terça-feira, 23 de setembro de 2008

A realização de um potencial

Independentemente do que se passe no futuro, particularmente no futuro próximo com os lagartos e com o Nápoles, acredito nesta equipa e neste treinador.
Penso ser indesmentível que este ano temos o melhor plantel dos últimos 15 anos. Pelo menos no plano potencial. Ao contrário do que se passou em outras épocas, somos capazes de olhar para os jogadores e identificar facilmente que existe qualidade. Pela primeira vez nos últimos anos olho para esta equipa e acredito. Não por uma questão de fé ou crença irracional pelo meu amor ao clube, mas sim porque de facto existe substância. Com os fundos que foram disponibilizados, dificilmente o Rui Costa teria feito melhor no que diz respeito aos reforços. O Yebda tem sido o que mais me tem surpreendido dado que era um desconhecido e vir em fim de contrato. Vemos o Sidnei a jogar e é instantâneo verificar que a par do David Luiz temos dois dos centrais brasileiros mais promissores no nosso plantel. Quanto ao Balboa ainda acho cedo para me pronunciar. Reconheço-lhe qualidades mas penso que o jogador ainda atravessa uma fase de pouca confiança. E restam-nos as 3 "estrelas" Aimar, Reyes e Suazo. O Aimar é um enigma. Atingiu aparentemente o apogeu da sua carreira demasiado novo e ao vê-lo jogar percebemos que o futebol evoluiu numa componente física que o próprio não parece acompanhar. Precisa de melhorar os seus índices físicos e a confiança. O seu talento natural fará o resto. O Reyes é um prodígio. Tecnicamente brilhante, rápido e incisivo, é daqueles jogadores que consegue resolver jogos...se lhe apetecer. At last but not the least: David Suazo. É para mim, não só no plano potencial, mas no efectivo, como um avançado de nível europeu. A lesão que sofreu em Nápoles é tão ingrata como criminosa, pela forma como foi sofrida e pelo impacto imediato que ele teve na equipa. Se não tiver mais azares com as lesões vai ser, a meu ver, uma das figuras do campeonato.
A equipa tem uma enorme margem de crescimento, mas o que é um desafio é também um problema, porque tempo é coisa que não abunda. A organização de uma equipa vai-se conquistando, treino a treino, jogo a jogo. Costuma dizer-se que o meio-campo é o cérebro de uma equipa e é aqui que penso que reside grande parte do problema. Damos demasiado espaço aos nossos adversários, demasiada posse de bola e facilidades para entrar na nossa área e não conseguimos controlar o jogo e o seu ritmo. Em Nápoles, e mesmo tendo em conta o azar nos golos, foi quase constrangedor a facilidade com que eles entravam nas proximidades da baliza.
Falta-nos organização defensiva. Faltam-nos treinos, jogos, tempo. Ontem foi um jogo importante. Sofremos muito, mas ganhámos e embora tenhamos sofrido 3 golos, prefiro realçar os 4 que marcámos num campo dífícil, onde noutros tempos precisaríamos de 30 ou 40 remates à baliza para os fazer. As movimentações ao nível do ataque começam a aparecer lentamente. A consistência defensiva chegará, esperemos que não tarde demais. No próximo fim de semana contra o Sporting vamos ter um importante teste contra um losango cujo objectivo e prioridade é o controle do jogo (embora me pareça que a inclusão do Rochemback não seja benéfica para o Sporting pelo sub-aproveitamento que se faz do Moutinho), precisamente aquilo em que temos claudicado. A componente táctica vai ser fundamental a meu ver. Contra o Nápoles penso que vai ser mais a vontade, a garra e alguma sorte, pois acredito que eles venham cá principalmente defender a vantagem. Daqui a uns dias veremos.

PS1-É urgente começar a pensar numa outra solução para defesa direito (Zoro? - Ganha-se em agressividade, velocidade e altura)
PS2-Temos que perceber porque é que o DiMaria só consegue jogar decentemente vestido de azul celeste e branco. Sugestão: Vistam-lhe uma camisola da Argentina por baixo da do Benfica.
PS3-Não consigo entender o entusiasmo à volta do Urreta. Bons pormenores na pré-época mas muito, muito "verdinho".
PS4-Se ainda não adormeceram devido à extensão do texto, aceitem as minhas desculpas.

3 comentários:

  1. Pois...isto de construir uma equipa não é só meter em campo um grupo de jogadores, alguns deles apelidados de "estrelas".Eu pessoalmente embirro com Aimar.Desde o inicio.Talvez Quique tambem não esteja a aproveitá-lo da melhor maneira.Pode ser que ainda venha a ser útil.Reyes:ontem esteve melhor mas ainda desastrado. Urreta: concordo; muito "vermelhinho".Di Maria: o tipo é um infantilóide que mete dó.Balboa: veremos.E o Quim: está a atravessar uma fase de baixo rendimento.Não é possivel sofrer tantos glos em tão poucos jogos.O Capitão (sim porque "capitão luisão" é uma piada de muito mau gosto) de regresso e em forma.A dupla com Cardozo é para mim o ideal. O Cardozo é instável e já se percebeu que se dá bem com N Gomes.O problema é que Quique passou este tempo todo a inventar.

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  2. Até que concordo em grande parte com o que escreveste mas se, por um lado, identificas um enorme potencial, por outro, não tens grandes esperanças na maior parte dos reforços...

    A solução para defesa direito em caso de necessidade deverá passar pelo Míguel Vítor ou pelo Ruben Amorim.

    Quando é que o Di Maria vai jogar a extremo esquerdo no Benfica?

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  3. Excelente texto. Concordo com grande parte do texto. Em relação à melhor equipa dos últimos 15 anos. Essa foi a que Fernando Santos conseguiu estragar.
    Ou não reconheces a valia de poder juntar Simão, Rui Costa, Karagounis, Miccoli, Petit, Katsouranis, Léo e outros que tais na mesma equipa?

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