Caros amigos, eu gostava de partilhar convosco o texto mais fantástico que alguma vez li sobre o Benfica .
No final do texto irão perceber o porquê da minha envolvência emocional e de ser o meu texto preferido, mas não podia deixar de partilhar isto junto das pessoas, sobretudos dos benfiquistas, que visitam esta página todos os dias !
Aqui fica :
No final do texto irão perceber o porquê da minha envolvência emocional e de ser o meu texto preferido, mas não podia deixar de partilhar isto junto das pessoas, sobretudos dos benfiquistas, que visitam esta página todos os dias !
Aqui fica :
Benfica – um dos amores da minha vida
(Do livro Ser Benfiquista – 100 figuras, 100 histórias )
É meu privilégio ser um dos 100 convidados a escrever um texto sobre o nosso querido Benfica. Faço-o no dia 4 de Janeiro de 2004. Dia em que completo 50 anos de vida e 50 anos de benfiquista e benfiquismo.
Jogar-se-á, ainda hoje, o primeiro (e único?) clássico do futebol português no Estádio da Luz. A chamada “Nova Catedral”, recentemente inaugurada. Um Benfica-Sporting. Este jogo dará, também, início às comemorações do ano do Centenário do nosso Sport Lisboa e Benfica.
O Benfica comemora o seu Centenário, eu celebro 50 anos, tantos quantos faria, ainda este ano, o velho Estádio da Luz, inaugurado em Dezembro de 1954 e palco dos maiores e mais gloriosos feitos desportivos destes últimos 50 anos.
A fundação do Sport Lisboa e Benfica, há 100 anos, foi um momento único, de maravilhosa promessa. Os benfiquistas fundaram, nesse dia radiante, uma “civilização especial”. Não pretendo ser desrespeitoso com os adversários, bem pelo contrário, mas creio que o Benfica decidiu chamar a si a glória e transformar-se no maior clube português.
Tudo em seu redor, do céu (repositório de pedidos e meditações) que cobria os seus estádios à força popular que se unia em torno do clube, transformado em instituição, tudo indicava estar vocacionado para ser o clube do povo. E percorreu esse caminho. E assim foi e assim é. Desembaraçado, natural, espontâneo, genuíno, nacional e vitorioso.
Como dizia, celebro hoje 50 anos. Que se confundem com 50 anos de benfiquismo e de glórias aplaudidas e vividas a cada passo. As vitórias, as emoções, às vezes o sofrimento e a desconsolação infinita, tudo isto são sensações que fazem parte da paixão indomável, tantas vezes superior à razão, que define o que é ser benfiquista.
Talvez isso seja a tão falada mística: “crença ou atitude em que o sentimento se sobrepõe à lógica.” Mas é também a grande oportunidade, que não desperdiçarei, de falar no meu Pai.
Morreu novo, 44 anos (eu tinha 10) e chamava-se José Roberto de Barreiros Arrobas da Silva. Benfiquista de sempre, sócio, sofredor, cedo, fez sentir ao seu filho a ideia do que era, e é, ser do Benfica. É a ele que devo o meu benfiquismo, a minha paixão, a minha entrega.
Foram sem conta as vezes que, pela sua mão, fomos ver o Benfica ao Estádio da Luz. No tempo em que os jogos em “casa” eram aos domingos às 15h00 ou às 16h00, no horário de Verão. E às noites europeias! (eu, nem todas, porque era miúdo e a escola não perdoava).
Que saudades! Desse tempo, do meu Pai, do Eusébio, da linha avançada, do Estádio da Luz.
O tempo mudou. Agora vou com o meu filho, também ele sócio do “Glorioso”, e desde o dia em que nasceu. E com ele partilho discussões, ideias, opções e tácticas. E sonhamos com o futuro. Tenho também uma filha, igualmente benfiquista, sócia desde que veio ao Mundo, menos ligada ao futebol (coisas de raparigas), mas sempre solidária.
Vivo conformado com esta realidade que determina que as novas gerações ocupem os lugares que outrora eram nossos, ou seja, conformado com a lei da vida. Mas, nos grandes momentos, há um pensamento que não me abandona.
Foi o que aconteceu há dias. Na inauguração do novo Estádio da Luz, no dia 25 de Outubro de 2003. Vibrámos. A noite foi mágica e de esplendor. Acto tocante onde se misturaram sentimentos como a ilusão, a esperança, a magia e o pulsar de todos quantos acreditam que aquele será o palco de glórias futuras.
Sempre preferi o decoroso silêncio ao exercício de melancolias filosóficas. Foi o que fiz. Porém, chegou o momento de, embora com mal disfarçada timidez, confessar que os meus olhos arrasados de água, em diferentes momentos dessa noite memorável tinham também a ver com a saudade, com a pena, com a nostalgia de o meu Pai não poder ali estar connosco.
Dediquei-lhe, silenciosamente, o momento.
E agradeci-lhe, ali, mais do que nunca, ter-me feito benfiquista.
Fernando Arrobas da Silva
Advogado
(Do livro Ser Benfiquista – 100 figuras, 100 histórias )
É meu privilégio ser um dos 100 convidados a escrever um texto sobre o nosso querido Benfica. Faço-o no dia 4 de Janeiro de 2004. Dia em que completo 50 anos de vida e 50 anos de benfiquista e benfiquismo.
Jogar-se-á, ainda hoje, o primeiro (e único?) clássico do futebol português no Estádio da Luz. A chamada “Nova Catedral”, recentemente inaugurada. Um Benfica-Sporting. Este jogo dará, também, início às comemorações do ano do Centenário do nosso Sport Lisboa e Benfica.
O Benfica comemora o seu Centenário, eu celebro 50 anos, tantos quantos faria, ainda este ano, o velho Estádio da Luz, inaugurado em Dezembro de 1954 e palco dos maiores e mais gloriosos feitos desportivos destes últimos 50 anos.
A fundação do Sport Lisboa e Benfica, há 100 anos, foi um momento único, de maravilhosa promessa. Os benfiquistas fundaram, nesse dia radiante, uma “civilização especial”. Não pretendo ser desrespeitoso com os adversários, bem pelo contrário, mas creio que o Benfica decidiu chamar a si a glória e transformar-se no maior clube português.
Tudo em seu redor, do céu (repositório de pedidos e meditações) que cobria os seus estádios à força popular que se unia em torno do clube, transformado em instituição, tudo indicava estar vocacionado para ser o clube do povo. E percorreu esse caminho. E assim foi e assim é. Desembaraçado, natural, espontâneo, genuíno, nacional e vitorioso.
Como dizia, celebro hoje 50 anos. Que se confundem com 50 anos de benfiquismo e de glórias aplaudidas e vividas a cada passo. As vitórias, as emoções, às vezes o sofrimento e a desconsolação infinita, tudo isto são sensações que fazem parte da paixão indomável, tantas vezes superior à razão, que define o que é ser benfiquista.
Talvez isso seja a tão falada mística: “crença ou atitude em que o sentimento se sobrepõe à lógica.” Mas é também a grande oportunidade, que não desperdiçarei, de falar no meu Pai.
Morreu novo, 44 anos (eu tinha 10) e chamava-se José Roberto de Barreiros Arrobas da Silva. Benfiquista de sempre, sócio, sofredor, cedo, fez sentir ao seu filho a ideia do que era, e é, ser do Benfica. É a ele que devo o meu benfiquismo, a minha paixão, a minha entrega.
Foram sem conta as vezes que, pela sua mão, fomos ver o Benfica ao Estádio da Luz. No tempo em que os jogos em “casa” eram aos domingos às 15h00 ou às 16h00, no horário de Verão. E às noites europeias! (eu, nem todas, porque era miúdo e a escola não perdoava).
Que saudades! Desse tempo, do meu Pai, do Eusébio, da linha avançada, do Estádio da Luz.
O tempo mudou. Agora vou com o meu filho, também ele sócio do “Glorioso”, e desde o dia em que nasceu. E com ele partilho discussões, ideias, opções e tácticas. E sonhamos com o futuro. Tenho também uma filha, igualmente benfiquista, sócia desde que veio ao Mundo, menos ligada ao futebol (coisas de raparigas), mas sempre solidária.
Vivo conformado com esta realidade que determina que as novas gerações ocupem os lugares que outrora eram nossos, ou seja, conformado com a lei da vida. Mas, nos grandes momentos, há um pensamento que não me abandona.
Foi o que aconteceu há dias. Na inauguração do novo Estádio da Luz, no dia 25 de Outubro de 2003. Vibrámos. A noite foi mágica e de esplendor. Acto tocante onde se misturaram sentimentos como a ilusão, a esperança, a magia e o pulsar de todos quantos acreditam que aquele será o palco de glórias futuras.
Sempre preferi o decoroso silêncio ao exercício de melancolias filosóficas. Foi o que fiz. Porém, chegou o momento de, embora com mal disfarçada timidez, confessar que os meus olhos arrasados de água, em diferentes momentos dessa noite memorável tinham também a ver com a saudade, com a pena, com a nostalgia de o meu Pai não poder ali estar connosco.
Dediquei-lhe, silenciosamente, o momento.
E agradeci-lhe, ali, mais do que nunca, ter-me feito benfiquista.
Fernando Arrobas da Silva
Advogado
é um homem destes que precisamos como Presidente do nosso clube
ResponderEliminarWhat?
EliminarArrepiante!
ResponderEliminarGloriosas Saudações e continuação do excelente trabalho realizado em prol do Sport Lisboa e Benfica!!
Depois disto já sabes... Faz do teu filho um dos nossos. E de preferência, tem muitos filhos!!!
ResponderEliminarE que cada um de nós faça a sua parte!
Já diz o ditado: "Quem não é do Benfica, não é bom chefe de família!"
Que o teu avô descanse em paz!
Semm palavras e comovido....
ResponderEliminarSaudações Gloriosas
Ser do Benfica é fantástico !
ResponderEliminarObrigado por todos os vossos comentários .
FAS (Filho)
Estive lá nesse dia, e tal com ele, os meus olhos encheram-se de lágrimas.. verdadeiramente arrepiante. No dia seguinte, tratei logo de plastificar o bilhete desse jogo. Ainda tenho aquela pequena lâmpada, e ainda funciona :D
ResponderEliminarhttp://www.benficacomamor.blogspot.pt/