quarta-feira, 31 de março de 2010

A lição

A noite televisiva de ontem foi rica. 3 entrevistas separadas por 2 horas. A dos presidentes foi no registo habitual, com as picardias constantes, com a habilidade de Pinto da Costa numa entrevista com Judite de Sousa, uma jornalista que é facilmente manipulada por um entrevistado com QI superior a 50, o que transforma qualquer assunto mais sensível de ser abordado, numa questão inócua e vazia de conteúdo e onde invariavelmente qualquer convidado sai com melhor imagem pública do que antes da entrevista.
O anúncio da entrevista ao nosso presidente deixou-me apreensivo, por ser com quem era. Mas ele superou as minhas expectativas e esteve bem, muito bem. Boa argumentação, ideias transmitidas com clareza e nunca se deixou encostar à parede por um entrevistador difícil e parcial como é MST.
Mas não foram as entrevistas aos presidentes que me levaram a escrever este post. Foi a 3ª, menos mediática, mas muito mais importante, pelo seu conteúdo e simbolismo.
Os 50 minutos do Ricardo Costa na Sic Notícias foram, numa palavra, brilhantes. Uma oratória de grande qualidade e uma demonstração de profissionalismo e argumentação como não estamos habituados neste meandro pantanoso que é o futebol português.
Com a sua qualidade intectual e tecnicidade, Ricardo Costa conseguiu expôr brilhantemente aos mais atentos, os métodos sujos em que se move o futebol português. E começou logo ao ataque ao desmascarar a mentira grotesca do presidente do fcp e da sua entourage, que tentaram aproveitar o silêncio de Hermínio Loureiro acerca da sua demissão para fazer uma nojenta contra-informação e forçar uma implosão dos órgãos da Liga. Felizmente o Dr. Ricardo Costa ontem repôs a verdade de forma inequívoca, expondo e desmascarando a desonestidade e a mentira das declarações de Pinto da Costa, que no fundo mantém os mesmos métodos de acção ao longo destes anos e não hesita em mentir descaradamente em directo e horário nobre, talvez esperando, tal como acontecia nestas últimas décadas, que não fosse desmentido.Igualmente importante foi a forma como foi abordada a questão dos stewards.A forma como um acórdão de dezenas de páginas e argumentado meticulosamente com a legislação vigente foi desautorizado pelo Conselho de Justiça da FPF é uma anedota jurídica, desprovida de fundamentação legal, numa decisão ao serviço de interesses superiores e essa foi, de facto, a verdadeira razão da indignação e demissão de Hermínio Loureiro, ao contrário do que Pinto da Costa, Guilherme Aguiar e alguma da "imprensa amiga" tentaram intencionalmente e falsamente transmitir, numa estratégia claramente concertada.Ontem ficou provado que o "polvo" ainda existe e resiste, mas que não tem a mesma força. Pessoas competentes e corajosas como Hermínio Loureiro, Ricardo Costa e Vítor Pereira têm feito um grande esforço, por vezes inglório, na limpeza desta corja. Mas o polvo é forte e antigo, e tem muitos "amigos", especialmente na FPF.Ontem, Ricardo Costa deu uma verdadeira lição e, não obstante a disparatada série de perguntas da jornalista Ana Lourenço, esteve num plano de grande nível técnico, profissional e intelectual e demonstrou uma coragem que faz falta a outros elementos importantes na estrutura do futebol português. Os próximos tempos são decisivos. O polvo está a contra-atacar. O Hermínio já foi, o Ricardo Costa dura mais 2 meses e sem apoios o Vitor Pereira pouco mais tempo durará. Seria essencial uma união entre Benfica e Sporting para levar esta limpeza a bom porto. Mas, os nossos rivais da 2ª circular, apáticamente entretidos com crises internas, discursos infelizes e tiros diários nos pés, parece que infelizmente só poderemos contar connosco próprios.

5 comentários:

  1. O mais curioso de tudo, foi verificar que Pinto Corleone da Costa, qual Hitler do futebol português, com a sua enorme teoria de vitimização e com o apanágio do coitadinho, logo por aquele que é sem sombra de dúvidas o rosto mais visível do que mais podre e vergonhoso se assistiu nos últimos 20 anos no futebol português e por muito que queira essa é uma imagem que não consegue apagar, porque a merda será sempre merda, por muito que se mude de perfume.

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  2. Não vi a entrevista do pc.
    O LFV esteve bem mas escusava de ter confirmado aquilo que todos desconfiamos: O papel diminuto do Rui Costa.
    O Ricardo Costa, infelizmente, está a prazo. Muito boa a sua entrevista. Uma autêntica lição de direito desportivo. Claro, conciso, directo, esclarecedor. O que ficou nas entrelinhas é que o polvo ainda tenta a ressurreição.

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  3. Era uma boa ideia (na minha opinião) condicionar o apoio do Benfica ao próximo presidente da liga à continuidade do Ricardo Costa.
    Nunca nos há-de beneficiar mas, parece-me, será sempre imparcial.

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  4. o rui não tem um papel diminuto mas sim o de aprender, nesta fase, a trabalhar com determinadas pessoas e principalmente empresários.

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  5. Bom texto
    O João Tomaz sentiu o que eu também senti, relativamente a algo que poderia ser diferente.

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