quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Mundial do Professor Carlos Queiroz

A história deste Mundial começa no dia 19 de Novembro de 2008 no dia em que perdemos por 6 a 2 frente ao Brasil. Quando questionado pelas razões que justificavam esse humilhante resultado, disse o nosso professor “já sabia com quem podia ir para a selva”.
Foi esta frase lapidar que deu início ao fim da mais valiosa herança de Scolari. Forte liderança. Forte espírito de grupo conquistado com a defesa intransigente dos “seus meninos”
Carlos Queiroz adoptou atitude inversa e responsabilizou no seu primeiro grande desaire.

Diz o povo e com razão quem semeia ventos colhe tempestades. E assim foi.

Fase de Apuramento

Chegámos ao Mundial obrigados a disputar um play-off com a Bósnia-Herzegovina depois de uma péssima prestação na fase de apuramento onde não conseguimos vencer nenhum dos jogos contra os nossos adversários directos, “as portentosas” Suécia e Dinamarca. Durante esta fase, numa atitude desesperada Carlos Queiroz recorreu à naturalização de Liedson (31 anos?) e ainda tentou as dos gémeos brasileiros Fábio e Rafael numa viagem relâmpago a Manchester. Felizmente ambos recusaram

Convocatória

Apurados, etapa seguinte a convocatória. O limitado universo de seleccionáveis levava a crer que a escolha dos eleitos a viajar para Africa do Sul seria um momento pacífico e potencial recuperador do espírito positivo em volta da selecção. Mas a sua total falta de sensatez e de critério coerente deitam tudo a perder. Duas semanas antes de anunciar os 23 eleitos anunciou um pré grupo de 50 onde não constava o nome de Manuel Fernades que veria a constar nos sete jogadores de prevenção a eventual lesão dos convocados. Deixa de fora o guarda-redes Quim – “Não era um opção de futuro” para uma competição com 30 dias de duração e João Moutinho o único totalista de todas as suas anteriores convocatórias. Unanimemente também foi reconhecido que se esqueceu de um suplente natural para a posição de Deco. Em resumo optou por levar 3 GR, 9 defesas, 5 médios, 3 extremos e 3 avançados. Entre os quais estava Pepe que não jogava à mais 6 meses. Tudo pesado o futuro não era prometedor.

Mundial

Em terras de África vários casos: Nani, Ruben Amorim, Deco e Ronaldo.

Nani - A sua misteriosa lesão tão mal explicada sem qualquer comentário da equipa médica da selecção a mostrar mais uma vez uma clara falta de Liderança na defesa do jogador e do grupo de trabalho. Prova foram as palavras de Nani que desmentiam a justificação oficial.
A sua substituição por Ruben Amorim adensou a polémica sobre o acerto das suas primeiras escolhas. Chamar um defesa/médio para um lugar de um extremo/avançado foi elucidativo.

Ruben Amorim - À acrescentar às circunstâncias polémicas da sua escolha e não ás dos seus méritos, (para muitos deveria constar na lista inicial dos 23), no jogo de estreia de Portugal foi a primeira opção vinda do banco. E pergunto eu como é possível um treinador explicar aos restantes elementos que o 24º jogador com apenas 6 dias de estágio passar para 12º. Mais uma evidência da incapacidade do seleccionador de lidar com o balneário.

Deco - A primeira consequência do desastre d o reinado de Queiroz. O luso-brasileiro, desagradado com a sua substituição arrasou com as opções técnico-tácticas do seleccionador. Queiroz ouviu e na sua forma característica de decidir mal fez surgir mais uma lesão e contentou-se com um pedido de desculpas. Dando mais uma demonstração de total inabilidade na gestão d o grupo.

Ronaldo - Acabados de ser eliminados nos oitavos de final pela Espanha e já após banho tomado Ronaldo foi questionado naquele estilo jornalístico abutre sobre as justificações a dar ao país, respondeu aquilo que muitos tinham vontade de dizer: “perguntem ao Carlos Queiroz”. Eu diria o mesmo.

Ronaldo é provavelmente depois de Eusébio o melhor jogador português de todos os tempos. È considerado como um dos melhores do Mundo. E nas suas palavras entendi o reflexo da frustração de jogar numa equipa de nível razoável orientado por um técnico sem competência para comandar/orientar homens, nem saber para aproveitar o seu talento naquele que deveria ser o seu Mundial.

P.S. sei que muitos iram afirmar que Ronaldo é o mais caro jogador do Mundo e que se exige a um capitão outro discurso. Correcto, mas também convém lembrar que Carlos Queiroz é o 7º mais bem pago dos 32 presentes no último Mundial. E curriculum só com os meninos e foi em tempos longínquos.

A primeira vez que foi selecciona dor nacional Queiroz na hora de se ir embora que coincidia com a hora de falhar o apuramento para o Mundial de 1994 disse que: “a porcaria que existia na FPF tinha de ser varrida”. À data o presidente era Gilberto Madail o mesmo nos dias de hoje. Facto que explica melhor a coerência das opções do Carlos Queiroz do que todo o texto que vos escrevi anteriormente.

MLeal

4 comentários:

  1. O presidente da FPF não era Gilberto Madaíl, mas sim João Rodrigues. Madaíl era Presidente da Assembleia Geral.

    ResponderEliminar
  2. Na seguimento do que aqui foi escrito, acrescento já, para o próximo desaire:

    - «Se camisola for pequena para alguém...»
    SELECIONADOR AVISA QUEM NÃO QUER ESTAR NA SELECÇÃO

    - "Se precisar de passar toda a minha vida a ensinar que as frustrações têm de ser contidas, bem dirigidas, vou fazê-lo"

    - "Estamos sempre a aprender a a tempo de ser educados. É como tudo na vida. Às vezes temos de decidir de que lado estamos em termos de princípios"

    Acham que já chega de frases inteligentes do senhor professor doutor Carlos Queiróz?

    Se me permitem, repito o que escrevi após a exibição frente à Costa do Marfim: O problema não está nos jogadores, pois com uma ou outra alteração acabariam por ser mais ou menos, os mesmos. O problema está no treinador: Ponham estes mesmos jogadores a serem comandados por Jorge Jesus e verão os resultados.

    Para finalizar: o treinador também podia ser o Mourinho...

    ResponderEliminar
  3. Em face das peripécias engendradas pelo Sistema Implantado no Futebol português, onde o cerne madail e seus correlegionários mandantes, tiveram sempre omnipresentes com os seus pupilos, a seleção teve aquilo que merecia. Quando não se tem capacidade para agarrar o bicho, como foi o caso, levaram uma MARRADA que os colocou KO.

    ResponderEliminar
  4. Pois eu gostei muito do "Se eu digo que um jogador está esgotado, é porque está esgotado!"
    Infelizmente o tipo vai continuar, infelizmente o decréscimo qualitativo da nossa selecção vai continuar, pois é mais rentável lançar sul-americanos carregados de comissões que jogadores portugueses, e porque a selecção também pensa assim... (como é prova Liedson e esses dois laterais de que falaste, mas falou-se também de um GR, se não estou em erro.)
    Neste jogo gostei de ver o professor a ensinar ao Mundo que o central suplente do Lille (?) é melhor defesa direito que o titular do Valência (3º clube de Espanha...) e que um jogador muito experiente (embora não goste dele) como o P. Ferreira do Chelsea.
    Assim sim, o futuro da selecção está garantido - nível de exigência mínimo, tanto em critérios de escolha como em qualidade futebolística...

    ResponderEliminar