Ainda que careça de análise do
relatório completo a divulgação em comunicado dos números genéricos é possível retirar
algumas ideias e aferir da qualidade do relatório.
Num contexto em que se apresenta,
segundo os próprios, os melhores resultados de sempre é natural que a
generalidade dos números sejam agradáveis à vista, sendo possível verificar
situações muito positivas e outras que não o serão, ainda assim na globalidade
os números são interessantes.
Vamos por partes:
- O aumento do Activo em cerca de 30 milhões
combinados com a redução do passivo em cerca de 17 milhões e um resultado líquido
de 44 milhões é uma boa notícia. Poderemos sempre especular que o valor
reduzido no passivo é curto, mas há luz dos números e das opções tomadas em exercícios
anteriores, não havia grandes condições para fazer melhor.
- O que poderemos ainda concluir é que a
redução do passivo para valores na ordem dos 200 milhões, que foi mencionado em
tempos por LFV, é ainda uma miragem só possível no curto prazo com o aumento
exponencial das receitas.
- Pagamento em comissões por transações de
atletas situou-se nos 20 milhões, ou seja, cerca de 16,5% o que compara
favoravelmente com os 18,30% do ano anterior.
- Redução do endividamento em cerca de 20
milhões o que entronca na redução do passivo. A conversão de 100 milhões de
empréstimos de curto prazo em longo prazo é uma medida de gestão muito
interessante.
- Resultados operacionais excluindo as
transações de atletas mantêm-se equilibrados favoravelmente, contudo verifica-se
as seguintes duvidas/alertas/preocupações:
- Aumento da rubrica de gastos de pessoal excluindo o plantel em mais de 13 milhões (prémios; inflação, Nhagas ou luvas aliviando a rubrica de comissões, não percebo);
- Direitos televisivos aumentam 2,1 milhões – falta perceber se foi especializado o valor de contrato até final do ano ou não. Se não foi, então é um excelente indicador, caso se verifique então terei duvidas se financeiramente ficamos a ganhar com a opção NOS e jogos às 21h00 com a respectiva redução na receita de bilheteira;
- As receitas operacionais na vertente comercial em ano de tetra desceram compensadas nesta fase com a bilheteira. Uma má performance desportiva implicará o desequilíbrio da rubrica o que é natural mas importa estar atento. Mais um dado que remete para a necessidade de vendas de atletas e performance desportiva.
- Aspecto menos positivo deste
comunicado/relatório está no aumento do activo na proporção de 9 milhões via
reavaliação/valorização do plantel. O registo de imparidades em 8 milhões que
não percebo muito bem a sua origem mas penso que estas questões poderão estar
interligadas com efeitos nos exercícios posteriores (ex: Mitroglou avaliado em
30 milhões e transacionado por 15).
Em jeito de conclusão, parece
evidente que a máquina que impulsiona a SAD é o futebol e se a bola entra ou
bate na trave. Se entrar tudo corre melhor se não entrar os reflexos fazem-se
sentir a todos os níveis, por isso convém fazer as coisas bem para termos
resultados desportivos compatíveis com as nossas ambições. Nos últimos dois
anos desportivamente vamo-nos pondo a jeito com sucesso no primeiro ano, neste
veremos.
Desculpa a pergunta, onde vês que houve uma "conversão de 100 milhões de empréstimos de curto prazo em longo prazo"?
ResponderEliminarObrigado
O endividamento remunerado diminuiu 30M e não 20M.
ResponderEliminarPercebo a questão mas penso que rondará os 20M.
EliminarNa rubrica passivo corrente e passeivo não corrente
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