A questão do comportamento desagradável, agressivo e por
vezes violento das claques de futebol, ou de alguns dos seus elementos, é uma
questão transversal a todos os clubes.
Mas também há que reconhecer que muitas dessas atitudes
provêm de confrontos directos entre as várias claques, e não devem ser
confundidas por ninguém de boa fé com confrontos entre adeptos e muito menos
como confrontos entre clubes.
Por ninguém de boa fé, disse eu. E isso é importante.
A lamentável faixa colocada por uma claque do Benfica
durante o jogo de futsal é isso mesmo - lamentável. Mas tem de ser vista no
contexto específico; foi uma provocação desagradável e de mau gosto de uma
claque do Benfica às claques do sporting presentes no pavilhão. E provavelmente
terá sido despoletada por alguma provocação anterior, que por sua vez.. e por
aí fora. É como as vendettas napolitanas - já ninguém sabe nem ninguém se
interessa por quem começou e porquê. Já é só o confronto que interessa.
Não foi portanto uma provocação do Benfica ao sporting, nem
dos adeptos do Benfica, nem outra coisa que não fosse o ódio entre claques dos
dois clubes, ódio do qual vivem e que os alimenta. Não deve ser confundido com
outra coisa.
Por ninguém de boa fé, claro.
O Benfica tem pelo menos uma posição diferente da do
sporting - as claques de Benfiquistas não têm existência formal, não são
apoiadas pelo Clube nem têm uma ligação estreita aos seus dirigentes. São
grupos de sócios que actuam por conta própria. Estar o clube a desculpar-se ou
justificar-se por algo pelo qual não é responsável é dar aos incidentes uma
importância institucional que eles não têm. Se eu assassinar alguém em Espanha,
o governo português não vai sentir necessidade de apresentar desculpas formais
em nome do país. É isso que é preciso compreender.
Por quem esteja de boa fé, evidentemente.
O que é evidente de tudo isto é um facto indesmentível - o
actual presidente do sporting vive de provocar confrontos com tudo e com todos.
desde os outros clubes, à Liga, aos adeptos enfrentam nas redes sociais, aos
antigos dirigentes, ao próprio treinador. É esse o seu estilo e não há nada a
fazer.
O homem foi da juve leo, e velhos hábitos não morrem.
O que se passou no fim de semana foi uma constante e
infantil actuação destinada a provocar e justificar o corte de relações com o
Benfica, aproveitando algumas ocorrências infelizes e lamentáveis, esquecendo
outras (os petardos lançados sobre o nosso guarda redes, por exemplo).
Tudo isto poderia ter sido resolvido e sanado facilmente com
um telefonema entre os presidentes e alguma boa vontade. Tal não aconteceu
porque não era esse o objectivo.
O objectivo de quem, comprovadamente, não estava de boa fé.
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