Há uns dias, ao entrar no 'site' do Benfica e verificar a quantidade de iniciativas colocadas ao dispor dos associados, pensei "este clube nada tem que ver com o que tínhamos há uma dezena de anos". As coisas evoluíram, há uma série de serviços que nos são disponibilizados, as instalações têm um nível apreciável (estádio novo, pavilhões climatizados, piscina, centro de treinos capaz, área comercial e restaurantes, etc.). Tirando o facto de, infelizmente, o clube ter deixado de dispor de pista de atletismo, não há comparação entre este Benfica e o que, no início do século, tínhamos acabado de arrancar das garras de Vale e Azevedo. Acrescentemos-lhe o aumento exponencial do número de sócios, viagens, serviços telefónicos móveis, seguros, descontos, etc., e, neste aspecto, os benfiquistas só têm de sentir-se satisfeitos. E Luís Filipe Vieira não terá sido certamente a personagem menos importante neste processo.
Isto não invalida o facto de o Benfica ser um clube desportivo. Não foi criado para termos gasolina, viagens, seguros ou chamadas telefónicas mais baratas, mas sim para ganharmos, para sermos grandes desportivamente. E isso, evidentemente, tem falhado. Sobretudo no futebol, que é o que mais preocupa e incomoda a maioria dos benfiquistas. Daí que haja muita gente (naturalmente) insatisfeita com o actual presidente. Como alternativa, para já, perfila-se apenas o candidato portuense do 'blog', mas há um claro movimento pró-Veiga a insinuar-se, com o jornalista José Marinho, cuja boa-fé não ponho em causa, a fazer um esforço enorme para nos dar uma imagem diferente da que muitos benfiquistas têm do antigo dirigente. Mas também há quem elogie a sua acção enquanto esteve na Luz, em particular quanto à conquista do título de campeão nacional de 2004/2005 apenas para minimizar a importância de Luís Filipe Vieira. Ainda ontem o ouvi, via rádio, da boca de João Carvalho, antigo dirigente do nosso clube. Por outro lado, há quem queira incessantemente colocar em cima da mesa o nome de Bagão Félix.
Neste momento, não sei o que pensar. Votei na lista de Luís Filipe Vieira em 2003 e, três anos mais tarde, apesar de não haver concorrência, fiz questão de voltar a deslocar-me ao Estádio da Luz. Fi-lo de forma convicta e, até ver, apesar dos fracos resultados desportivos, ainda não me arrependi. Não esqueço a transformação sofrida pelo clube, ilustrada brevemente no primeiro parágrafo deste já longo 'post', mas também não ignoro as muitas asneiras cometidas, a maior das quais a falta de política sustentada no futebol. Penso que nenhum de nós deve esquecer o que o actual presidente tem feito pelo clube, mas sempre com os olhos no futuro. Continua a ser a melhor solução? Depende das alternativas. Votarei, de novo, nele? Neste momento, não sei. E, embora ainda estejamos a seis meses, das eleições, gostaria de saber. Uma coisa é certa: combaterei firmemente qualquer Jonathan Vale que aí apareça.
PS - A figura de José Veiga e a sua presença no Benfica sempre me incomodaram. Teriam de me explicar muito bem certas coisas (a começar pela contratação do Marco Ferreira...), para conseguirem convencer-me de que o seu regresso seria benéfico. Mas também há coisas que o actual presidente deveria esclarecer. Por exemplo, sempre é verdade que Jorge Gomes trabalha para o Benfica? A que propósito?
"Não sei o que pensar", é o que mais destaco do post, pois é o meu sentimento actual.
ResponderEliminarTambém me faz confusão o Jorge Gomes estar no Benfica... parece que tem qualquer coisa a ver com a prospecção ou lá o que é... não sei, tudo nele parece ser obscuro...
ResponderEliminarQuanto ao Benfica do presente, poderemos estar numa de duas situações. Ou estamos numa fase de contrução das bases de um Benfica mais forte no futuro ou isto já deu o que tinha a dar, este é o máximo que poderemos atingir. Sinceramente, acredito que estão a ser desenvolvidas as condições para que alguém (podem ser os actuais dirigentes), no futuro, com competência, reeerguer o Benfica desportivamente.
Meu caro Glorioso, com um nome desses, fico logo intimidado na resposta. Mas devo dizer-lhe que não estou a fazer esforço nenhum em polir a imagem de ninguém. Meu caro, escrevo de livre consciência e de acordo com os conhecimentos que tenho do Benfica actual e do perfil que reconheço em José Veiga. Honestamente, tenho a convicção de que o actual modelo de governo do Benfica não serve, não encaixa na necessidade de rapidamente resgatarmos a hegemonia do futebol e do desporto português. Não faço campanha, porque não há candidato. Faço apenas o que dita a minha consciência de benfiquista. O meu desafio é escrever o que penso sobre as coisas, o desafio de quem lê é reflectir. Se isso chega, óptimo, porque satisfaço-me com o essencial da mensagem. Se isso não chega e desconforta as pessoas, então, é porque não fui entendido.
ResponderEliminarPor isso, em resposta, digo-lhe que a minha convicção de que José Veiga tem o perfil ideal para o modelo de governo que gostaria de ver implementado no clube, não está sujeita a expropriação. É minha e quem quiser acompanhar-me, muito bem, quem não quiser, muito bem na mesma, porque essa diferença também é Benfica. Aliás, Benfica sempre foi debate, no meu Benfica não existem abutres, nem hienas, nem ataques insensatos e injustos a outros benfiquistas. No meu Benfica só há Benfica, e só há um desejo de ganhar. Com integridade moral e histórica e com a enorme aceitação popular de um emblema que é o maior de Portugal e um dos maiores de todo o Mundo.