terça-feira, 16 de setembro de 2008

Frontal Quique!

O nosso treinador deu uma entrevista ao jornal A Bola que saiu no sábado passado. Li a entrevista na íntegra e gostaria de salientar dois ou três aspectos.

O primeiro é claramente a frontalidade e o à vontade com que o nosso técnico fala das tácticas e dos jogadores, sem tabus, não se coibindo de individualizar alguns casos. Percebe-se claramente que o Katsouranis continua insatisfeito e que isso está a influenciá-lo em campo. Gostaria de pensar que a sua exibição contra o Porto não foi deliberada mas não tenho essa certeza. Também percebe-se que o clube, antes de começar o campeonato, tratou desta questão de forma correcta e que o treinador voltou a abordá-la agora depois do Porto. Também creio que se tivesse existido alguma proposta concreta para o jogador, por valores adequados, o Benfica teria vendido o Katso. A sua fraca época no clube e má campanha da Grécia no Euro também não ajudaram.

E como a teoria de nada vale sem a prática até parece que este "episódio" do Cardozo surgiu para pelo menos demonstrar que não são só "palavras" do nosso treinador. Agora só falta colocar o grego no banco.

Outro aspecto a destacar, para além de ser viciado em trabalho o nosso treinador demonstra ser uma pessoa de ideias fixas, gosta de seguir o "guião determinado" e quer que os seus jogadores o interpretem sempre da mesma forma, independentemente das circunstâncias de jogo. Vamos ter um treinador fiel à táctica e princípios de jogo que defende. Significa isto que muito dificilmente mudaremos de táctica a meio de um jogo ou de uma época. Embora este facto tenha desvantagens também não é de todo mau. Para já, contra o Porto, começando a perder e depois de expulso um jogador a equipa não perdeu o norte.

Relativamente à luta pelo título do campeonato, ao contrário de anos anteriores muito por culpa do nosso descomedido presidente, a questão tem sido tratada com muito mais prudência. Desde o início da época que nota-se uma sintonia nas palavras do treinador e do director desportivo. Não é à toa que a palavra ilusão tem sido utilizada por ambos por forma a retirar pressão aos jogadores e massa associativa de um projecto e equipa que ainda agora começou a sua "construção" . O Quique Flores faz questão de sublinhar que retirar pressão não é retirar responsabilidade.

Pois eu cá não tenho ilusões, para mim o nosso clube é dos três grandes o menos favorito a ganhar o campeonato mas pelo menos com este treinador e com as contratações efectuadas deram-me alguma ilusão para os próximos tempos!

PS - para quem não teve oportunidade de ler a entrevista pode consultar no seguinte blog

4 comentários:

  1. Pelo menos, e a ver vamos se foi ou não coincidência, o castigo ao Cardozo surgiu na única altura que o mesmo não significaria dar um tiro no pé. Já é um princípio...

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  2. roubaste-me as palavras...ainda hoje vinha no BUS a pensar nessa entrevista e a 'escrevinhar' na cabeça umas palavras sobre ela para postar aqui...

    nao podia estar mais de acordo...exceptuando num unico ponto:
    - eu tenho ilusões; eu tenho sempre ilusões...ainda há poucos dias estava a comentar isso com um sócio nosso: mesmo nos anos em que a nossa equipa era composta por craques como Tavares, Nelo, Marinho, Amaral, King, Paredão, Clóvis, Leónidas, Pringle (e nao me vou alongar mais para n ficar deprimido...), eu estive sempre no estadio, e acreditava piamente que podiamos ser campeões nesse ano...

    é um mal, uma doença que eu tenho.

    Este ano tb tenho essa ilusão e não são dois empates da tanga que ma vão tirar...

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  3. Um dos sinónimos da palavra ilusão é fantasia e nalguns anos foram mesmo fantasias mas acho que esta ilusão pode-se tornar real. Se não for este ano que seja a curto prazo. Haja paciência!

    De qq das formas não te preocupes que eu tb devo ter a mesma doença, senão não estava lá presente no estádio todos os anos desde 1984.

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  4. Também gostei da entrevista, mantém a bitola e o mesmo registo. Há muito tempo que não me entusiasmava com um treinador. Irónicamente contra o Porto estava a passar-me com a demora na substituição após a expulsão, e ao contrário do que me é apanágio em vez de começar a gritar, mantive-me calmo à espera, tenho dificuldades em criticá-lo.
    Quanto à presente época, é mesmo ilusão, mas se passarmos ilesos dos próximos 4 desafios, passa a ser realidade.

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