quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Um Coelho e uma Equipa à solta. Apanha-me se puderes

"Os jogadores do Benfica multiplicam-se, aparecem por todo o lado a dar solução de passe, a equipa avança em posse de bola até à linha de fundo, regressa ao meio-campo a passear entre os adversários, volta a carregar para finalmente cruzar ou rematar. Só se vê Benfica, a União de Leiria só vê a bola. São 90 minutos de tudo e de nada, é a diferença entre um e o zero. E o Benfica ganha, o jogo (3-0) e os três pontos que lhe dão a vantagem sobre o Sporting de Braga na frente do campeonato. Muito bem, os encarnados têm uma jornada a mais, mas põem a pressão do outro lado. Apanha-me se puderes.
Steven Spielberg fez o "Catch Me If You Can" (2002) em que Leonardo DiCaprio se disfarçava de tudo e mais alguma coisa para gozar a vida e com o FBI (Tom Hanks). Jorge Jesus fez o Benfica em que o Saviola também se veste de goleador, extremo ou assistente, em que Cardozo se mascara de algo mais que um pé-canhão, em que Fábio Coentrão calça as botas de defesa e corre como se não precisasse de pulmões, em que Aimar entrega a bola como se não fosse possível falhar um passe.
Após uma sequência Saviola-Aimar-Saviola, lance dos lances da primeira parte, Cardozo lembrou que é o melhor marcador do campeonato (16). 1-0. Luisão podia ter feito o segundo pouco depois, quando o Benfica jogava acampado em cima da área adversária, como se o relvado tivesse metade do tamanho e a União de Leiria nenhuma ambição. A táctica amedrontada de Lito Vidigal (cinco defesas) chegou para isso mesmo, para não ir longe no ataque.
Na segunda parte mais do mesmo. Saviola a cair nas linhas, um coelho à solta a dizer "apanha-me se puderes", o Benfica a pressionar, a pedir um penálti, Coentrão a rematar com perigo e a União de Leiria a espernear com dois ou três cantos que não passaram disso. Jorge Jesus fez um Benfica que não abranda. Passe de Fábio Coentrão, o pequeno Saviola ganha a corrida e o ombro a Diego Gaúcho e faz o 2-0. Gaúcho não podia apanhá-lo, El Conejo está intratável, fez o décimo golo no campeonato. O golo final de Ruben Amorim foi decorativo num jogo que ficou feio 30 minutos antes da hora. Mas o Benfica de hoje é isso, uma equipa com urgência em ganhar."
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Por Felipe Santos
Publicado no jornal "I" no dia 04/02/2010
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p.s. João desculpa, sei que não gostas de "transcrições", mas não resisti ao retrato fiel.

3 comentários:

  1. Caro benfiquista MLeal,

    e que tal mandar esta crónica ao Trio d'Ataque da RTPN?

    é que a besta do Rui Oliveira e Costa afirmou na terça-feira que a 1ª volta foi uma vergonha e a 2ª volta está a ser um assalto....

    era giro lerem lá isto....

    já temos 50 golos de assaltos ao pé armado!...

    é um colo impressionante....

    os cães rafeiros ladram e a caravana vai passar....

    e a festa será grandiosa....

    saudações gloriosas!

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  2. Dado que te deste ao trabalho de referir que não aprecio transcrições, estás perdoado :) Prefiro o link para o artigo e algumas considerações sobre o mesmo porque, dessa forma, além de se dar a opinião sobre o que foi escrito, veicula-se tráfego para a fonte.
    Quanto ao artigo, concordo. É inacreditável como só a perder por 2-0, o Lito Vidigal decidiu arriscar um bocadinho...
    A propósito do Jornal I, no outro dia li uma crónica inacreditável. Basicamente, fazia passar a ideia de que o Benfica teria dado carta branca ao Jorge Mendes para nos trazer o Manuel Fernandes e que estaríamos, por vontade do jogador, a perder a corrida. No próprio dia, foi anunciada a contratação, que não veio a acontecer, pelo Inter.
    O artigo pareceu-me ainda mais inacreditável porque sei, por fontes seguras, que o Manuel Fernandes se ofereceu ao Benfica e que esteve sempre à espera que nos chegássemos à frente.

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  3. Sinceramente esperava mais dos leirienses, mas não sei se por mérito do Benfica, se por demérito adversário, o jogo teve um denominador comum, vestido de vermelho e que apesar da intensidade do jogo não ser muito elevada, teve momentos de pura magia e bom futebol, como o povo gosta.
    Os golos do Benfica, todos eles foram fantásticos, os primeiros pelas jogadas em si, o último pela potência e colocação do remate, enfim, um Benfica ao seu nível, enorme.

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