A caça às bruxas já se iniciou. Na praça pública já se pede a
cabeça de Jesus – menos mas também a de Luís Filipe Vieira – depois de mais uma
longa época de emoção terminada em fracasso. Embora os sportinguistas se esqueçam
que naquele ano nós fomos campeões nacionais e este ano ainda podemos vencer a
taça de Portugal, a comparação com o ano do “quase” de José Peseiro em 2004/05
parece interminável e o ‘gozo’ e as pastilhas ‘rennie’ multiplicam-se nos
locais de trabalho, nas páginas de facebook e nas sms enviadas.
Antes de prosseguir nesta minha análise sobre quais os erros
que nos tramaram o campeonato, julgo que é importante salientar que julgo que
este não é o momento certo de voltar a exigir revoluções. Relativamente a Luís
Filipe Vieira, a margem com que venceu as eleições é suficientemente grande
para o seu lugar não ser posto em causa já na primeira época do novo mandato e,
no que diz respeito a Jorge Jesus, não me parece acertado despedir um treinador
com quem já se assumiu a continuidade ainda antes de ter vencido o campeonato,
ao contrário do que alguns dirigentes tinham assumido a meio do ano.
Independentemente dessas duas questões, existiram alguns
erros no decorrer desta época que merecem profunda reflexão. Entre eles,
contabilizam-se, certamente, erros de arbitragem, de tática e de comunicação e
postura.
É claro que é incrível o branqueamento que tem sido feito
pelos adeptos portistas relativamente ao benefício das arbitragens. De um
campeonato que seria vencido pelo Benfica à “capela” – que pena tenho eu que o
penalty de Maxi Pereira sobre Capel não tenha sido assinalado, pois não tenho
dúvidas de que o Benfica daria a volta ao resultado - passou-se, num ápice,
para um campeonato ganho com toda a justiça pelo FC Porto e do qual foram
esquecidas as mãos de Alex Sandro, as entradas de Mangala e o caso Hugo
‘Miguelote’ na última jornada. Assim o futebol português não tem seriedade, nem
história e muito menos verdade.
No entanto, ser justo também implica lembrar que a verdadeira
razão de o Benfica não ter vencido este campeonato foi da sua inteira
responsabilidade. Por mais que queiramos reiterar sobre o “azar” que foi perder
um clássico ao minuto 92 da penúltima jornada, ninguém me tira da cabeça que
uma equipa que quer ser campeã não pode cometer 5 erros (!) a um minuto e meio
de garantir praticamente o título nacional.
Naquelas circunstâncias, nunca o lançamento de linha lateral
devia ter sido efectuado pelo lateral esquerdo, que deveria estar recuado, mas
sim por um médio. Ademais, naquele momento, não se deveria fazer um cruzamento
largo para a área num lance difícil para Cardozo sozinho no meio de 4 centrais.
A bola tinha de ser colocada nos pés de Aimar ou Salvio para a segurarem na
bandeirola. Com isto, permitiu-se um contra-ataque, no qual ninguém sabe onde
andava Maxi Pereira e Roderick não teve a coragem de não permitir Kelvin passar sequer do meio campo.
Acresce a isto o Benfica ter-se subjugado a 90 minutos de
mais de 60 % de posse de bola portista. Em 1991, Eriksson colocou César Brito,
um avançado rápido que enganou o Porto nas costas à medida que ia atrás do
resultado. Em 2013, o mestre da tática lembrou-se de Roderick, recuou as linhas
e só aos 90 minutos – quando aí sim só deveria defender - é que, em busca da
glória de ser campeão naquele estádio, acreditou em ganhar.
Poder-se-ia ainda dissecar ou especular sobre os benfiquistas terem começado a falar cedo demais, a ausência de
Luís Filipe Vieira no jogo do estádio da Luz frente ao Estoril, de ter ficado
“barricado” no balneário e não no banco de suplentes no estádio do Dragão ou da
conferência de imprensa boçal de João Gabriel. Eu não o farei. Não me parece que
seja a hora. Contudo, não me peçam elogios desmesurados, endeusamentos e que
aceite de bom grado tarjas que digam que “as lágrimas valem mais que as
taças...”.
Até porque se me vierem dizer que é cometendo erros e passando
por eles que se aprende, melhora e ganha no futuro, eu responderei sempre que,
em 2011, foi também o Jardel que não saltou com o Custódio em Braga.
Onde fica essa tal de praça publica? Não será com toda a certeza a Praça Centenário pois não?
ResponderEliminarÉ que 50.000 após duas desilusões contraria fortemente o primeiro paragrafo do post... mas... deve haver uma praça qualquer onde isso seja realidade.
Cumprimentos
Qualquer manifestação pública... é na praça pública. E eu tenho visto algumas... Se têm peso ou não isso já é outra história .
Eliminaro fcp e merda o resto e treta !
ResponderEliminarAqui fica a minha análise da época para quem quiser ver :) com ou sem Taça de Portugal ;)
ResponderEliminarhttp://orgulhosamentelampiao.blogspot.pt/2013/05/numa-ma-epoca-muita-coisa-esta-bem.html
Abraço,
Bruno Pereira