quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tampão

O Benfica actual não deslumbra, não provoca uma onda de entusiasmo nos adeptos, simplesmente apresenta níveis de eficácia que lhe permitem obter resultados francamente positivos.
Neste momento a equipa parece pêrra, ofensivamente não apresenta a tal nota artística a que nos habituámos no passado, mas é muito mais coesa. O facto de ofensivamente as coisas não parecerem fluir parece-me identificado: os nossos criativos estão numa forma deplorável, Bruno César e Rodrigo estão em quebra e Gaitan parece-me fisicamente debilitado, o que não lhe permite fazer a diferença. Quando estes jogadores subirem de rendimento, estou convicto que também a equipa apresentará melhores performances, resta saber se, no entretanto, surgem alguns resultados/dissabores que ponham em causa a vitória na liga (até à data tal não se verificou em termos de Liga, mas na taça não foi bem assim).
Outra das questões que não tenho gostado e que, na minha opinião, tem prejudicado o rendimento da equipa (nesta fase de menor rendimento dos nossos criativos), prende-se com a utilização de Witsel. O Belga tem funcionado como tampão às ofensivas adversárias mas também é um tampão ao nosso processo ofensivo. Sempre que recebe a bola, invariavelmente tem tendência a optar pela posse e cobertura de bola, não a solta rapidamente (primeiro toque) e não progride com ela acabando por queimar qualquer hipótese de ataque. Esta situação torna-se ainda mais prejudicial quando actua descaído sobre a direita.
Não pondo em causa as qualidades do jogador (acho que é muito bom), penso que a equipa teria muito a ganhar se, em detrimento do Belga, jogasse Rúben Amorim, do ponto de vista defensivo manteríamos um jogador de cobertura mas, em termos ofensivos, friso, nesta fase de menor fulgor dos jogadores mais criativos, ganharíamos velocidade e maior poder de finalização.

Nota curiosa, mas só para alguns: O Benfica este ano teve 3 resultados maus – Gil Vicente; Basileia em casa; Marítimo para a taça – é curioso verificar que em nenhum destes jogos tivemos o Cardozo disponível.

3 comentários:

  1. Vale o que vale, mas que o Cardozo aparece nos momentos difíceis é indubitável.

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  2. Cardozo jogou com o Basileia na Luz.. eu estive lá e vi... entrou na 2ª parte! Mas concordo que seja um grande finalizador!

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  3. concorco em absoluto com o post, nomeadamente ao witsel. pessoalmente, acho witsel um jogador com qualidade mas um pouco lento. precisa de ser mais rápido a soltar a bola e de ser mais explosivo - pegar na bola e arrancar para a baliza e não para trás ou para o lado. o witsel faz-me lembrar os cavalos das procissões que vão à frente das destas a abrir caminho a um ritmo de trote. o meio campo do benfica precisa de um « cavalo» que vá a galope (com força e mudanças de velocidade).
    em relação aos alas bruno cesar e gaitan, penso que são duas adaptações. um clube como o nosso tem de ter especialistas e não biscateiros (habilidosos) em cada posição. o melhor Benfica do ano passado tinha dois especialistas: o Salvio e o Coentrão (que embora não sendo extremo), davam profundidade ao nosso jogo e o cardosão agradecia com golos, à dois anos tinhamos o Di Maria na esquerda e o todo terreno ramires. este ano temos o bruno cesar e o gaitan que no ataque afunilam o jogo para o meio, indo de encontro à maior concentração de jogadores adversários perdendo inumeras bolas sem conseguirem rematar à baliza e em termos defensivos são quase 0, deixando inumeras vezes as laterais descompensadas surgindo sempre adversários sozinhos. penso que o nosso plantel está debilitado nas alas e a melhor solução seria jogar em 4x3x3 como joga a Alemanha (com 3 avançados puros - gomez, podolsky e muller, com um medio central mais defensivo (javi) e dois box-to-box que compensem as alas (aimar e witsel ou Amorim) e três avançados, sendo um mais fixo (cardozo) e os outros dois mais móveis que tanto se podiam encostar à linha como poderiam entrar pelo meio(rodrigo, nelson oliveira ou bruno cesar)

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