Joaquim Ferreira Bogalho não
era um homem perfeito. O “homem do estádio”, como lhe chamavam, era benfiquista
e isso chegava. Foi pela mão da sua liderança que milhares de benfiquistas
ergueram uma das obras mais monumentais que se vira até então neste país à
beira mar plantado, o estádio do Sport Lisboa e Benfica, à Luz, em Carnide,
nascido para ser o maior de Portugal.
É certo que pelo meio várias
construções foram alicerçadas. Todavia, desde 1954, foi preciso esperar 49
anos, até 2003, para que um novo empreendimento, construído de raiz, se voltasse
a criar no complexo desportivo benfiquista.
Luís Filipe Vieira foi eleito
pela primeira vez em Outubro de 2003, poucos dias depois da inauguração do novo
estádio. Embora todos os participantes nessa obra, façam enorme relevo da sua
participação, historicamente não foi uma obra da sua presidência. Tem lá o seu cunho,
mas não tem lá o seu nome. E a história não perdoa.
É verdade que o mesmo não se
poderá dizer do Centro de Estágios no Seixal, começado a ser construído em 2004
e concluído em 2006, obra que é, sem dúvida, parte do seu mandato. No entanto,
a sua distância física da capital (o facto de não ser visível dentro do avião à
chegada ao Aeroporto de Lisboa ou começar-se a avistar de carro logo a partir
da primeira entrada da 2ª circular!) tem afastado muitos adeptos do
reconhecimento da grandeza dessa obra, peça fundamental para o alto rendimento
para a equipa principal de futebol e para a progressão de jovens desportistas
promissores.
Contudo, foi o Museu Benfica - Cosme
Damião que veio trazer definitivamente o lugar de Luís Filipe Vieira na
história benfiquista. Mesmo através das melhores tentativas e da imensa
abnegação de Benfiquistas como Álvaro Curado, Joaquim Macarrão, Roland de
Oliveira e Alberto Miguéns, foram demasiados anos a transportar taças e a
deixá-las em lugares indignos de exibir as suas cores douradas e as suas
insígnias. Para o bem ou para o mal, Luís Filipe Vieira já tem o seu lugar
reservado na história do Benfica. E desta feita, ao contrário daquilo que fez
no Cemitério dos Prazeres há uns anos atrás, de forma humilde e meritória. As
suas palavras no dia de inauguração do eternamente desejado museu, obra
empreendedora e nascida da sua vontade, farão parte de todos os livros sobre o
Clube que se irão escrever nos próximos 100 anos. Como ele próprio refere, "não haverá futuro sem o passado".
Continuam a faltar as vitórias
no futebol e permanecem muitos detalhes por alterar no estilo da sua liderança. A
título de exemplo, a Águia de Ouro, proposta pela sua direção e recebida em
pleno exercício dos seus mandatos, pela qual devia ter sabido esperar, após
sair a bem e consciente de ter atingido o limite das suas capacidades, deixando
em boas mãos democráticas o seu legado.
Discordo. Sem o LFV não teria havido estádio. Já tinha o lugar reservado na história pois não se pode omitir que o Vilarinho nem sequer acreditava que fosse possível fazê-lo e foi o seu empreendedorismo e coragem que permitiram que a obra fosse possível. Além disso, há ainda a BenficaTV, que me parece um feito bastante importante, embora menos que o museu.
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