quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Adaptados

Vivemos tempos difíceis, o jogo de ontem foi um preocupante regresso ao passado. Uma equipa completamente esfrangalhada, sem opções, sem chama, sem liderança, garra ou qualquer sinal de melhoria para o futuro próximo.
Temos o pior plantel dos últimos anos que as lesões sistemáticas de Carlos Martins e Aimar acentuam, expondo de forma confrangedora a falta de opções para um meio campo vazio de ideias e sem capacidade de recuperação. As adaptações não convencem nem os próprios colegas, Matic continua a não agradar nos jogos em que é preciso nervo; Enzo Perez tacticamente é pavoroso, abre espaços e parece sempre alheado das tarefas que lhe estão destinadas face ao seu posicionamento em campo; Garay passa o jogo a cobrir Melgarejo o que desposiciona Jardel e Maxi quando não anda em correrias tontas passa o jogo a dobrar Jardel. A tudo isto junta-se uma preocupante falta de criatividade ofensiva onde Rodrigo continua a ser adaptado a uma espécie de número 10 perdendo-se um bom ponta de lança com a agravante de ontem ter como tarefa, em determinadas alturas do jogo, trocar de posição com Bruno Cesar (ninguém percebeu, inclusive os dois jogadores em causa), ou seja, se posicionalmente e defensivamente o cenário é o descrito em termos ofensivos vivemos de repelões protagonizados por Salvio, e que, infelizmente, são cada vez em menor número.
É neste contexto futebolístico, de baixas expectativas para uma época que se antevê longa, cujos objectivos deverão circunscrever-se à luta pelo 2º lugar, Taça da Liga e Taça de Portugal se tivermos sorte no sorteio, que teremos eleições no próximo dia 26/10 (já sexta-feira).
 
Para as eleições existem dois candidatos mas zero alternativas.
 
De LFV espera-se a continuidade, nem sequer se dá ao trabalho de fazer campanha, de assumir alguns erros e propor-se a corrigi-los. Parece que tudo está bem e o futuro é risonho tal como o passado recente. Para ele, temos um Benfica pujante e preparado para as adversidades futuras, financeiras, desportivas, etc… o sol brilha, temos um plantel de sonho e o mestre das tácticas e catedrático do futebol como treinador.
 
Rui Rangel assume-se como ruptura ao caminho que vamos traçando, é oposição há vários anos, está bem assessorado em termos de comunicação especialmente nas redes sociais, blogues, etc…, contudo não consegue disfarçar o desconhecimento de algumas matérias vitais do clube, fruto de uma lista feita à pressa e pouco preparada do ponto de vista financeiro/económico. Tem vindo a melhorar, mas acabou de se afundar ao despedir Domingos Soares de Oliveira – o homem forte das Finanças na Luz e aquele que a meu ver vem salvando LFV do desastre a este nível – sem que se vislumbre na sua lista alguém com peso e com conhecimentos na área que me deixem descansado quanto ao futuro do clube. Propõe tirar Rui Costa da prateleira, reduzir o passivo e negociar os direitos televisivos sem ser com Oliveira. Como? Não sabemos, apenas sabemos que Carraça será despedido o que a meu ver é um bom sinal, mas quem será o seu substituto? Veiga?
 
É tudo de somenos e bastante o mal menor. Existirão 3 botões nas urnas, muito provavelmente apostarei no terceiro botão: o botão da esperança e da ilusão que qualquer folha em branco possa transmitir ao maior sonhador.  

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