações com o Benfica, aproveitando algumas ocorrências infelizes e lamentáveis, esquecendo outras (os petardos lançados sobre o nosso guarda redes, por exemplo).
Tudo isto poderia ter sido resolvido e sanado facilmente com um telefonema entre os presidentes e alguma boa vontade. Tal não aconteceu porque não era esse o objectivo.


O objectivo de quem, comprovadamente, não estava de boa fé.

Amanhã há mais

No sábado passado, vivi no Pavilhão Fidelidade  um dos mais indignos episódios num recinto desportivo, com a exibição por parte dos No Name Boys da tarja "Very Light 1996", acompanhada por cânticos em que se vangloriavam pelo que aconteceu na final do Jamor naquele ano, com a morte de um adepto do Sporting. Quando contei à minha filha o que aquilo significava, ficou chocada. Desde logo me questionei se não haveria um responsável do Benfica capaz de ordenar a retirada imediata daquela faixa... Fiquei envergonhado e nem o facto de a maioria dos cânticos dos adeptos adversários serem insultuosos para o nosso Glorioso clube aliviou a minha indignação. O Benfica não pode ser aquilo...

Desconheço se a Direcção do clube fez algo em privado relativamente a este triste episódio, mas a sua gravidade exigia uma tomada de posição pública e uma clara demarcação deste tipo de atitudes. Não o tendo feito, compreendo - neste ponto - que os dirigentes do Sporting se tenham sentido ofendidos. Também classifico como uma estupidez o lançamento de tochas para os adeptos sportinguistas. Não sei que consequências directas poderia ter para a vida e saúde dos atingidos, mas seria sempre capaz de gerar pânico e susto e, por isso, provocar vítimas.

Mas mais do que isto não concedo a quem dirige o Sporting. O comportamento dos seus adeptos no estádio é lamentável. Mesmo quando não estão a defrontar o Benfica, o insulto ao nosso clube é a regra, bem demonstrativa do seu sentimento de inferioridade. Também exibiram dizeres a vangloriar-se com a morte de benfiquistas, seja o rei Eusébio, sejam adeptos falecidos quando se deslocaram ao estrangeiro para apoiar o clube. Gostariam que todos seguíssemos o King... Em relação a tudo isto, o que fazem os responsáveis leoninos enquanto representantes de um clube "promotor de uma salutar prática desportiva, no respeito de princípios éticos e de urbanidade"? Rigorosamente nada...

A sua falta de legitimidade para demonstrar qualquer superioridade moral é bem evidente e fica claramente demonstrada na utilização do argumento "amanhã há mais" e na relação que fazem com a terrível morte ocorrida em 1996. Façamos um pequeno exercício de memória: há duas épocas, houve jogos entre Benfica e Sporting em três dias consecutivos: na sexta-feira, o andebol leonino venceu; no sábado, idêntico desfecho aconteceu no futsal; perante isto, os adeptos do Sporting começaram a cantar o agora célebre "amanhã há mais", referindo-se ao derby de futebol que se jogaria no dia seguinte. Foi, evidentemente, a risota geral no pavilhão da Luz, face à diferença de qualidade entre as duas equipas. No relvado, o Benfica ganhou, claro (2-0). Na época passada, terminada a final da Taça da Liga, em Leiria, diante do Rio Ave, os adeptos do Benfica cantaram "no Jamor, há mais", não querendo dizer que alguém voltaria a falecer naquele recinto, mas relembrando os adversários que novo encontro ali haveria e prenunciando novo sucesso benfiquista. Assim foi e, se não me engano, cantou-se então "na Supertaça há mais". Pretender, por isso, que o "amanhã há mais" constituía uma ameaça apenas demonstra a despudorada má-fé dos responsáveis do Sporting.

Por último, qualificar o lançamento de tochas como tentativa de homicídio mostra que o autor do comunicado nada percebe de Direito. No fundo, depois de ter sido contestado quando quis despedir o treinador, o patético presidente do Sporting elegeu o Benfica como inimigo na tentativa de unir as suas tropas. Trata-se de uma estratégia muito usada pelo presidente do FC Porto e ele apenas o copiou. Os papalvos ficarão satisfeitos...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O caminho que falta

Entendamo-nos.

O Benfica perdeu no defeso vários jogadores importantes. Uns foram bem substituídos, outros nem por isso. Fizemos uma pre época miserável.

Pelas vozes dos comentadeiros e paineleiros vários que pululam nas nossas tvs e jornais, ia ser o descalabro. A equipa tinha sido desmantelada e não tinha hipóteses. O fcp e o scp é que eram. Soaram trombetas.

Chegámos ao final do ano de 2014 em primeiro lugar. Alguns comentadeiros desapareceram ou calaram-se. Pela voz de outros começou a ladaínha dos "favorecimentos de arbitragem", como se os árbitros só se enganassem nos nossos jogos e sempre a nosso favor.

Em Janeiro saiu o Enzo. Era agora. Saía o melhor jogador do Benfica, e o descalabro antes anunciado seria agora finalmente concretizado.

Não foi.

Jogo em alvalade. O scp motivado, na luta pelo título e a jogar bem. Uma semana de campanha intensa e a roçar o nojento contra o guarda redes do Benfica. Um jogo fraco, mas o scp marca aos 88 minutos. As trombetas voltaram a soar. Cinco minutos depois, calavam-se.

Continuamos em primeiro. Só dependemos de nós. Está ganho? Não,não está. Longe disso. Mas boa parte do caminho está feito e bem feito.

Saibamos fazer o caminho restante com a mesma humildade e competência.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Realidade alternativa

Há muito que deixei de ler jornais ou ver programas televisivos de debate cujos intervenientes são, essencialmente, licenciados em Direito. Nos últimos dias motivado pela necessidade de ter informações sobre Júlio César e por acaso de um zapping espontâneo, dei por mim a ler e ouvir opiniões  sobre o dérbi que se realizará no próximo domingo.

Senti que fui tele-transportado para um mundo paralelo onde o sporting é uma super potência futebolística que lidera incontestavelmente a liga (antes Zon/Sagres actualmente sem nome e no futuro Zon) e o Benfica em alta pressão com uma única esperança de sobrevivência assente na vitória. Em Alvalade está uma dupla de centrais de enorme qualidade com um meio campo fortíssimo e avançados de enorme gabarito enquanto os seus opositores vivem no limbo da mediocridade em que as suas hipóteses se reduzem a uma táctica super defensiva e apostar na sorte para inverter o resultado tendencialmente favorável à equipa da casa. Estou certo que esta realidade em que me vi confrontado não constitui qualquer paradoxo e que muito provavelmente sou multimilionário o que me fez entrar em delírios mentais principalmente quando olho para a minha mulher Charlize Theron  pois pasme-se eu, um profeta da desgraça, acho que o jogo frente à lagartada apenas poderá acrescentar probabilidades de vencer o campeonato uma vez que qualquer resultado deixaria o Benfica isolado no primeiro lugar. Delírios!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O André de JJ

JJ tem sido referenciado, e bem, pela sua capacidade de extrair dos jogadores as suas melhores capacidades. Associada a essa questão tem ainda sido elogiado pela capacidade que tem demonstrado em adaptar jogadores a novas posições.
São bons exemplos destes factos Fábio Coentrão, Matic e Enzo.

 Numa altura que tanto se tem falado de formação e no aproveitamento dos jogadores da casa, tenho-me lembrado frequentemente de André Gomes em especial devido à performance que vem evidenciando no Valência com especial atenção ao último jogo frente ao Real Madrid. Curiosamente, ou talvez não, partilhou num meio campo a 3 o espaço com Enzo jogando à frente deste quando no Benfica jogava atrás do Argentino. O André Gomes a jogar na sua posição de origem tem revelado capacidades que na luz nunca revelou o que evidencia que em termos de adaptação efectuadas por JJ não é só somar.

 Vem a propósito esta “lenga lenga” por causa de Cristante e a sua adaptação à posição 6. Para mim o Italiano é uma verdadeira pérola, é daqueles jogadores que poderá gerir os ritmos da equipa através da sua capacidade de passe curto e longo. Com as devidas diferenças Cristante faz-me lembrar Pilro na forma como pisa, endossa a bola e se posiciona sem necessidade de andar em grandes correrias. Num meio campo a 2 como joga o Benfica, principalmente se Talisca for o outro elemento, parece-me que Cristante poderá cumprir (até muito melhor que Samaris) mas dificilmente poderá atingir um patamar de excelência.