Vivemos tempos difíceis, o jogo de ontem foi um preocupante
regresso ao passado. Uma equipa completamente esfrangalhada, sem opções, sem
chama, sem liderança, garra ou qualquer sinal de melhoria para o futuro próximo.
Temos o pior plantel dos últimos anos que as lesões
sistemáticas de Carlos Martins e Aimar acentuam, expondo de forma confrangedora
a falta de opções para um meio campo vazio de ideias e sem capacidade de
recuperação. As adaptações não convencem nem os próprios colegas, Matic
continua a não agradar nos jogos em que é preciso nervo; Enzo Perez
tacticamente é pavoroso, abre espaços e parece sempre alheado das tarefas que
lhe estão destinadas face ao seu posicionamento em campo; Garay passa o jogo a
cobrir Melgarejo o que desposiciona Jardel e Maxi quando não anda em correrias
tontas passa o jogo a dobrar Jardel. A tudo isto junta-se uma preocupante falta
de criatividade ofensiva onde Rodrigo continua a ser adaptado a uma espécie de
número 10 perdendo-se um bom ponta de lança com a agravante de ontem ter como
tarefa, em determinadas alturas do jogo, trocar de posição com Bruno Cesar
(ninguém percebeu, inclusive os dois jogadores em causa), ou seja, se
posicionalmente e defensivamente o cenário é o descrito em termos ofensivos vivemos
de repelões protagonizados por Salvio, e que, infelizmente, são cada vez em
menor número.
É neste contexto futebolístico, de baixas expectativas para
uma época que se antevê longa, cujos objectivos deverão circunscrever-se à luta
pelo 2º lugar, Taça da Liga e Taça de Portugal se tivermos sorte no sorteio, que
teremos eleições no próximo dia 26/10 (já sexta-feira).
Para as eleições existem dois candidatos mas zero
alternativas.
De LFV espera-se a continuidade, nem sequer se dá ao
trabalho de fazer campanha, de assumir alguns erros e propor-se a corrigi-los.
Parece que tudo está bem e o futuro é risonho tal como o passado recente. Para
ele, temos um Benfica pujante e preparado para as adversidades futuras,
financeiras, desportivas, etc… o sol brilha, temos um plantel de sonho e
o mestre das tácticas e catedrático do futebol como treinador.
Rui Rangel assume-se como ruptura ao caminho que vamos
traçando, é oposição há vários anos, está bem assessorado em termos de
comunicação especialmente nas redes sociais, blogues, etc…, contudo não
consegue disfarçar o desconhecimento de algumas matérias vitais do clube, fruto
de uma lista feita à pressa e pouco preparada do ponto de vista financeiro/económico.
Tem vindo a melhorar, mas acabou de se afundar ao despedir Domingos Soares de
Oliveira – o homem forte das Finanças na Luz e aquele que a meu ver vem
salvando LFV do desastre a este nível – sem que se vislumbre na sua lista
alguém com peso e com conhecimentos na área que me deixem descansado quanto ao
futuro do clube. Propõe tirar Rui Costa da prateleira, reduzir o passivo e
negociar os direitos televisivos sem ser com Oliveira. Como? Não sabemos,
apenas sabemos que Carraça será despedido o que a meu ver é um bom sinal, mas
quem será o seu substituto? Veiga?
É tudo de somenos e bastante o mal menor. Existirão 3 botões
nas urnas, muito provavelmente apostarei no terceiro botão: o botão da
esperança e da ilusão que qualquer folha em branco possa transmitir ao maior
sonhador.
Sem comentários:
Enviar um comentário