domingo, 15 de março de 2009

A ficção de Quique

O Benfica foi a equipa mais forte na primeira parte, criou diversas oportunidades de golo, na sequência de excelentes combinações de Pablo Aimar, Reyes, Di Maria e Cardoso (que quarteto notável!), quase sempre executadas a um ritmo alto, com pormenores técnicos requintados, deixando a defesa do V. Guimarães totalmente atordoada. Cardoso bisou, Pablo Aimar marcou, pela segunda vez consecutiva, e só o poste e Nilson impediram que os encarnados chegassem ao intervalo com uma goleada mais expressiva.

Aquelas linhas não passam de pura ficção e poderiam ser um complemento à frase de Quique Flores no final do jogo com o V. Guimarães: «Fizemos uma boa primeira parte». Não sei o que se passa com o treinador espanhol: viu outro jogo ou os critérios de exigência são tão baixos que estar empatado, ao intervalo, com o Vitória Sporting Clube (segundo a designação do benfiquista Cajuda) já é positivo? Ficou perturbado perante o facto de o jornalista da Sport TV não ser a Alexandra Lencastre, a qual, tal como o Benfica, também já conheceu melhores dias?...

Quique Flores não me surpreende, pelo menos pela positiva, como treinador, mas costuma ter um discurso interessante, mas hoje nem isso...E o que esperar de um técnico que está satisfeito com este primeiro tempo do Benfica? Nada, ou muito pouco, claro.

Depois deste jogo, fiquei, finalmente, convencido de que o título não é mais do que uma miragem. O Benfica, neste momento, é uma equipa composta de jogadores bons (refiro-me ao tal quarteto de há pouco) que não rendem e outros (a maioria) vulgares e vê-los a em campo, ontem, foi penoso: sem talento, classe, velocidade, espírito de sacrifício, técnica e capacidade de explosão, à excepção de duas ou três míseras jogadas. Nem mereceram a presença de mais de 47 mil espectadores, que tornaram o encontro no quinto mais visto na Liga.

O Benfica está, assim, bem preparado para discutir, na final da Taça da Liga, o título de Pior Equipa da Segunda Circular. Só de pensar naquela segunda parte em Alvalade perante uma equipa que sofreu doze golos do Bayern, não tão forte como noutros anos, pelo menos na Alemanha, dá-me vontade de fugir para o Pavilhão da Luz e esperar que a equipa de basquetebol comece a brilhar.

5 comentários:

  1. Não concordo com a análise ao plantel. Para além dos jogadores referidos, não me parece que o Luisão, Katsoranis, Ruben Amorim, Sidnei, Suazo, Nuno Gomes e mesmo Maxi, sejam jogadores vulgares, o treinador é que os faz parecerem vulgares.
    Em tudo o mais, temos sentimentos similares.

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  2. Acompanho-te no desalento em relação à equipa de futebol, mais particularmente em relação ao Quique Flores, e o pior é que não estou surpreendido.
    Tenho dificuldades em criticar os jogadores do Benfica quando considero o sistema táctico aberrante. O pior de ontem foram as substituições medrosas. Inacreditavel.
    Uma pequena rectificação (sei que foi apenas uma má forma de o dizer): A equipa de basquetebol já brilha e muito!

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  3. Olá TC

    O Luisão é vulgar, se compararmos com Ricardo, Mozer ou Humberto Coelho; Ruben Amorim é bom em equipas como o Belenenses e o Maxi não é nenhum fora de série, mas aceito-o na equipa.

    Em relação à equipa de básquete, não sei se houve má forma de dizer ou...de interpretação, Pelicano :)

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  4. "dá-me vontade de fugir para o Pavilhão da Luz e esperar que a equipa de basquetebol comece a brilhar."
    Eu acho que já brilha... Se, por brilhar, exiges ganhar, concordo contigo :)

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  5. há jogadores que vivem do nome e um treinador que com o seu discurso retira ambição à equipa e é esse discurso que deve ser mudado.
    Com o futebol que vem apresentando, era óbvio, que mais jogo, menos jogo, isto ia acontecer.
    Mas mantenho a minha convicção, há que manter a mesma estrutura, de modo a encurtar distâncias para os rivais, caso contrário é recuar e voltar à estaca zero e esse é o maior erro que Benfica pode cometer.

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