O que (não) disse Quique

Quique Flores ficou indignado com o rendimento de Reyes, alegando que deve jogar muito melhor, um cenário que o extremo, tecnicamente muito bom, já repetiu em clubes como Real Madrid, Arsenal ou Atlético de Madrid. Atitude semelhante já acontecera com Balboa, mas, com uma grande diferença: por muito que o sobrinho da mítica Lola Flores grite, o equatoriano nunca se transformará num futebolista com qualidade para representar o Benfica.

Em relação a Reyes, fica sempre a sensação que não tem um treinador que o saiba pôr na «ordem». Mais: gostaria que Quique Flores dissesse, em voz alta, por que razão o Benfica atinge o final da primeira volta a jogar de forma tão vulgar quando até já exibiu bons momentos ante Nápoles e Sporting, na Luz, por exemplo. Claro que o Benfica está «colado» ao FC Porto, mas, se mantiver este ritmo, a fuga do adversário tornar-se-á inevitável, mesmo que também não seja uma equipa brilhante.

Seria bom que explicasse, de forma convicta, por que motivo o Benfica não consegue nenhum dos três primeiros lugares na fase de adversários de qualidade mediana e até lhe perdoo que não fale na eliminação sofrida na Taça de Portugal.

Voltando a Balboa, como é que o Benfica gasta com este «craque» conhecido de Quique, desde «pequenino» e Aimar (não está em causa a qualidade futebolística, mas a fragilidade física) dez milhões de euros (dois milhões de contos, para quem ainda gosta de falar em escudos) ? E o que pensa Quique de a principal virtude de Binya serem os lançamentos laterais, porque, vê-lo com a bola nos pés, é para ficarmos à beira de um ataque de nervos.

Claro que o plantel do Benfica tem fragilidades, mas com Katsouranis, Reyes, Suazo, Reyes, Nuno Gomes, entre outros, há obrigação de produzir muito mais e, perdoem-me a brincadeira (ou não), mas Rui Costa ainda poderia ser útil no relvado, talvez mais do que...fora das quatro linhas.

Todavia, como respeito as hierarquias, Luís Filipe Vieira não pode passar imune neste momento do Benfica, uma vez que apenas um título de campeão é muito pouco na série de anos que tem como presidente e gestor da SAD. Claro que lhe reconheço algum mérito e há, até, quem o ilibe, garantido que resolveu os problemas financeiros do Benfica, o que não é totalmente verdade. É preciso não esquecer, também, que o Benfica é, acima de tudo, um clubes desportivo e, salvo raras excepções, os resultados têm sido pouco menos do que catastróficos.