Não
sou muito dado a teorias da conspiração e muito menos tenho qualquer certeza
sobre a versão da história que construi na minha mente à medida que ia
acompanhando a televisão, as páginas dos jornais na internet e aquilo que se escrevia nas redes sociais sobre as eleições do Sporting de 23 de
Março de 2013.
Por que
motivo, perante um resultado tão díspar avançado nas sondagens, Bruno de
Carvalho não terá prestado qualquer declaração ou não apareceu sequer uma imagem
dos seus apoiantes a festejar? À primeira vista – “gato escaldado de água fria
tem medo” – e depois daquilo que acontecera dois anos antes, era necessária uma
confirmação oficial.
Contudo,
os resultados eram tão dispares, tal como se veio a verificar às 02:00 da
manhã, que não encontro qualquer explicação para 1500 votos por correspondência
demorarem 6 horas a ser contados por 3 elementos da Mesa da Assembleia Geral e,
pelo menos 3 delegados das 3 listas candidatas, uma vez que, no que diz
respeito aos votos electrónicos é o computador que revela os valores
automaticamente. Além disso, Eduardo
Barroso estava demasiado tenso e nervoso aquando do anúncio oficial de um
resultado tão favorável à Lista B e que a comunicação social já tinha avançado.
Algo
de muito estranho se terá passado naquelas 6 horas. Mas Bruno de Carvalho já
estaria, provavelmente, à espera que tal viesse a acontecer e, como tal, desta
vez vinha bem preparado e com a experiência acumulada de 2011. Estou em crer
que, perante o atraso que se estava a verificar e as negociações e ‘cozinhados’
que já se estavam a colocar em cima da mesa para Couceiro ganhar, a Lista B
sacou um coelho da cartola. Um golpe de génio. Decidiu lançar o pânico e a
confusão – fazendo relembrar o passado – e alguém “desbocou” para o jornal O
JOGO a informação de que tinham sido encontrados 400 votos duplicados.
Como
este número se mantinha insuficiente para o BES e José Maria Ricciardi recuarem
e o resultado teimava em não ser divulgado, em vez de 400 já eram 1500... E os
jornalistas d’ A Bola TV eram agredidos junto ao estádio de Alvalade, notícia
essa que, por obra e graça de Espírito Santo (?), desapareceu em segundos e
muito pouco tempo antes do anúncio da conferência de imprensa final.
A
cada minuto, crescia o boato, já ninguém falava de outra coisa e o nome do
Sporting Clube de Portugal estava a ser destruído. Nas redes sociais as
anedotas multiplicavam-se, na televisão os comentadores não queriam acreditar
no que se estava passar, no estádio os adeptos começavam a ficar revoltados e lá
dentro mantinha-se o segredo sepulcral de todos os candidatos e da mesa da
assembleia geral.
Finalmente,
o responsável pela organização das eleições que, de manhã, já tinha avisado de
que com “os computadores nunca se sabe...”, apareceu na Sala de Imprensa de
Alvalade, onde Bruno de Carvalho era o único candidato sentado. Afinal, só
tinham sido 3 os votos duplicados (de 400 passaram para 1500 e, no fim, eram só
3? Que estranha fuga de informação para os jornais com números tão
exagerados...) e a votação era, tal como já se sabia desde as 20h, indubitável
para a lista B. Por isso mesmo, quais as razões para Eduardo Barroso, um
experiente médico e cirurgião, habituado por certo a situações de muito maior
tensão, estar de tal forma nervoso e só a trocar os números e as percentagens
de um processo eleitoral que, no fundo, tinha decorrido com tanta normalidade?
Foi
José Couceiro que acabou por me dar a resposta a esta minha dúvida existencial
nas suas palavras finais, que, por tão óbvias e desnecessárias que foram, me
ajudaram a confirmar esta minha teoria delirante de que Bruno de Carvalho foi
um génio a manipular a opinião pública e a comunicação social: “Há que
respeitar a vontade dos sócios do Sporting... E isso EU respeitarei sempre...”.Algo
que Godinho Lopes não fez há dois anos atrás. Como toda a gente sabe.
O
que aconteceu ontem e há dois anos atrás foram dois sérios avisos à navegação do
futebol português. A cada episódio, ficará, cada vez mais, evidente o peso
diminuto que os sócios vão tendo na decisão política dos seus clubes e como
nestes as normas democráticas mais básicas ainda funcionam “de braço no ar”.
Só não acredito nessa teoria porque o Barroso era da lista do BdC nas ultimas eleições e era obvio que o BdC era o seu preferido.
ResponderEliminarMas que algo de estranho se passou... passou!