domingo, 24 de março de 2013

Um golpe de génio de Bruno de Carvalho



Não sou muito dado a teorias da conspiração e muito menos tenho qualquer certeza sobre a versão da história que construi na minha mente à medida que ia acompanhando a televisão, as páginas dos jornais na internet e aquilo que se escrevia nas redes sociais sobre as eleições do Sporting de 23 de Março de 2013.

Por que motivo, perante um resultado tão díspar avançado nas sondagens, Bruno de Carvalho não terá prestado qualquer declaração ou não apareceu sequer uma imagem dos seus apoiantes a festejar? À primeira vista – “gato escaldado de água fria tem medo” – e depois daquilo que acontecera dois anos antes, era necessária uma confirmação oficial.

Contudo, os resultados eram tão dispares, tal como se veio a verificar às 02:00 da manhã, que não encontro qualquer explicação para 1500 votos por correspondência demorarem 6 horas a ser contados por 3 elementos da Mesa da Assembleia Geral e, pelo menos 3 delegados das 3 listas candidatas, uma vez que, no que diz respeito aos votos electrónicos é o computador que revela os valores automaticamente. Além disso,  Eduardo Barroso estava demasiado tenso e nervoso aquando do anúncio oficial de um resultado tão favorável à Lista B e que a comunicação social já tinha avançado.

Algo de muito estranho se terá passado naquelas 6 horas. Mas Bruno de Carvalho já estaria, provavelmente, à espera que tal viesse a acontecer e, como tal, desta vez vinha bem preparado e com a experiência acumulada de 2011. Estou em crer que, perante o atraso que se estava a verificar e as negociações e ‘cozinhados’ que já se estavam a colocar em cima da mesa para Couceiro ganhar, a Lista B sacou um coelho da cartola. Um golpe de génio. Decidiu lançar o pânico e a confusão – fazendo relembrar o passado – e alguém “desbocou” para o jornal O JOGO a informação de que tinham sido encontrados 400 votos duplicados.

Como este número se mantinha insuficiente para o BES e José Maria Ricciardi recuarem e o resultado teimava em não ser divulgado, em vez de 400 já eram 1500... E os jornalistas d’ A Bola TV eram agredidos junto ao estádio de Alvalade, notícia essa que, por obra e graça de Espírito Santo (?), desapareceu em segundos e muito pouco tempo antes do anúncio da conferência de imprensa final.

A cada minuto, crescia o boato, já ninguém falava de outra coisa e o nome do Sporting Clube de Portugal estava a ser destruído. Nas redes sociais as anedotas multiplicavam-se, na televisão os comentadores não queriam acreditar no que se estava passar, no estádio os adeptos começavam a ficar revoltados e lá dentro mantinha-se o segredo sepulcral de todos os candidatos e da mesa da assembleia geral.

Finalmente, o responsável pela organização das eleições que, de manhã, já tinha avisado de que com “os computadores nunca se sabe...”, apareceu na Sala de Imprensa de Alvalade, onde Bruno de Carvalho era o único candidato sentado. Afinal, só tinham sido 3 os votos duplicados (de 400 passaram para 1500 e, no fim, eram só 3? Que estranha fuga de informação para os jornais com números tão exagerados...) e a votação era, tal como já se sabia desde as 20h, indubitável para a lista B. Por isso mesmo, quais as razões para Eduardo Barroso, um experiente médico e cirurgião, habituado por certo a situações de muito maior tensão, estar de tal forma nervoso e só a trocar os números e as percentagens de um processo eleitoral que, no fundo, tinha decorrido com tanta normalidade?

Foi José Couceiro que acabou por me dar a resposta a esta minha dúvida existencial nas suas palavras finais, que, por tão óbvias e desnecessárias que foram, me ajudaram a confirmar esta minha teoria delirante de que Bruno de Carvalho foi um génio a manipular a opinião pública e a comunicação social: “Há que respeitar a vontade dos sócios do Sporting... E isso EU respeitarei sempre...”.Algo que Godinho Lopes não fez há dois anos atrás. Como toda a gente sabe.

O que aconteceu ontem e há dois anos atrás foram dois sérios avisos à navegação do futebol português. A cada episódio, ficará, cada vez mais, evidente o peso diminuto que os sócios vão tendo na decisão política dos seus clubes e como nestes as normas democráticas mais básicas ainda funcionam “de braço no ar”.


1 comentário:

  1. Só não acredito nessa teoria porque o Barroso era da lista do BdC nas ultimas eleições e era obvio que o BdC era o seu preferido.

    Mas que algo de estranho se passou... passou!

    ResponderEliminar