quinta-feira, 11 de junho de 2015

Ainda a saída de Jesus

Já critiquei bastantes vezes quer JJ quer Vieira, pelo que estou, acho, à vontade para escrever isto.

Tem sido LFV criticado por aparentemente ter desde cedo dado a entender que desistia da renovação de JJ e preferia avançar para outro treinador.

Quando LFV foi reeleito pela última vez (até agora…), o programa que apresentou tinha uma coisa muito clara: a formação do Benfica era e é uma aposta séria e deverá progressivamente ser a base do plantel principal.

A crise dos últimos anos, o colapso do BES e a proibição dos fundos acrescentaram um dado novo: é preciso reduzir custos, quer de investimento quer de exploração (leia-se folha salarial do futebol).
Qual a posição de JJ perante estas duas questões, que são linhas fundamentais para o futuro próximo do Benfica?

- JJ nunca se mostrou disponível para uma aposta séria na formação, nem parecia ir mudar de ideias agora;

- JJ era um treinador que auferia um salário ao nível dos melhores do mundo, representando um esforço financeiro acima do que o Benfica pode pagar na sua situação actual. E com consequências naturais no que toca a expectativas salariais dos jogadores – como convencer craques a assinarem ou renovarem por valores mais baixos, se se paga uma pequena fortuna ao treinador?

Estarão porventura os meus consócios dispostos a pagar 50 euros por mês de quota para suportar o salário do treinador? Não me parece.

Face a isto, qual é a surpresa de LFV ter abdicado de renovar com JJ? Entre um caminho proposto por um Presidente eleito, e reforçado pela situação financeira que temos, e a visão do um treinador, por excelente que seja, mas com o previsível impacto ao nível da despesa, o que vale mais?


Parece-me que foi tomada a única opção possível. Que ela tenha tido como consequência a ida de JJ para um rival, é um “efeito colateral” surpreendente e, claro, desagradável. Mas que não altera a questão de fundo. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Adeus e até qualquer dia

Leva-me a escrever estas linhas o sentir alguma consternação por parte de muitos Benfiquistas na saída de JJ para o Sporting. Parece-me que esse sentimento não tem a ver com a saída de Jorge Jesus mas pelo facto de este ir para o sporting.



É certo que após a vitória de um campeonato se deve fazer de tudo para manter não só a equipa técnica, como o núcleo duro do plantel, contudo não o deveremos fazer a qualquer preço sobretudo se existe clivagem entre o clube e o treinador nos objectivos e forma de os alcançar. É evidente que JJ e LFV têm ideias diferentes quanto à constituição do plantel, aproveitamento dos jovens jogadores e sobretudo no pagamento de ordenados, luvas e demais acréscimos salariais que Jesus ia auferindo. Quando assim é o melhor é cada um seguir o seu caminho. Existem duas formas de se estar no Benfica, ou se está por ideais ou por interesse. Quem está por interesse acaba por ter que sair pois existe sempre quem interesse mais, neste caso quem pague mais. Nós, Benfiquistas temos que apoiar quem connosco vive os ideais do Benfiquismo e esses normalmente sentam-se na bancada e pagam bilhete salvo honrosas excepções.



Para mim Jorge Jesus esteve dois anos a mais no Benfica, e ainda bem, pois permitiu-nos festejar 2 campeonatos seguidos, vencer uma taça de Portugal e 2 taças da Liga. Permitiu igualmente a presença numa final europeia com o desfecho que se conhece e é por aqui que poderemos também analisar o treinador JJ. Reconheço capacidades de Jorge Jesus de conduzir uma equipa aos momentos de decisão, de o fazer com um futebol atrativo, em especial em casa. Reconheço igualmente uma invulgar capacidade de criar jogadores para a posição de trinco, mas o que me impede de gostar dele e de ficar “raivoso” com a sua saída é a sua incapacidade de ganhar jogos decisivos. Este ano não ganhou um único jogo absolutamente decisivo e esta foi a bitola dos 6 anos que levou de águia ao peito.



Decidiu ir ganhar dinheiro para outro lado abdicando da vertente desportiva que seja feliz na sua forma de estar e que continue a falhar nos momentos cruciais, ou seja que seja ele próprio.



Preocupa-me muito mais quem vem do que quem sai. Neste aspecto subscrevo na íntegra a opinião do MLeal no seu Post anterior intitulado “Treinador”. Dos nomes em cima da mesa a minha preferência recairia em Vítor Pereira ou Marco Silva, penso que Rui Vitória não tem o perfil adequado mas acima de tudo temos que ser uma equipa e ter um plantel de qualidade pois sem jogadores que façam a diferença nenhum treinador ganha.