terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Propósito Dos Que Não Estão Cá

Não gosto de chorar sobre o leite derramado mas o Diário Económico, na sua edição de hoje, tem um artigo muito interessante sobre os jogadores que saíram da Luz, nomeadamente Di Maria, Ramires e Quim. Eis os principais factos desse artigo:

• Ramires e Di Maria garantiam 26% das assistências
• ................................................ 24% dos remates
• ................................................ 44% dos cruzamentos
• Quim foi decisivo em nove jogos e apenas num foi mal batido
• Dos três grandes, o Quim teve a melhor média de defesas decisivas por jogo (1,4), contra 0,7 e 0,9, efectuadas por Helton e Rui Patrício, respectivamente
• Ramires tinha a melhor média de recuperações no meio campo adversário (1,2 por jogo)

É claro que estes números não traduzem a influência da capacidade de explosão e irreverência do Di Maria, ou o equilíbrio defesa/ataque que Ramires proporcionava. Apesar de parecerem ser significativos não deixam de ser enganadores.

Analisando estes números mais friamente podemos chegar às seguintes conclusões. Não individualizando os jogadores, até porque não tenho acesso a essa estatística, e não contando com o guarda-redes, em média os restantes 8 jogadores de campo efectuaram, cada um, 9,25% das assistências, 9,5% dos remates e 7% dos cruzamentos gerados pela equipa. Se multiplicarmos estes valores por dois jogadores não andam muito longe das percentagens apresentadas no artigo, à excepção dos cruzamentos, o que é natural tendo em conta que estamos a falar exactamente dos dois alas da equipa.

Eu não vou dizer que estes dois jogadores não eram influentes mas houve jogos em que jogamos sem eles (o Ramires, por exemplo, teve ausente alguns períodos significativos) e não foi por isso que perdemos a tendência vitoriosa e a dinâmica de ataque. O Gaitán é diferente do Di Maria mas creio que dos reforços deste ano é o que tem melhores condições para se afirmar mais rapidamente e fazer esquecer, em parte, o Di Maria. O Ruben Amorim, friso, EM FORMA, pode perfeitamente fazer de Ramires e garantir maior equilíbrio à equipa (contudo, não deixo de mencionar que esta posição é a que mais necessitávamos de reforçar de momento, um box-to-box rápido e de qualidade). Agora, se o Benfica não entrar com a dinâmica, frescura física e atitude para decidir o jogo nos primeiros minutos, como acontecia o ano passado, o que não se verificou neste último domingo, é que não vamos lá. Partilho algumas das preocupações que o meu amigo TC referiu no post anterior mas as coisas não são assim tão negras, é uma questão de trabalho e mentalidade.

PS - Sobre o Quim, tirem as conclusões que acharem.


3 comentários:

  1. Apesar de julgar que o Rúben é um belíssimo jogador, estando ou não em forma estará sempre a anos-luz da qualidade/resistência física do Ramires. É que nem sequer há comparação possível entre ambos. O Ramires desgasta as equipas adversárias sem se desgastar e no final do jogo ainda tem pulmão para fazer sprints. E jogadores assim há muito poucos no Mundo.

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  2. Nisso concordo contigo Éter. O Ruben é um bom jogador e o Ramires é um jogador de top mundial e olha que enquanto cá esteve nem sequer esteve a 100%, imagina se tivesse estado!

    Apenas queria desmistificar um pouco de que estamos numa fase menos boa apenas porque perdemos estes 2 excelentes jogadores. Tem o seu quê de contributo mas não é o factor mais significativo, tal como, apesar de ter considerado o negócio do Roberto muito mau, não é só por causa dele que de repente desatamos a sofrer muitos golos.

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