quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Um Imenso nada



Ansioso me confesso por jogos do Benfica. Andei terça-feira e o dia de ontem a pensar e a aguardar pelas 17h00 e início de 90 minutos de futebol, o verdadeiro tónico da paixão por um clube enorme e carismático como é o SLB.

Após 30 segundos de jogo e duas intervenções perfeitamente estapafúrdias do Filipe Augusto rapidamente percebi que não era desta que iríamos demonstrar alguma capacidade futebolística minimamente interessante. 

O registo foi quase sempre sofrível ao ponto de até Fejsa parecer medíocre num contexto de equipa balizado por zero estratégia, zero táctica, alguma vontade mas com zero confiança nas ideias preconizadas pelo treinador. O problema não se circunscreve à qualidade individual dos jogadores mas sim à capacidade, ou falta dela, do treinador em enquadrar a equipa em competição frente a adversários que não sejam apenas verbo-de-encher.

É confrangedor ver Jardel, Fejsa, Pizzi, Salvio e Jonas a produzirem muito abaixo do seu real valor, parecerem jogadores banais e sem qualidade. É ainda mais confrangedor perceber que há volta destes, o cenário é ainda mais desolador. Não há rasgo, não há principio e meio logo não poderemos esperar o fim.

Neste cenário desolador decidimos entrar com toda a força no campo das palavras e na vergonha imensa de comunicação que tem sido apanágio do futebol em Portugal. Com um jeito muito singular de perdedores entramos no folclore de acusações para desviar as atenções. Querer justificar o que não fazemos em campo através de atitudes similares e condenáveis numa imitação ridícula do que os nossos adversários já fazem.

Já a defender-mo-nos das acusações a que temos sido sujeitos não fomos tão céleres e incisivos, sendo a premissa de defesa e agora acusação está na “causa efeito” como se a tentativa por si só não fosse um acto condenável, com a agravante de não ter provimento quiçá por incompetência. 

Vivemos tempos difíceis e parece-me que estamos a catapultar em terceiros os nossos erros.

 Nunca mais é domingo.  

1 comentário:

  1. Não dá para perceber a miséria de jogo que o Benfica está a jogar. Não dá. Num grupo em que à partida seríamos pelo menos segundos, sem grandes problemas, somos os lanternas vermelhas com zero pontos, um golo marcado, uma abada de golos sofridos e jogos que envergonham a nossa História.
    É preciso cuidado com o discurso, senhor Rui Vitória. Perante resultados tão negativos e jogos tão miseráveis (deixemo-nos de meias palavras), não há desculpas para além das nossas próprias culpas. O Benfica é o Benfica, não pode ser aquilo que vimos em Basileia e em Moscovo, e os benfiquistas têm olhos na cara e não são mentecaptos, senhor Rui Vitória.
    Não alinho com aqueles que arranjam justificação para o nosso jogo miserável na falta de qualidade do plantel. O que temos visto esta época é que os jogadores que já cá estavam parece que desaprenderam de jogar. De uma época para a outra pioraram na marcação dos cantos e dos livres, pioraram nos passes, deixaram de correr e de pressionar, não se desmarcam, pioraram no controlo da bola a meio campo, passaram a jogar desgarrados, aos repelões e no pontapé para a frente, desligam do jogo por longos períodos, baixaram o número de remates e de oportunidades de golo a níveis de equipa de terceiro plano, não mostram garra, revelam-se incapazes para dar a volta a resultados negativos... Desaprenderam de jogar!
    De RV, dizer que o discurso está mais que gasto, que está na hora de mostrar que é capaz de dar a volta à situação e de pôr a equipa a jogar à bola, e de apostar em jogadores em que ainda não apostou. A prestação europeia foi um descalabro, uma miséria franciscana e uma vergonha para o clube. Mostre-nos o que sabe e do que é capaz nas provas nacionais.

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