terça-feira, 8 de maio de 2012

O investimento nas modalidades de pavilhão

Leio hoje que o Benfica estará a fazer (outra vez!) um forte investimento para reforçar a equipa de andebol. Há quantos anos dura isto? Há quantos anos andamos nós a reforçar a equipa, sem quaisquer resultados práticos? A época passada ainda ganhámos a Taça e a Supertaça; este ano nada, uma época sem resultados. Não sei se o problema é dos jogadores, dos técnicos, ou das vergonhosas arbitragens; só sei que gastamos cada vez mais dinheiro para resultados nulos. Não me parece que seja uma boa política. O mesmo se aplica ao vólei. Temos um orçamento enorme quando comparado com o das outras equipas, e pela segunda vez consecutiva, quando chega a hora da verdade, falhamos. É inacreditável. Sou um grande apoiante da existência de modalidades de pavilhão no nosso Benfica. Vou ao pavilhão com alguma regularidade. Mas questiono-me se não valerá mais a pena investir mais nas modalidades que têm trazido títulos - basquetebol, futsal, hóquei - e desinvestir no andebol e vólei. Os resultados que estas duas modalidades têm trazido conseguem-se também com equipas muito menos caras (como o Espinho provou este ano no vólei). Deixo o tema para reflexão.

22 comentários:

  1. A questão deve ser colocada não no investimento mas na competência de quem dirige as equipas.

    O voleibol é o melhor exemplo disso mesmo, onde o nosso orçamento é muito superior ao das outras equipas, mas com José pé frio Jardim a treinar... torna-se difícil. Há 2 anos perdeu 3 match points com o Espinho, o ano passado foi a vergonha que se viu com a Fonte Bastardo e este ano com o Sp. Espinho novamente. Muito obrigado por tudo o que deu ao clube enquanto jogador e mesmo enquanto treinador ao segurar a equipa num momento difícil da modalidade, mas o Benfica tem de seguir em frente.

    No andebol, Rito é um bom treinador, mas temos muitos jogadores acomodados no clube. Acho que aqui nem é pelo mister, é mais pelos atletas. A secção precisa de uma limpeza.

    Dizes, e bem, que o Hóquei tem dado títulos e este ano até pode voltar a ser campeão, algo que não acontece desde 98, se não me falha a memória. A questão é que estivemos muitos anos sem ganhar um troféu nesta modalidade histórica. Há 3 anos, não dirias que o Hóquei deveria ter acabado?

    No Basquetebol, Lisboa não está apto para treinar a equipa, não tem capacidades. Temos muito a agradecer pelo que foi enquanto jogador, mas não podemos estar a comprometer o futuro. O Basquete, tal como o Volei e o Andebol, também esteve muitos anos sem ganhar nada. Será que deveria ter acabdo por isso?

    O que quero dizer com tudo isto é que as modalidades não devem acabar por não conseguirmos os resultados que queremos. Temos feito grandes investimentos mas temos apostado nos cavalos errados. Este ano, por mim, Jardim e Lisboa iam às suas vidas visto não terem capacidade para ganharem regularmente. Temos de apostar em treinadores com experiência, de preferência estrangeiros, dos países com tradição nas modalidades em questão.

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  2. Relativamente ao Voleibol está a ser injusto...nos últimos 7 anos vencemos 1 Campeonato, 5 Taças de Portugal e 1 Supertaça...e nem sempre tivemos os orçamentos que tivemos nas últimas 2 épocas...e se é verdade que temos que vencer com os regulamentos existentes...a verdade é que se o campeonato tivesse os moldes do Hóquei Patins ou do Andebol, por exemplo, os últimos 2 campeonatos teriam sido nossos...aliás incrivel quando um campeonato tem 32 jogos em 2 fases regulares...e depois tudo decide-se em 3 jogos...

    GLORIOSO SLB! SEMPRE!

    P.S.:Relativamente ao Andebol concordo que em vez de andar-se a contratar veteranos que vem reformar-se para o SLBenfica mais valia apostar em jovens.

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  3. Se o critério fosse unicamente os títulos, então deveríamos pensar em acabar com o futebol...

    Relativamente ao voleibol, ainda não acredito bem que, mais uma vez, não fomos campeões. As regras são as que existem e serviram para o Espinho e o Fonte Bastardo serem campeões nos últimos dois anos.

    Não conheço a modalidade a fundo mas, se calhar, em vez de termos 12 jogadores, deveríamos ter 8 ou 9 e poupar dinheiro para irmos buscar um distribuidor durante 3 meses que rebentasse com os adversários...

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  4. Em relação às modalidades, quero acrescentar que é absolutamente ridículo criticar as presidências LFV como já li em alguns blogs, facebook ou fórum do ser benfiquista.

    Nunca estas tiveram tão boas condições como têm agora: Capacidade de investimento; infra-estruturas; Estruturas de apoio; Ordenados em dia; Futuro no clube assegurado...

    Voltámos a ser competitivos em todas as modalidades e uma análise rigorosa mostra que tem havido evolução no sentido positivo depois de 3 anos de Vale e Azevedo em que, apesar da boa vontade do vice-presidente de então, foram fortemente abaladas.

    Já sei que me responderão que o VA foi há 12 anos... Mas eu sei, por dentro, que dificuldades é que subsistiram nas modalidades nos anos seguintes ao VA... Primeiro, a capacidade de investimento foi fraca, depois não era fácil de construir equipas quase do zero...

    Critiquem o LFV pelo que quiserem mas, se o critério para votar nele for apenas as modalidades, voto de olhos fechados e ainda tem direito a vénia.

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    1. E títulos? Estamos assim tão diferentes para melhor, João Tomaz?

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    2. Da parte da direcção, o que é realmente importante é garantir as condições para que as equipas disputem os títulos. E esta direcção garante condições nunca antes vistas no clube.
      Quanto aos títulos, depende do que quiseres comparar... Se comparares com a primeira metade da década de 90, claro que não... Se comparares com o mandato do Vale e Azevedo e com o do Vilarinho (por arrasto), sim!

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    3. Li isto há uns meses.

      Titulos por modalidade:

      1994 --> 2003

      Futebol - 2
      Basket - 12
      Andebol - 1
      Volei - 0
      Hóquei - 13

      TOTAL = 28 titulos

      2003 --> 2012

      Futebol - 7
      Basket - 6
      Andebol - 4
      Volei - 7
      Hoquei - 4

      TOTAL = 28 titulos

      Comparando as modalidades que existiam no mesmo período, o saldo penso ser este. Não é lá muito animador.

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    4. O Futsal é uma modalidade e lá por não existir antes, não significa que não deva contar...

      Todas as análises são enviesadas se quisermos... O que te peço para comparares é a base. Os títulos referidos de 94 a 03 foram quase todos até 96, nomeadamente no futebol e no basket... Em 2000, o cenário era aterrador. Não havia condições, os salários estavam atrasados, os plantéis eram fracos.

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    5. Mas por que motivo é que tudo (ou este caso, especificamente) tem de ser comparado com o Vale?

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    6. Como queres que compare resultados por períodos ignorando a presidência nefasta do Vale e Azevedo?

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    7. Eu não peço para que ignores o período de Vale e Azevedo. A questão é só porque quando uma pessoa fala em maus resultados de Vieira, a comparação é logo feita com o pior presidente da nossa História. Não me parece correcto. Pelo menos se nos considerarmos um clube grande. É como um sportinguista dizer que gosta do Golfinho Lopes só porque o antecessor foi o Cotonete.

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    8. Porque a explicação de algum insucesso desportivo passa inevitavelmente com o facto de termos passado alguns anos sem capacidade de investimento. Hoje em dia já não se nota mas falaste de 1994 a 2012...

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  5. o que me custa muito ter o Benfica perdido no Voleibol é que apesar das palhaçadas não sancionadas aos jogadores do Sp de Espinho é uma modalidade onde os árbitros têm uma ação limitada no resultado, podem sempre, se o resultado estiver equilibrado, inventar alguma coisa, mas é muito difícil.
    portanto o Benfica tinha de ganhar os jogos todos. TODOS! visto que tinha um plantel melhor que os outros todos juntos até ahahahah o resto é conversa.
    o Benfica perdeu psicologicamente, eu estava a ver o jogo e disse para quem estava ao meu lado no fim do primeiro set, o Benfica já perdeu o jogo, e não sou bruxo, e note-se, quando a equipa faz o 2-2 o normal seria ter de ganhar porque vem em crescendo, mas não, claudicou quando não podia e claudicou precisamente porque não podia ahahaha e inacreditável, com um bom líder era uma canja ahahah
    compreendo que a vida está má e que não é fácil sair do quentinho, mas o senhor Jardim devia colocar, ser ele, o lugar à disposição, visto que é benfiquista e certamente sabe melhor que ninguém onde está o mal...
    em relação ao basquetebol, falaremos mais adiante depois do Benfica ser campeão :)
    quanto ao apoio dado pela direção às modalidades, penso que só não vê quem não quiser, e um caso em que até os cegos vêem :)
    Força Benfica!
    e pluribus unum!

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  6. Julgo que a questão do volei tem muito haver com a personalidade dos jogadores, custou-me muito durante o jogo ver a pandilha brasileira sempre na brincadeira e em risadas quando perdiamos o jogo por 0-2, apenas o Roberto Reis se mantinha concentrado, de resto estavam todos na palhaçada e em ambiente de festa... Custou-me muito mmo, estive para mandar uns berros aos jogadores para atinarem, mas quem sou... Deveria lá estar alguém da equipa técnica para fazer isso...

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  7. Desistir não é próprio do Benfica nem de Benfiquistas. Deixo algo para meditarem.

    "Exemplos de Benfiquismo
    O treinador do futsal, Paulo Fernandes, dedicou a conquista da Taça de Portugal ao presidente LFV, “por todo o esforço que tem feito em prol do clube e das modalidades”.

    Os jogadores de futsal não esqueceram a equipa de voleibol que perdeu no jogo decisivo. Ricardinho (adepto portista e melhor jogador do Benfica) disse, “Quero dedicar parte desta conquista à equipa de voleibol, pois eles merecem”.
    César Paulo também quis estende a conquista “aos colegas do voleibol e a todos os adeptos”.
    (Quando são adeptos de outros clubes a darem o exemplo aos benfiquistas, a apoiar a modalidade que acabou de perder uma final, está tudo dito!)

    Roberto Reis, jogador de voleibol do Benfica, que acabou de perder o campeonato no “play-off” com o Espinho, ex-jogador do Esmoriz e do Sporting de Espinho, disse, “No segundo jogo, em Espinho… no segundo set, que seria determinante, a equipa de arbitragem não nos permitiu chegar ao 2-0, penalizando-nos quando o marcador se aproximava dos 25 pontos”.

    E acrescenta, “Se alguém merecia o título era LFV. O presidente foi, durante a época, de uma dedicação exemplar às modalidades, e ao voleibol do clube então deu todo o apoio”.
    E continua, “É um clube impar. No Benfica cumpre-se tudo o que foi combinado. Nada falha. Os dirigentes são impecáveis, a massa associativa é espectacular.
    (Se pensarmos que as amadoras do Porto, para não irmos mais longe, têm um atraso nos salários de 5 meses, melhor se compreende as afirmações).

    Na minha opinião, estes depoimentos de gente que defende o Benfica, jogadores e treinadores, deviam envergonhar alguns benfiquistas que passam o tempo em blogues a criticar tudo o que mexe dentro do clube, em vez de apoiar. Quebram e destróem a empatia e a mística que deve existir entre os adpetos e o clube, jogadores, treinadores e dirigentes, esquecendo-se de que como adeptos que dizem ser o seu papel é apoiar o clube, sempre, em todas as circunstâncias. Mesmo que o Benfica esteja a perder em casa com o Arrentela por 10-0 e o treinador substitua 3 ou 4 jogadores por júniores mancos e zarolhos. Apoia-se sempre!
    Aprendam com os ingleses!

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  8. Gostava desde já de agradecer todos os comentários aqui colocados. Pus este post como "tema para reflexão" e foi isso que aconteceu.

    Esclareço que nunca disse que o andebol e o voleibol deviam acabar. Apenas me questiono se vale a pena continuar a fazer investimentos como temos feito, se outros com menos dinheiro conseguem melhores resultados. No vólei então o caso é gritante.

    Pergunto-me se para conseguir resultados deste nível, no vólei e andebol não poderíamos apostar em jovens com vontade de vencer e crescer e depois complementar com meia dúzia de jogadores mais experientes mas de qualidade indiscutível.

    O formato do campeonato de vólei não exige uma equipa capaz de ganhar quase todos os jogos ao longo da época, como a nossa. Basta uma equipa que faça o qb para ir à final e aí ter 9 ou 10 jogadores motivados e em forma - que foi o que não tivemos.

    Já no andebol o campeonato é mesmo uma prova de regularidade, porque não há playoffs. Logo a filosofia de construção do plantel tem de ser outra. O caminho que temos seguido se calhar não estava errado à partida, mas o facto é que temos investido muito para poucos resultados. Para andar entre os primeiros mas não sermos campeões podemos ter uma equipa mais jovem, mais barata e fazê-la crescer.

    Digo tudo isto com a perfeita noção de que posso estar totalmente errado e não há soluções mágicas para os problemas. Só posso avaliar resultados - se há modalidades que não ganham, vamos dar prioridade às que mais ganham. É só isso.

    Quanto ao apoio que o presidente e direcção têm dado às modalidades, penso que isso nem tem discussão possível.

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    1. Também me custa a perceber o insucesso nos últimos campeonatos de vólei... Ninguém põe o treinador em causa?

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    2. João, custa-me um bocado dar opiniões técnicas numa modalidade cujas especificdades não domino.
      Parece-me claramente o seguinte - a equipa ao longo da época foi dominadora e num campeonato com um modelo sem final teria sido campeã sem problemas.
      Na final, não sei se por excesso de confiança, se por desgaste físico, se por bloqueio psicológico associado à calra obrigação de ganhar que tinha, a equipa não esteve ao seu nível.
      Se o ano passado podemos ter sido apanhados de surpresa, este ano tal já não é aceitável.
      Ou seja, a equipa não chegou à final num pico de forma, como seria desejável - e os nossos adversários sim.
      A culpa é do treinador? Provavelmente sim, não sei.
      Esclareço que vi em pavilhão o jogo em casa do ano passado e o último jogo em casa deste ano; vi em televisão os outros dois jogos deste ano. Só não vi o jogo nos açores o ano passado, porque não foi transmitido.

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    3. Joguei voleibol como federado. No aspecto técnico, Jardim parece um bom treinador, mas se os resultados continuam a ser os mesmos, deveria sair. Neste último jogo tomou algumas opções muito discutíveis, tais como a não integração de Royal no 2º set, não chamar mais Honoré a jogo no plano ofensivo ou insistir em Koch no set decisivo. O resto são azares e descontos de tempo que não sabe pedir.

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