As cláusulas de rescisão dos jogadores adquiriram na última década uma importância muito mediática no meio futebolístico, importância essa que nem sempre foi acompanhada por um certo realismo, quer por parte dos media, quer por parte dos adeptos. O facto de um jogador ter uma cláusula de 40 ou 70 milhões de euros não quer dizer que valha isso. Normalmente este valor é amplificado em relação ao seu valor de mercado, salvaguardando o eventual potencial desse jogador e blindando-o de cobiça alheia.
Isto a propósito das recentes declarações do nosso presidente, afirmando que apenas admitiria negociar a baixa da cláusula de rescisão de um jogador. A meu ver este discurso é mais que correcto e adequado. Primeiro numa lógica de negociação (não tenho o LFV como parvo nesta matéria embora me tenha custado a forma como foi vendido o Simão), se fosse dizer o contrário a base de negociação seria sempre mais baixa e há que defender os interesses do clube. Segundo, porque é importante manter uma espinha dorsal de uma equipa vencedora por forma a entrarmos num ciclo vitorioso e não fazer deste 32º campeonato apenas mais um acontecimento esporádico. Se há uns anos se vendêssemos o Simão ficávamos sem anéis o mesmo já não se pode dizer deste ano, existem muitos jogadores de referência e preponderantes. Agora, se saírem logo dois ou três desses jogadores é que a coisa muda de figura.
O trio Cardozo, Di Maria e David Luiz são os jogadores que têm estado mais em foco no mexerico das transferências (vamos a ver se o Mundial não nos traz mais surpresas). Claramente há uma percepção que o Di Maria está de saída e a chegada do Gaitán é já a pensar nisso. Penso que o jogador a que o nosso presidente se estava a referir nesta matéria era o Cardozo, pelo valor elevado da sua cláusula (60 milhões). Admitamos, ninguém daria 60 milhões pelo Cardozo, só se ele tivesse sido o melhor marcador da Champions ou do Mundial. 30 ou 40 milhões já seria um valor razoável (basta recordar os 40 milhões que o Barcelona pagou por um jogador mais ou menos da mesma idade e com mais cartel, o David Villa). Deste trio que referi era muito importante manter o Cardozo e o David Luiz. Que me desculpe o Di Maria, e não é por causa do Gaitán, mas estes dois é que são mesmo insubstituíveis. Porque encontrar goleadores que se adaptem logo a um clube muito exigente e a um campeonato muito peculiar não é fácil, e porque não temos no plantel e no mercado ninguém à altura do puto dos caracóis, ainda para mais com a mística que ele já encarna. Portanto, espero bem que o nosso presidente cumpra a sua palavra quanto ao D. Luiz pois desta forma ninguém dará 50 milhões por ele (mais uma vez só se tivesse ganho a Champions ou fosse considerado o melhor defesa central do Mundial onde não vai estar presente). O Pepe que é um dos melhores centrais do Mundo foi vendido por 30 milhões. O R. Carvalho, campeão da Champions e vice-campeão europeu também saiu por 30 milhões.
Só para ficarem com uma noção dos números e enquadrarmos estas cláusulas aqui fica o top 25 das transferências mais caras de sempre, actualizado até 2009. Verifiquem já agora quantos defesas aparecem nesta lista e qual o mais caro de sempre.
Retirado do site http://www.futebolfinance.com/
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